Doce Laranja Amarga

Eu não enxerguei quando deveria enxergar

Não escutei quando deveria ouvir

Eu não falei quando deveria falar

E no final de tudo eu me arrependi

Por que deixei passar e não segurei com todas minhas forças?

Por que deixei cair como caiam aquelas folhas?

Por que deixei secar sob o sol quente do dia?

Por que deixei tremer sozinho na sua noite fria?

Eu não percebi

Deixei partir como uma brisa que vem e passa

Indo embora sem hora exata

Sem se despedir

Viagem sem volta

O canto mais distante da sua antiga casa

Não dá pra sorrir

Notando que seu sorriso não se estenderá

Mais pelo meu horizonte

Não posso mentir

Mas desejo voltar atrás e fazer mais

Por quem mais precisava antes

Palavras carregadas nas ondas do vento

Atravessando todo o tempo

Carregando todo esse sentimento

Corro com todas a forças que eu tenho

Minhas pernas são pequenas

E atrapalham meu desempenho

Tropeço mas levanto

Em meio ao meu tormento

Olho em seus olhos e encontro um lugar ameno

Mesmo com dor eu vou

Pois esse sofrimento

Não se compara com a dor daquele momento

Vazio que preencheu

A falta que me fez

Doce laranja amarga que uma vez eu provei

Carta de mim pra mim

Eu escrevi pra que no fim

Eu não sofresse como um dia eu sofri

Palavras para mim

Eu escrevi pra que no final

Não perdesse os momentos que eu perdi

Carta de mim pra mim

Eu escrevi pra que no começo

Eu não errasse tanto como um dia fiz

Palavras para mim

Eu escrevi pra que no início

Eu pudesse nos reescrever um diferente fim

Vitor Martin
Enviado por Vitor Martin em 15/03/2018
Código do texto: T6281018
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