DEBANDADA

É osso no poço, no caminho, na estrada, é nesta hora, seu moço, que começa a debandada. Se ficar, já morreu, e se for leva a morte de lado. O que tinha de seu, tudo que tinha de seu, destruído, acabado.

E a estrada, seu moço, a estrada... mão estendida, só osso, calejada. E a vergonha no rosto em brasa estampada... o orgulho ferido na pele curtida, sofrida, enrugada.

Deixa estar, vai vivendo, perdido retirante, teu penar, Deus querendo, acaba num instante. É só chover na terra, é só chover, é só chover na terra, é só chover, é só.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 08/11/2018
Código do texto: T6497981
Classificação de conteúdo: seguro