PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,40-45)(13/01/22)

 

Caríssimos, o estado de graça nasce da obediência à vontade de Deus expressa nos santos mandamentos, nos ensinamentos do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, nos escritos dos Apóstolos e da Santa Igreja; pois, não basta dizer que se crê em Deus, é preciso coerência entre o que se professa e a prática de tal profissão, caso contrário, se cai no pecado da hipocrisia por conta do falso testemunho apresentado.

 

Com efeito, esta liturgia de hoje nos mostra que a vivência da fé não exclui ninguém por mais pecador ou desprezado que seja pela sociedade, porém, isso não significa ser conivente com os pecados praticados, mas sim, de tratar com misericórdia os que foram atingidos pelos próprios pecados. Pois, é exatamente isso o que vimos no Evangelho de hoje em que o Senhor Jesus curou um leproso que lhe suplicou a cura.

 

No entanto, o que mais nos chama a atenção é a desobediência do leproso que havia sido curado pelo Senhor, pois, apesar de receber uma firme advertência para não divulgar a cura, ele fez totalmente o contrário, e com isso, impediu até certo ponto a fluidez da evangelização como o Senhor Jesus o havia planejado. Daí percebemos que nem todos são enviados a proclamar a obra do Senhor, mas todos são chamados à obediência que lhe é devida.

 

São Paulo VI, em sua homilia sobre o dia mundial do leproso, disse: "O gesto afetuoso de Jesus, que Se aproxima dos leprosos para os reconfortar e curar, tem a sua expressão plena e misteriosa na sua Paixão. Torturado e desfigurado pelo suor de sangue, pela flagelação, pela coroação de espinhos, pela crucifixão; abandonado por aqueles que esqueceram o bem que Ele lhes tinha feito, na sua Paixão, Jesus identifica-Se com os leprosos, tornando-se sua imagem e símbolo."

 

Portanto, caríssimos, ainda nas palavras de são Paulo VI: "A Igreja sempre foi fiel à sua missão de anunciar a palavra de Cristo, unida a gestos concretos de misericórdia solidária para com os mais humildes, para com os últimos. Ao longo dos séculos, tem havido um crescendo de dedicação impressionante e extraordinária às pessoas afetadas pelas doenças humanamente mais repugnantes.

 

A história põe claramente em evidência que os cristãos foram os primeiros a preocupar-se com o problema dos leprosos. O exemplo de Cristo fez escola, e deu muitos frutos em atos de solidariedade, de dedicação, de generosidade e de caridade desinteressada."

 

Paz e Bem!

 

Frei Fernando Maria OFMConv.