PRINCÍPIOS

PRINCÍPIOS

Ela, mocinha da roça que na cidade grande se aventurou.
Foi pra lá fincar seu arado.
Tinha princípios próprios.
Seus sonhos eram ser em si mesmo o que se lhe era.
Guardava desejos lustrados com 'óleos da conveniência'. 
Pra ela, o medo era um fantasma bobo que lhe sorria. 

Ele, plebeu-sem-jeito que lia livros sem compreender a estória.
Sentia-se contente, e da absorção da vida, curado.
Próprio em si, eram seus princípios.
Seus projetos eram riscados de colorido às realizações.
Guardava suas conveniências aos desejos que lhe eram presentes.
Pra ele, o medo lhe sorria como se fosse uma fantasma bobo.

Cruzaram caminhos, esquinas, fachadas. 
A princípio se olharam, apenas. Desinteresses 'intuitavam' querências.
Mensagens contemporâneas 'penas para se plugarem na realidade. 
Estudaram suas convergências, principalmente ao óbvio do movimento astral.

Ah, mas as estações do ano passaram como se fossem reticências do tempo. Colheu-se vento, frio, chuva, calor, sol, sombra e primavera florida aspirada de continuismo da vida. 

E depois - sem muito entenderem motivos ou interesses - se apaixonaram...
Cada qual manifestando um mútuo querer entre si. 

(fim)

'o princípio muitas das vezes não é o começo ou o fim - é o objetivo'