Me roubaram um poema
Me roubaram um poema
Tenho pena do ladrão!
Vou explicar como um poema nasce,
vou lhe dar a minha explicação:
Ele não gera do nada
Para gerar um poema
Passei por uma dor danada!
Só eu sei o que senti
Quando cada palavra brotava de mim.
Chegava a arder no meu peito
As palavras queriam me engolir!
Mas eu resistente travei uma guerra
A guerra dolorida...
Guerra interna!
Eu abri o peito com minhas próprias mãos
Retirei cada fonema e montei frases então.
Cada estrofe que formava
Eu aliviava;
Em poucos minutos não tinha dor mais não.
Agora não venham me falar:
- Deixa pra lá.... faça outro poema...
Foi a minha guerra
E ele é meu!
Foi uma batalha sangrenta
Só quem é poeta, sabe
O que é ver seu poema ali
Recém gerado na sua frente
Te olhando faceiro
Querendo fugir!
Seu ladrão de palavras!
Não existem palavras para te julgar!
Carrega meu filho com a cara lavada!
Ah, se meus versos pudessem falar!
Não entende que jamais ele te aceitará
Olhará para ele,
Mas ele não te olhará!
E quando o seu peito doer
Ai, aí eu quero ver
Quero ver ter coragem para dizer
Cada palavra que não veio de você!
Pois eu vou olhar para cada palavra
E em questão de segundos
Elas vão se declarar
Elas dançam na minha boca
Se contorcem toda, sussurrando:
- Filho é filho!
Isso ninguém pode roubar!
ME ROUBARAM UM POEMA!