“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

Durante a crucificação de Jesus, houve um período de três horas de escuridão. Não foi um eclipse solar, uma vez que a morte de Jesus aconteceu durante a fase da Lua Cheia (conforme a contagem dos dias para a Páscoa dos judeus), e eclipses solares acontecem quando a Lua está posicionada entre o Sol e a Terra, um fenômeno da Lua Nova. Muito mais do que um fenômeno astronômico, o período das trevas durante a crucificação representa o pior momento na história da batalha espiritual entre a luz e as trevas. Foi neste momento que, por todas as aparências, o mal havia vencido o bem. O Filho de Deus estava morrendo na cruz!

No final desse período, Jesus levantou a voz com um grito de profundo significado: “Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46; veja Marcos 15:34). As pessoas próximas à cruz não entenderam as suas palavras e achavam que Jesus estava chamando Elias para salvá-lo. Mas as palavras de Jesus vieram diretamente de um dos mais ricos salmos messiânicos. 1.000 anos antes de Cristo, o rei Davi escreveu as palavras que bem descreveriam o sofrimento do Ungido do Senhor na cruz. O Salmo 22, que apresenta os sentimentos de Cristo na cruz, inicia com as palavras que Jesus mesmo falou naquela tarde no Calvário: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Salmo 22:1).

Essas palavras, saindo da boca de Jesus, reforçam o nosso entendimento da gravidade do pecado, e aumentam o nosso aprecio pelo sacrifício que ele fez por nós.

O salário do pecado é a morte. Paulo afirmou esta verdade fundamental em Romanos 6:23. Desde o primeiro pecado humano no Jardim do Éden, o vínculo entre o pecado e a morte tem sido enfatizado nas Escrituras. Três fatos importantes são ensinados:

1) A morte de animais servia para mostrar a consequência do pecado, mas não resolve o problema. Os primeiros animais mortos foram os sacrificados para fazer roupas para cobrir a vergonha do pecado de Adão e Eva (Gênesis 3:21). Depois disso, muitos outros foram sacrificados como pagamento da penalidade dos pecados dos homens, porém não foram adequados para resgatar os pecadores, “porque é impossível que o sangue de touros e bodes remova pecados” (Hebreus 10:4).

2) O próprio pecador poderia morrer por seus pecados, mas não teria condições de se resgatar, ou seja, de se livrar da morte. Deus disse: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:20).

3) A consequência do pecado não é apenas a morte física e sim, a morte espiritual, ou seja, a separação de Deus. Por isso, Deus disse que os pecados de Israel causaram a separação entre o povo e Deus (Isaías 59:1-2), e Jesus disse que é esta separação espiritual, e não a morte física, que precisa ser evitada (Mateus 10:28).

Com base nesses fatos, as palavras de Jesus se tornam especialmente ricas. Jesus tomou sobre si os nossos pecados (1 Pedro 2:23-24). A penalidade dos pecados não foi a mera morte física. Jesus voluntariamente se submeteu a uma separação do Pai para carregar os nossos pecados e pagar a justa penalidade pelas nossas iniquidades. Sem dúvida, essa separação foi o aspecto mais agonizante do sacrifício de Jesus. Ele, sozinho, carregou sobre si os nossos pecados!

Especulações sobre o tempo desta separação ou onde Jesus ficou durante a separação não são edificantes, uma vez que Deus não nos revelou tais detalhes (veja o aviso de Deuteronômio 29:29). O que deve permanecer em nossos corações é a profunda gratidão pelo sacrifício de Jesus. Ele nunca pecou, mas assumiu os meus pecados e se sacrificou para me livrar da justa consequência da minha rebeldia contra o Criador. Em Jesus “temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Efésios 1:7).

– por Dennis Allan (consulta Google)

Maria Tereza Bodemer
Enviado por Maria Tereza Bodemer em 13/09/2018
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