LEO V - SORVETE - CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 1 – SORVETE

O tempo passou. Apesar de saber que Leo não estava disposto a se afastar de Bruno, Gilda não soube de mais nenhuma aproximação dos dois. Haroldo estava disposto a reagir, se isso acontecesse, mas não aconteceu.

Mas ainda assim, Leo via o menino furtivamente, de vez em quando, e sabia de cada passo dele através de Tiago que não lhe negava apoio e amizade.

Apesar de toda obstinação, Leo também não queria confundir a cabeça do filho e esperava que ele ficasse mais velho para poder se aproximar mais. Com paciência, esperou e a oportunidade veio, quando Gilda colocou o menino na escola.

Era o lugar ideal para ele se encontrar com Bruno sem despertar suspeitas. A irmã de Tiago trabalhava na creche como professora e abria caminho para ele sem ser indiscreta, desde que ele fosse também discreto.

Haroldo era agora sócio da oficia de autopeças de Aprígio Gomes e tinha melhorado bastante de vida. Gilda tinha seu próprio carro e tinha recomeçado os estudos, fazendo o curso de Letras para poder dar aulas no futuro.

Certo dia, ao entrar na lanchonete no centro da cidade com Bruno, já com cinco anos pela mão, ela viu Leo sentado numa das mesas, tomando um refrigerante.

Ele não a viu, por isso ela aproveitou para passar direto, mas sentiu o menino puxar sua mão.

- Mamãe, olha lá o Leo!

Gilda olhou para o filho, abismada. Bruno a puxava pela mão, querendo aproximar-se do rapaz que ouviu sua voz e virou-se para eles.

Ainda surpresa, Gilda não saía do lugar; Bruno então soltou-se da mão da mãe e correu para Leo, que abriu os braços e o recebeu num abraço gostoso que quase o fez cair da cadeira.

- Fala, garotão! Que bom te ver aqui!

- A gente vai comer um sorvete.

- Tomar um sorvete, corrigiu Leo, rindo e beijando seu rosto.

Gilda aproximou-se dos dois, bem lentamente, perplexa e confusa. Olhou séria para Leo e ele sorriu.

- Oi, Gilda.

- Como... Como ele te conhece tão bem?

- Desde que você o colocou na creche. A gente se vê todos os dias, não é, Bruno?

O menino confirmou, balançando a cabeça e brincando com o chaveiro dele sobre a mesa.

- Senta aí, Gilda. Eu não mordo.

Bruno achou graça da frase e riu. Leo riu também ao vê-lo rir. Gilda não achou graça nenhuma e tirou o menino do colo dele, erguendo o filho nos braços.

- Preciso ir.

- Ah, mamãe! E o sorvete?

- Fica pra outro dia, amor. Eu vou comprar na padaria e a gente toma em casa.

Ela afastou-se e Bruno acenou para Leo que sorriu, acenando para ele também, sem se importar com a zanga de Gilda.

- Tchau, Leo!

- Tchau, meu anjo!

LEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEO V

SORVETE - CAPÍTULO 1

Velucy
Enviado por Velucy em 19/10/2017
Código do texto: T6146745
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