Quinquagésimo segundo contopoesia ou chuvas imóveis e pontuais

São tantas chuvas, da mais fina à mais intensa, daquela que é somente bruma à outra espessa, sólida parede de água. Um jardim, uma floresta, como se fosse um filme, como se fosse um álbum. De todas, as menos diluídas são as chuvas no mar, as chuvas no mato, as chuvas na represa. E a mais embaçada, a mais turva é que ainda desce somente dentro da alma. Mesmo no seu consultório, totalmente seco, uma amiga disse que tinha muita água, por conta dos quadros, por conta da fonte. Chuvas imóveis e pontuais.

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 29/11/2019
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