Panegírico a meu pai.
"Homem de dores e experimentado nos sofrimentos!"
-Isaias 53:3.
Nasceu em Pernambuco em 10 de Julho de 1936. Filho de Antônio Gondim, um humilde feitor de fazenda, e D. Rosa de Lima que, além de ter flôr e fruto no nome, era uma dedicada mãe.
Embora pernambucano de nascimento foi registrado como paraibano e tem orgulho disto.
Cresceu como as crianças de seu tempo entre os camponeses! Embora não se desse conta passou pelo período da II Guerra Mundial em 1945.
Quando jovem, por ordem do pai patriótico, alistara-se nas forças armadas para defender a Pátria.
Na "década de 60" veio a Ditadura mas ele já não estava no exército, havia saido para ajudar seus pais na administração da fazenda do Sr. Sé.
Em 1966 - no dia 6 de junho - sofreu um forte golpe ao perder o pai...
Pouco tempo depois resolveu viver sozinho e viajou para morar em outra cidade, se bem que ele morava entre cobras e onças numa mata onde cortava madeira.
Aos 40 anos conheceu a mulher de sua vida, sendo 15 anos mais jovem que ele, e casaram-se.
No mesmo ano ano eu nasci como fruto do abençoado matrimônio, numa casa modesta num sítio que hoje é uma vila em Natuba na Paraíba.
Falar deste homem que é meu pai enche-me o peito de um orgulho sem palavras capazes de descrevê-lo.
Ele é meu herói! Meu protetor! Meu abençoado pai!
Eu o amo! Não por ser perfeito, mas por ter me ensinado a ser homem e ter caráter.
A ele devo toda a gratidão por suas lições de vida. Por suas fantásticas histórias... Hoje sei que algumas quando não eram inventadas eram aumentadas.
Lembro com saudades quando ele chegava em casa depois de um longo dia de trabalho e tinha forças para pendurar seus filhos em seus braços e levantá-los. Tenho saudade de sua barba crespa roçando em meu rosto juvenil.
Trabalhei com ele desde meus 14 aos 18 anos. Aprendi lições simples válidas para toda vida. Até que ele disse-me: Pronto! Você agora é homem, dono do seu nariz, livre! Se quiser pode cuidar de sua vida à sua maneira. E eu o fiz.
Mais que um pai ele é meu amigo e rimos muito sempre que nos vemos.
Meu pai é meu herói porque é um vencedor:
-Venceu o alcoolismo aos 53 anos;
-Restabeleceu seu casamento e família aos 55;
-Suportou por ano e meio a suspeita de câncer no estômago aos 63;
-Abandonou o cigarro aos 65;
-Está reconstruindo a casa que esperou 20 anos, agora aos 69.
Meu pai é um GIGANTE! Dono de uma energia física incrível. Ainda que às vezes irascível quando o "amolam", está sempre de bom humor e gosta de tirar "casquinha" de todos à sua volta. Sua simpatia com crianças e animais é contagiante...
Sou orgulhoso de meu pai e sei que ele tem orgulho de mim. Louvo a Deus porque me deu o melhor pai do mundo!
Agradeço ao meu pai por existir.
"Eu te amo papai Adélio!".