Dia 133 – Mateus 12 – 15. O senhor do Sábado, A blasfêmia, O motivo das parábolas, O inferno, Depósito, Contaminação.

09 de Maio de 2019

Entraremos hoje em uma questão famosa, o sábado; em verdade não bordaremos o assunto hoje, mas quando falarmos sobre Hebreus e Romanos, sem dúvida nele falaremos.

Jesus andava por uma colheita e seus discípulos, que estavam com fome, estavam colhendo das espigas (Mt 12.1), vale lembrar que isso não era roubo, era uma ação autorizada pela lei (Dt 23.25). A questão é que era um sábado e os fariseus o acusaram de ir contra a lei.

Nessa passagem Jesus nos mostra que os Judeus não compreendiam a guarda do Sábado, eles julgavam que nada poderia ser feito, mas de forma hipócrita, por exemplo, acudiam a uma ovelha de seu rebanho que caísse em um buraco.

No mesmo contexto, acusam Jesus de curar em um sábado (vs 12); a verdade é que muitos dos fariseus não estavam buscando compreender as coisas, simplesmente não gostavam de Cristo e o queriam acusar de qualquer modo; a prova disso é que mais tarde, alguns escribas e fariseus vêm até Jesus e lhe pedem um sinal (vs 38)

Um sinal!? Como assim eles querem um sinal? Jesus já havia feito inúmeros sinais, inclusive alguns que eles mesmo criam que seriam indicativos do Messias. Jesus, sabendo do coração deles, e vendo que de fato não queriam um sinal e sim motivos para lhe acusar, não lhes entrega nada, a não ser o sinal de Jonas, ou seja, da mesma forma que Jonas passou 3 dias e 3 noites no ventre do peixe, Jesus passaria no coração da terra (vs 40); O sinal derradeiro seria a sua ressurreição.

Falemos sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo; muitos crentes têm medo de incorrer nesse pecado imperdoável, mas se observamos bem o contexto, veremos que a situação desse pecado é algo bem complicada.

Jesus vem aqui após uma série de demonstrações de sua messianidade, ele acabara de expulsar um demônio que emudecia sua vítima; isso, segundo a crença dos Judeus, seria um dos sinais pelo qual se conheceriam o messias (conforme comentamos no relato de ontem). Os fariseus, profundos conhecedores da lei, também sabiam disso, eles tinham ali a prova de que Cristo era o messias, eles sabiam da verdade, mas deliberadamente não o quiseram receber, antes o acusaram de ter parte com o demônio.

Saber que Jesus é o messias e deliberadamente induzir outros ao erro, atribuindo a obra de Deus ao demônio; isso é o pecado imperdoável. Essa é uma atitude pensada, planejada e arquitetada por pessoas que sabem a verdade, mas optam de livre e espontânea vontade pelo erro.

Mateus entra então em uma série de parábolas faladas por Jesus, algumas das quais falaremos mais a frente, mas por hora iremos nos ater em porquê se falar por parábola.

Jesus a usava por dois motivos, o primeiro é mais simples de se compreender, as parábolas são maneiras para se explicar algo de forma simples; em muitos casos, as parábolas serviam para ilustrar uma situação, como a parábola do bom Samaritano.

O outro motivo é justamente o contrário, Jesus as usava como um filtro a fim de saber quem de fato queria segui-lo. Ao lermos Mateus 13.13-15, Jesus nos explica que o povo não queria aprender, eles tinha o coração duro e por isso Jesus lhes ensinava por parábolas, Ele não jogaria pérola aos porcos; quem de fato quisesse aprender deveria segui-lo e ele ensinaria.

Porque o coração deste povo está endurecido,E ouviram de mau grado com seus ouvidos,E fecharam seus olhos;Para que não vejam com os olhos,E ouçam com os ouvidos,e compreendam com o coração,e se convertam, e eu os cure

(Mt 13.15)

Um detalhe que vale a pena ser mencionado agora é a parábola do Joio (Mt 13.36-43), em sua explicação, Jesus nos deixa claro que há uma clara distinção entre o trigo (os filhos do reino) e o joio (os filhos do maligno), e que no final dos tempos, Deus separará cada um, de forma que os justos resplandecerão como o Sol (vs 43), mas os ímpios, aqui representados pelo Joio, serão lançados em tormento. Vejamos o recorte a seguir

Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. (Mt 13.40-42)

Essa passagem deixa-nos claro a existência de um final muito infeliz para aqueles que vivem na iniquidade. O inferno é real, é muitas pessoas serão lançadas lá. Não pense você que Jesus salvará a todos, embora a salvação esteja aberta a todos, muitos não cruzarão essa porta.

Atentemos para um detalhe singelo, os versos 51 e 52 do capítulo 13. Jesus aqui fala que um escriba que conheça bem o reino dos céus é como um pai de família que tira coisas novas e velhas do seu depósito.

A palavra de Deus é assim; temos sempre aqueles ensinamentos velhos, que já conhecemos de muito tempo, mas são por demais úteis às nossas vidas, de forma que ainda o conservamos conosco; é possível também que nessas coisas velhas encontremos algum tradicionalismo, algo que guardamos no passado mas que de nada tem serventia, é apenas acúmulo dos homens e precisa ser jogado fora.

Mas encontramos também coisas novas, novos olhares sobre a palavra de Deus que nos revelam maravilhas que, às vezes, passam batidas aos nossos olhos; por isso precisamos sempre meditar na palavra de Deus, a fim de observarmos a quantas andas o nosso depósito.

Encerramos falando sobre contaminação. Os judeus tinham diversos rituais de lavagem, “purificavam-se” a fim de não se contaminarem com o pecado alheio; Jesus no entanto vem lhes explicar que nada disso contamina o homem, não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai dela (Mt 15.18). Jesus não fala aqui da contaminação biológica, mas sim da espiritual.

O que sai da boca do homem, isso o contamina, uma vez que vem direto do seu coração, ou seja, de seus pensamento, dito isso, ele explica:

Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem. (Mt 15.19-20)

Adriel M
Enviado por Adriel M em 09/05/2019
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