POETRY

A poesia

Onde está?

Se não na poeira do nada

                                   Em qualquer lugar.

Vejo-a nos mais diversos cantos

Exalando em prantos e sorrisos

Desde o meu espanto

                        Até seu súbito submisso.

Nos dribles do jogador

Que faz um gol ao fim do jogo.

Está no fascínio do logro

                               Obtido sem engodos.

Nos filhos do descaso

Abrigados abaixo dos viadutos.

Esta vívida na carne

Das feridas do vasto mundo.

                                     Desinibida e suja

                             Ora límpida e contida

                                 Nem culpa católica

                               Nem mão estendida.

Surge e ressurge

Adstrita da ótica que lhe fita.

Das igrejas aos bares

Clarão dos cumes d'onde a vida.

Por vezes rude e revel

Dai-me a fome

                       E edifica

Inspira, acalma, e cria.

Aos poetas

                   Vem-nos

Na forma de um abraço

Ora enxovalho:

Rastro lancinante de inspiração.

                                     Inspiração.

                           Assim afamada

Pra alguns, energia

Pra outros, tesão.

Grita-lá não a evoca

Tens vontades próprias

Como o vento seco

Que move os moinhos.

Abriga-se nos vãos

De entre inferno e céu.

A vertigem dos dias

Das noites

                O véu.

Abstração necessitada

De fazer-se concreta a partir

De seu receptáculo: Um outro eu

                          Volúvel ao seu oráculo.

HenriqueBazzí
Enviado por HenriqueBazzí em 15/12/2017
Código do texto: T6199884
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