Lembranças de um nostálgico pai órfão

Um beijo molhado na nuca, sorrisinho travesso - papai acó, acó (colinho, né menino?), manha e dengo. Lego e carrinho - faz um navio papai, brincá, brincá, vaaai papai. Um tempindo pra ler? Lá vem ele tentando entrar de mansinho... Tudo bem, amo ser pai. Ahhh... bons tempos de papai herói, menininho beijoqueiro.. criança "coleira"... Me seguindo sempre e sempre. Mas... Você cresceu meu filho e eu, o pai de meia idade, já não sou o papai, virei o chato e nada de muito papo. Nem amigo??? Impaciência na fala, ira gratuita. Por quê tudo isto? Dói tanto meu filho... Meu único. É... Acho que fiquei órfão aos 50 anos.

José Pinheiro Júnior
Enviado por José Pinheiro Júnior em 19/05/2018
Código do texto: T6341135
Classificação de conteúdo: seguro