Duas vezes Janot, agradecimento

Publiquei ontem no RL dois textos sob o título “Duas vezes Janot” que provocaram comentário de determinado leitor que me deixou contente, pois vi que tinha lido os textos. Em seu comentário, José Maria (não autenticado), me qualifica de “um direitista de primeira mão. Um tucaninho de plumas coloridas”. Mais uma vez devo dizer que respeito as qualificações recebidas, dentro da ótica de que se deve aceitar o não do mesmo modo que aceitamos o sim. No entanto, a título apenas de esclarecimento, não só ao citado leitor como a outros que pensem da mesma forma, a minha resposta foi imediata. Publico-a novamente neste espaço por ter havido alguns erros de pontuação ou ortográficos dada à pressa com que foi anteriormente redigida.

Minha resposta:

Primeiro de tudo, agradeço a você por ter lido os dois textos. E fiquei contente com o seu comentário. Antes de me dizer se sou direitista ou esquerdista, primeiro você poderia conhecer melhor o que escrevo, talvez mais fácil do que me conhecer. Aliás, o que é ser de um lado ou de outro aqui no Brasil? Onde parece haver uma simbiose das correntes políticas, o que nos leva a pensar em "farinha do mesmo saco"? O que quis dizer é que a corrupção hoje não é mais uma prerrogativa de direitistas do tipo dos que você elencou acima. Muitos que se dizem de esquerda também tomaram gosto pela coisa. E isso – é possível que pessoas como você jamais aceitem – cada vez mais parece incontestável. Se tal coisa acontece, o que se deve desejar antes de tudo – e isso deve ser o que o povão deseja, povo que não tem condições de se preocupar muito com direita e esquerda, que não sabe o que é isso, que não leu Marx, Brecht, Rosa de Luxemburgo – é que o mal da "farinha pouca, meu pirão primeiro" se acabe ou reduza. O que deve ser mais importante que essa história de direita e esquerda que vai ficando retrógrada. A partir do fato de que não se sabe, na verdade, quem é um, quem é o outro.

Vamos acabar com a imunidade parlamentar, com o foro privilegiado, com as prerrogativas que só os políticos têm, vamos adotar em nossas escolas o livro "Um país sem excelências" (veja no Google de quem é), e concluir que essas são as coisas que o povo quer. Independente daqueles que se colocam ora à direita, ora à esquerda. Juntos e misturados. Mas, muito grato, de novo, por ter lido o que escrevi.

Rio, 12/11/2016

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 12/06/2016
Reeditado em 12/06/2016
Código do texto: T5664861
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