Sinfonia da chuva


A chuva que desce contra a vidraça,
Em sons quase indefinidos,
Preenchem o silencio do meu quarto.
E eu estou só, com a alma em fuga,
Desta existência que pouco a pouco, me deixa implexo.
Talvez seja um imponderável complexo.
O ruído dos trovões ainda ressoam,
Num ensurdecedor e nostálgico tema.
Aflora então em minha alma,
Uma trova, um soneto, um poema,
Transcrevo o vulto da menina de pés descalços,
Corpo molhado, cabelos esvoaçados, em desalinho;
Caminhando sob o aguaceiro,
Na consequência do meu caminho,
Um só traço que ao curto tempo já passa
E sempre há de chover...
E os sons se criarão contra a vidraça
Quebrando o silencio do meu quarto,
E de saudades me fazendo morrer.