Para que servem as tribulações?

Não conseguimos compreender o sofrimento que bate à porta. É natural, pois no princípio, não havia sofrimento. Entretanto, a realidade após a queda ( cf. Gn 3) é que tenhamos que passar mais cedo ou mais tarde por tribulações (dores, doenças, sofrimento, etc), faz parte da vida. Jesus nos alerta e nos consola quando diz: Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo. (Jo 16,33).

Lemos no Evangelho segundo São João (4,46-53) que o filho de um oficial do rei estava doente, e este veio até Jesus pedir a cura para seu filho. Jesus vendo a fé do homem, o manda voltar para casa pois seu filho já estaria curado. Assim que ele recebe a notícia que seu filho estava bem, crê não só ele como “toda sua casa”. Observe como de uma tribulação sobreveio a benção. A doença do filho foi ocasião para a conversão de toda a família daquele homem. São Jerônimo (citado por S. Afonso de Ligório) diz que: “assim como as coisas materiais são lavadas com sabão, assim as almas se purificam por meio das enfermidades e tribulações”.

São Paulo apóstolo se gloria até nas tribulações, pois são provas que suportadas produzem a paciência (cf. Rm 5,3; II Cor 7,4)

Assim, podemos compreender que os sofrimentos presentes nos preparam a glória futura. Ora, se queremos ser imitadores de Cristo (I Tss 1,6), não há como alcançar a Glória sem passar pela Paixão (cf. Lc 9,23). Nos ensina S. Afonso de Ligório que “Deus não nos envia as cruzes para a nossa perdição, mas para a nossa salvação” (Meditações, III). E por fim, tenhamos os olhos ( Hb 11,26) fixos em Cristo, certos que os sofrimentos presentes nem se comparam com a Glória reservada aos seus filhos: “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.” (Rm 8,18)

Léo Martins