O fim temporário de Jerusalém e Judá - Cr7

O fim de Judá como nação livre chegou. Ouviram seus falsos profetas que pregavam o que eles queriam ouvir, como hoje muitos querem ouvir palavras agradáveis de bênção, mas não de arrependimento e confissão do pecado.

Jeremias, contemporâneo de Josias que acabamos de comentar, e que profetiza duramente contra uma nação rebelde de ouvidos, anunciava:

“E vós não deis ouvidos aos vossos profetas, e aos vossos adivinhos, e aos vossos sonhos, e aos vossos agoureiros, e aos vossos encantadores, que vos falam, dizendo: Não servireis ao rei de babilônia. Porque mentiras vos profetizam, para vos mandarem para longe da vossa terra, e para que eu vos expulse dela, e pereçais” (Jr 24.9-10).

Amós, “nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto” (Am 1.1), também viveu a dureza daquele povo.

“Mas vós, aos nazireus, destes vinho a beber, e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizareis. Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de feixes” (Am 2.12-13).

Jeremias novamente dirá mais.

“Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito algum a este povo, diz o Senhor” (Jr 23.32).

Multiplicaríamos páginas e páginas com tais testemunhos de rebeldia, egoísmo, ganância, mentiras, confusão. Mas tudo isto é apenas sombra do que nosso próprio Senhor já indicava para este final de era.

“Eu [Jesus] vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro [o falso messias] vier em seu próprio nome, a esse aceitareis. Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus?” (Jo 5.43-44).

O cerco final e o exílio preditos com detalhes se encontram bem descritos em 2 Re 25, mas cito a passagem que indica o tempo deste exílio em Babilônia e seu motivo.

“Para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da assolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21).

Aliás, esta palavra de Jeremias cumpre cabalmente a palavra de outro servo bem anterior a ele – Moisés.

“Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então a terra descansará, e folgará nos seus sábados. Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos sábados, quando habitáveis nela” (Lv 26.34-35).

Não obstante este terrível exílio prometido desde Moisés, também a promessa graciosa de retorno ficou registrada.

“Então confessarão a sua iniquidade, e a iniquidade de seus pais, com as suas transgressões, com que transgrediram contra mim; como também eles andaram contrariamente para comigo... Também eu me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com Isaque, e também da minha aliança com Abraão me lembrarei, e da terra me lembrarei” (Lv 26.40-42).

É sempre bom saber que se formos maus a ponto do Senhor nos castigar à altura do nosso pecado, Deus também é gracioso para nos perdoar à altura de Sua graça infinita.

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1.8-9).

O caminho da restauração plena passa pela confissão integral do pecado e do abandono dele. Mas não antes de um tempo de justiça e castigo de Deus. Saibamos entender os caminhos deste trâmite celestial, pois nossa comunhão com Deus dependerá desta sabedoria.

A paz do verdadeiro Cristo – Jesus – seja com todos até nos encontrarmos na análise do próximo livro inspirado – Esdras.