Extinção

Na transparência cálida do olhar,
a viagem pela espera
ao louvor da chegada
na tarde, na manhã nua
com cheiro de vento, gosto de rua.
Na influência da terna visão,
a imagem da doce namorada
com gosto de festa, cheiro de verão,
repousa no espaço, no pensamento flutua.
Na intolerante ausência,
o transcurso confuso do tempo.
Eu não sabia se ia ou voltava
pelo caminho, ao relento,
onde passamos, se ficamos.
O segundo foi bem pouco,
foi sereno, louco,
sem o conivente minuto
para matar o tempo,
gravando para sempre, nós,
na única questão que importa.
Hoje os sonhos aguardam.
Já não importa tanta transparência,
se o escuro comanda
a visão maculada,
que pouco a pouco se assombra
com tanta sombra,
fazendo, marcando o mundo,
nublando sua volta
no confuso tempo de ausência.