HOMENAGEM A UM HERÓI

Domingo, 18 de setembro de 2005. O dia em que a estrela de um herói brilhou por um momento, e depois apagou-se para todo o sempre.

Acredito que Hélio Batista Pereira jamais tenha pensado na morte como uma possibilidade real. Provavelmente, ele deveria entendê-la como algo distante, que ocorria com outras pessoas, numa realidade a quilômetros de distância da sua.

E ninguém poderia condená-lo por pensar desta forma. Afinal de contas, ele era um jovem. Um adolescente de apenas 16 anos. Ou seja, tinha a vida inteira à sua disposição para transformar, revolucionar, reformar o mundo inteiro. O que torna o seu falecimento lamentável sob todos os aspectos.

Recordo agora o excelente poeta Jacques Roubaud: “Tua morte fala a verdade. Tua morte falará sempre a verdade. O que fala a tua morte é verdade porque ela fala. Alguns pensaram que a morte falava a verdade porque a morte é verdadeira. Outros que a morte não podia falar a verdade porque a verdade nada tem a ver com a morte. Mas na realidade a morte fala a verdade assim que ela fala.” A morte é simples assim. A última das certezas que encontraremos no fim de nossa caminhada na terra. Somos pó. Ao pó retornaremos.

Enfim, aconselho aos pais e ao irmão de Hélio - o meu querido amigo Édison - que preservem no coração esta derradeira imagem que tivemos dele: a do herói. O exemplo de um rapaz corajoso, capaz de sacrificar a própria vida para salvar a do próximo. Em outras palavras: a última lição de um grande herói.

DANIEL MENDES
Enviado por DANIEL MENDES em 29/09/2005
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