Natal Não é Assim Não

todo mundo está pensando

que este negócio de natal

é assim;

não é assim, não!

é um negócio complicado

que a gente não pode

deixar de ir carregando;

dor e alegria

acabam se misturando.

dá dor ao pensar,

mas tem

saint paul pra rezar.

vira pra cá,

vira pra lá,

a gente se envolve

na coisa, e acaba igual

árvore

bem iluminada,

por luzes, ora ferrenhas

de tristes,

com pequenos rasgos

de alegria,

numa mistura letal.

é porque,

porque é,

é assim:

eu não posso

rir de largar,

mas

eu me deixo,

lentamente,

chorar.

fatos à parte

natal é festa !

congraça daqui,

abraça de lá,

mas, lá no fundo,

imediatamente. eu

volto ao passado

carregado de brumas

e poucos raios de sol.

pô!o ser humano

tem lá suas

desvantagens,

e acontece quase

todos os dias

do ano:

você bate de

fraqueza, ou

também é

julgado por

pensada

banida saudade.

no natal piora,

são beijos,

abraços,

querências

dos feitos.

como dizer:

no natal

você é tudo

você é nada.

mas,

nesta história,

que não quero

alongar,

pois tudo é festa,

muito categórica,

não posso

de deixar de ir

pro canto,

escondido das raízes

da alma, e chorar

de manso.

choro pelo pai

que se foi,

pela mãe bordada

de ausência que

partiu,

e pelo irmão,

precoce,

atropelado pela

eternidade.

por isso

natal é tudo

isso

e não é nada

disso, não.

natal é alegria,

tem remoros

e muita festa.

mas tem também

um pouquinho

de dor,

daqueles que

eram nossos

e foram brincar

de eternidade

com deus.

José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/05/2006
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