TEACHER - PAIXÃO DISCENTE - CAPÍTULO 5

PAIXÃO DISCENTE – Capítulo 5

Nesse momento, os três viram Laura passando com o professor de Matemática e indo sentar-se numa mesa com ele não muito longe dali. Tereza olhou para Rupert que cruzou os dedos sobre a mesa e ficou olhando para os dois.

- Sabiam que o Matheus arrasta uma asa por ela? – Décio falou, ignorante da paixão de Rupert.

- Mentira! – falou Tereza.

- Sério! Ele só não namora a Laura porque o Inglês e a Matemática não combinam, ele finalizou sua piadinha sem graça, rindo.

- Muito engraçado! - falou Tereza, observando a reação de Rupert.

O rapaz levantou-se e pediu licença aos dois, afastando-se.

- Que deu nele? – Décio perguntou.

- Nada. Ele não está legal. Você não viu?

- Mas o que foi que eu disse?

- Esquece, Décio. Paga uma porção de fritas pra mim, pai fresco?

Rupert não assistiu às outras duas aulas. Ficou deitado na grama do campus até o meio-dia, hora da saída. Depois foi para o estacionamento e ficou perto do carro de Laura, esperando por ela. A professora o viu ali e estranhou.

- Oi... Tudo bem?

- Tudo… Posso falar com você?

- Claro! Aqui mesmo?

- Qualquer lugar… que não te complique a vida.

Laura olhou em volta e disse:

- Vamos até minha casa?

- Sua casa?

- É, estou esperando um telefonema e não posso ficar muito tempo fora... Minha mãe vai ligar de Brasília.

- Tudo bem...

Eles entraram no carro e foram em silêncio até o apartamento dela no centro da cidade.

Rupert entrou no apartamento já sem saber o que o que tinha ido fazer ali. Laura fechou a porta e jogou a bolsa sobre o sofá, junto com a chave do carro.

- Senta aí. Eu vou fazer um café. Fique à vontade.

Ela foi para a cozinha. Ele não conseguiu ficar à vontade. Só circulou por ali e olhou para a tela sobre o cavalete, a que ela acabara de pintar. A paisagem chamou a atenção dele que só tirou os olhos dela quando ouviu de novo a voz de Laura.

- Fica pronto num minuto… Você gosta?

- Do quê? De café…? Gosto…

- Não… do quadro… ela perguntou sorrindo.

- Gosto. É seu?

- É... Hobby, nas horas vagas.

- Devia ser profissão. É lindo.

- Obrigada. Sou melhor nisso do que em Inglês?

- Não quis dizer isso. You are great in teaching English too.

- Thanks… ela falou sorrindo. – Senta.

Ele olhou para o sofá e continuou de pé.

- Não, o que eu vim falar é bem rápido... Eu... não quero tomar seu tempo.

- Alunos não tomam o meu tempo, Rupert. Eles fazem o meu tempo. No que eu posso te ajudar?

- Não vim pedir ajuda. Vim... esclarecer... uma dúvida... que já vem me machucando há um ano...

- Dúvida... machucando?

- É...

Ela pigarreou.

- Dúvida sobre o quê? Algum ponto da matéria que eu...

- Não, não tem nada a ver com o Inglês. Não tem nada a ver com a faculdade. Pare de me tratar como seu aluno, Laura. Eu sou outras coisas além de ser aluno daquela faculdade, poxa! Eu sou gente, sou homem e... estou apaixonado por você.

Laura ficou tão surpresa que mal conseguiu respirar.

- Rupert!

- Pronto, falei! Você queria saber qual era o meu problema. Já sabe. É você. Eu amo você.

Ela sentou-se, confusa.

- Eu sou... muito mais velha que você.

- Doze anos. Você pensa que eu não sei?

- Você é meu aluno...

- Só contaram isso pra você? – ele perguntou, indo sentar-se junto dela.

- Pode ser só ilusão... imaginação...

- Um cara de vinte e um anos não usa mais a imaginação pra se apaixonar, Laura. Ele sente. Ele sabe. Eu amo você.

- O que é uma loucura, ela falou, passando a mão pela testa.

- É só isso que você tem a dizer? Que é loucura?

- E o que você quer que eu diga?

- Qualquer coisa, menos que eu sou um débil mental. Eu sei o que eu estou sentindo e não é conto de fadas. Há centenas de garotas no campus por quem eu poderia me apaixonar e eu já tentei, acredite. Juro que tentei me ligar em várias delas, mas você não me sai da cabeça.

- Como algo inatingível…

- Você não é inatingível. Eu estou aqui com você, não estou? Eu posso te to...

Ela afastou-se dele rapidamente.

- Rupert, por favor...!

- Você quer ser inatingível, não é?

- Pro seu bem e pro meu. É melhor...

Ele levantou-se e dirigiu-se para a porta, disposto a ir embora.

- Rupert! – ela chamou.

Ele parou.

- Por favor... Eu não quero que mude nada entre nós por causa disso. Quero continuar sendo sua professora e sua amiga.

- Fácil pra você dizer isso. Infelizmente eu não sou auto programável.

- Mas pode tentar contornar isso e agir como adulto. Não é assim que você quer que eu o trate?

Rupert ficou olhando para ela e falou:

- O problema, Laura, não é como você me trata... é o que você é. Não posso te culpar de nada... Desculpa por tudo...

- Você vai ficar vem?

- Eu me viro. Sempre me virei… a vida inteira.

Ele abriu a porta e saiu. Laura ficou nervosa e começou a chorar. Pegou o telefone e ligou para Matheus.

- Janta comigo hoje?

- Oba! O que aconteceu? Descobriu que eu tenho seis meses de vida e não sei ou o quê?

- Não brinque, Matheus. Eu preciso falar com você.

- Sobre…?

- Assunto particular, confidencial e muito sério. Preciso da sua ajuda.

- Ok. Te apanhou às sete.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 5

Velucy
Enviado por Velucy em 24/10/2017
Código do texto: T6152050
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