Minha idade, minha identidade

Passam-se os anos e sinto-me mais leve, por não ter fardos pesados a carregar e por isso sinto-me ainda jovem, para continuar a sonhar.

O que posso dizer, falar; dos meus sentimentos; de como me sinto, quando se chega a essa etapa da vida?

-Hoje, 19 de outubro, meu aniversário, cinqüenta é a idade!

Tem momentos que meu espírito se rebela, por estar num corpo de adulta, e que ainda carrega em si, essa alma de menina, alegre, romântica e sonhadora.

Estou mais sentimental, mais emotiva, choro por magoar e por ser magoada; que coisas tristes me deixam mais vulnerável.

Emociono-me com tudo que é bonito, simples.

Escrevo poesia e nela tem muito de mim, do que sinto, do que penso, pois expressar os meus sentimentos é mais fácil escrever, do que falar.

Vejo a vida, com um olhar mais crítico; procurando explicação; razão para tudo que acontece; é mais fácil de compreender e aceitar, isso é conformação; essa é uma das lições que aprendi.

Ainda não tenho a sabedoria de tudo na vida e isso, por mais que vivamos, não alcançaremos.

Aceito as pessoas como elas são.

Valorizo muito, as amizades, a boa relação.

Não aceito falsidade e muitas vezes, por abusar da sinceridade, não colho compreensão.

Que se preciso for, deixo o bom senso de lado e o deixo sem pestanejar, mas com muita responsabilidade.

Chuto o balde, na hora certa e sem rodeios.

Não me apego a futilidades.

Carrego no íntimo, um medo enorme, que não demonstro, pois é preciso ser destemida, para encorajar os que me rodeiam; essa é outra boa lição de vida que aprendi.

Não fiz nada que mereça arrependimentos, só me arrependo do que não fiz.

Não acumulei riquezas materiais e me considero um ser rico, de valores morais e espirituais, caráter, educação, respeito.

Uma família de iguais valores, amigos igualmente.

Sou uma pessoa comum, vivendo uma vida comum, sem muito exigir, aceitando o meu destino e que vivi exatamente o que estava previsto.

Fazendo um balanço dos meus 50 anos, um curto espaço de tempo (afinal o que são 50 anos), indagações faço e percebo que tenho muito a agradecer e tão pouco a pedir, com a consciência tranqüila de que, mal ou bem, tenho cumprido bem a lição.

A morte há muito tempo não a temo, pois acredito que é apenas uma mudança para outra morada (Há muitas moradas na casa de Meu Pai).

Portanto creio que a partir desse marco, 50... minha bagagem está quase pronta, só depende do amado Deus, o dia da partida, enquanto esse dia não chega, vou seguindo como Ele até hoje permitiu.

Que eu viva o necessário apenas para cumprir o que me foi designado!

Viva na força e na alegria de viver.