Fuga

Fora sempre o esquisito, o antissocial, o excluído. Começou a frequentar a terapia para melhor lidar com os dedos que lhe apontavam com severidade. Passou a depender das pílulas, as mágicas pílulas para dormir. Dia desses, achou que não seria má ideia dormir e permanecer para sempre no limbo. E lá se foi uma caixa inteira das pílulas milagrosas. No dia seguinte, mais dedos apontados; Ainda bem que ele não mais estava ali para ver, e se estava (nunca se sabe), já não ligava mais. Os dedos "diziam" que ele precisava de uma religião, de Deus no coração. O que ele precisava mesmo era de respeito e compreensão.

Aline Teodosio
Enviado por Aline Teodosio em 10/06/2018
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