Jovens

Novela

de

Felix Hilton

Capítulo 1

Música de fundo ( Ei, Jude de Steve Woner )

Mary:

Ela olhava para a criança, frágil, de aparência incomum, mas era sua filha, iria amá-la como qualquer outra criança, pensava em seu intimo ( enquanto isso rolam lágrimas de emoção).

Dr.Pedro:

Como é bom ver uma mãe consciente do dom que é o de ser mãe. Deduziu ele ao vê-la emocionada olhando para a pequena Lídia

Mary:

O senhor me disse exatamente o que ia acontecer, já estava preparada, todas devemos estar para receber de Deus o dom de mais uma vida, por mais diferente que seja.

Fernanda acolhe o filho no próprio colo, afaga-o pois esta triste por saber que o filho que havia nascido realmente está com um auto grau de deficiência.

Mãe ouve uma sequência de soluços que nunca tinha ouvido de seu filho. Olha para o alto enquanto continua a afagar o filho.

Fernanda:

Filho, você tem que ser forte, ama tanto a Mary, juntos vocês criam a pequena Lídia, estou aqui para ajudar.

Léo ( com voz mui chorosa, soluçando):

Vão rir de minha filhinha, vão rir de mim, da senhora, de todos, não se i se vou aguentar, tenho só 20 anos, duro para mim. ( chora ainda mais abraçando forte a mãe que o consola).

Lena entra em cena( entra olhando o irmão abraçando a mãe)

Lena: Nem sei o que falar meu irmão. Teremos uma pessoa diferente em casa, mas aprenderemos a lidar com ela, se sorrir, sorrimos juntos. Temos que tratá-la com muito amor, todos da família vão ajudá-lo.

(Lena senta-se ao chão e abraça o irmão que ainda soluça)

Mônica olha para a letra f no celular, mas sua mão não chegavam a tocar a tela, um olhar triste mostra que algo de errado se passara. Faz menção de jogar o celular longe, mas desiste.

Monica está muito triste consigo mesma, se cuida a vários meses para perder as espinhas que começaram a nascer em seu rosto principalmente.

Ela se dirige para casa, anda depressa, não quer ser acompanhada por ninguém.

Casa simples de classe média baixa.

Na casa estão dois irmão e uma irmã, todos mais novos que ela, além dos pais.

Entra sem dar atenção a ninguém e corre para o espelho, ritual que faz todos os dias desde que esta fase começara. Lágrimas rolam ao ver que estava ali, e pior que os dias anteriores.

Grita ( assustando a todos que correm para a porta do quarto) dizendo: Médicos!!!! Covardes, burros, não sabem de nada, ( chora ainda mais alto )

Pai bate na porta, pede para entrar, mãe ao ver que não adianta tenta falar com a filha, em vão. O silêncio diz que ela se deitou e chora.

Abre câmera para o quarto onde a pequena Mônica está aos prantos com o rosto entre as mãos agitando as pernas.

Todos vão à sala e comentam o modo como ela enfrenta esta fase, tinham que fazer alguma coisa.

Tina: Pai, vou passar por esta fase também né?

Lino: Sim filha, mas a sua irmã está tendo mais espinhas do que é comum, por isso está assim.

Rita: Todos passam de alguma forma por este problema, mas é preciso saber encará-lo, veja pelo lado bom, está chegando adolescência e logo será uma jovem.

Tina: Eu tenho uns dois anos ainda. Vou observar daqui em diante a reação de minhas amigas maiores.

Rita: Muito sábia sua decisão.

Mônica sai do quarto, olhos inchados de tantas lágrimas, chama a mãe que a segue até o quarto.

Todos em silêncio somente as observam.

Trêmula Mônica liga o facebook e mostra à mãe a causa de tanta tristeza.

A mãe olha estupefata para imagens deprimentes que denigrem a situação em que se encontra sua filha, pequenos monstros com grandes erupções na pele acompanhada de frases que enojam.

(Ambas se abraçam, a pequena ainda chora, mas tinha tomado uma decisão, não deixaria mais aquela situação a afetar).

Mãe, decidi que não vou mais me preocupar com minhas espinhas, querem se divertir à minha custa, são mal educados, mas você sempre me educou muito bem. Desculpe-me!

Rita: Sim minha filha, somos fortes, que bom que decidiu assim!

Um novo abraço agora, mas com sorriso que logo se transformou em gargalhada.

Lino ao ouvir as gargalhadas e nada entendendo, solta um suspiro , seguido do suspiro de cada um.

Correm para a porta e alegres ouvem as duas conversando, ouve-se estalos de beijos.

Pai e filho saem sem olhar para trás, ambos se olham, tristes. Novamente o sonho de seu filho não se realizaria.

Pai: Meu filho, você fica estressado quando vem ao campo fazer a peneira, os seus lances foram bons, mas errou em posicionamento, e uma das vezes saiu pelo lado errado da jogada. Mas sei que você tem futuro

Micael: Sim pai, também sinto isso, talvez não seja a hora de eu me dedicar a treinos intensos, mas não vamos desistir, daqui a dois meses teremos outras peneiras, quero participar de várias.

Entram no carro ( modelo popular )

Pai, dirige em silêncio. ( Mesmo o filho tendo falado aquilo sabia que por dentro ele estava magoado).

Entram na garagem aberta com portão eletrônico já acionado e descem indo para a sala.

Marisa: Pela carinha do meu filhinho não temos boas notícias. Mas já sabemos que quando temos um dom devemos correr atrás de colocá-lo em prática.

Micael:

Sim mãe, não vou desistir, preciso treinar mais, errei pelo nervoso creio eu. Conseguirei!

O pai sem falar nada, abraça os dois que olham-se com amor e ternura.

Micael:

Tenho muita lição para fazer!

( Fala com um certo entusiasmo e vai para o quarto)

Frases finais de uma música( 29 Palms de Robert Plant) na voz de Twyla ,muitas palmas/ noite/Mutley Music Bar/ iluminação baixa

(Twila Correia, a vocalista da banda, cumprimenta a plateia, junto com os demais)

Depois do show ela senta-se com galera que a tinha aplaudido muito.

Twyla: Obrigado aí galera, fizeram um festão hein!!!!Gostei de ver a alegria de vocês.

(olha exclusivamente para o Lima que também retribuía o olhar).

Lima: Sente-se . Estou me sentindo um peixe fisgado

Twyla: Você percebeu!!!!!! E deu um leve sorriso.

Marta: todos vimos a troca de olhares. Como é bom a paixão fluir pelo nosso sangue, também estou nesta fase.

(Foco na Marta e seu namorado, beijam-se socialmente, mas demonstram desejo)

Câmera volta para Twyla, que se senta ao lado de Lima e o abraça.

Twyla: Cantei para você meu amor. ( sussurra no ouvido dele) .Amanhã quero jantar no Quintal do Peperone.

Lima: Estarei lá, mas agora vou ao trabalho.

Beijam-se e ele sai.

Renato acordando/5 h da manhã/mal-humorado/int. madrugada/mulher ao lado nem se meche

Ele carinhosamente beija sua amada que não reage.

Vai ao banheiro

Lava bem o rosto, escova os dentes e pega roupa e toalha para o banho. Esbraveja contra a situação “ Porquê”?????

Renato pega a pasta de trabalho, agora já de terno e com um sorriso no rosto vai ao ponto de ônibus.

Olha preocupado para o relógio. Várias pessoas pegam sua conduções. A de Renato demora. São 6:30, ele entra às 8h na empresa. Vai dar tempo. Quinze minutos depois, lá vem ele, lotado, mas ele entra.

Sem perder o charme natural, mas com vergonha da situação fica em posição de melhor se segurar pois sabe que há muitas curvas no caminho.

Close nele agora com um semblante de sono, olha para o relógio, são 7: 15, o ônibus chega ao metrô.

Serão sete estações. Após a fila da bilheteria, entra no metro que sai em alta velocidade,.

Close nele, com um ar sereno, está tranquilo, chegará no trabalho antes do horário.

Desce do metrô, caminha para pegar o último ônibus, pegaria um táxi se visse que não daria tempo, mas o trânsito de manhã naquela região é muito pesado, os corredores de ônibus trabalhariam a seu favor.

A espera último ônibus, senta-se no ponto de ônibus, são 7: 40, até a empresa são dez minutos no máximo.

Renato olha para o relógio, são 7h51 min, muda o semblante e começa a agir, procura um táxi, não avista nenhum. Em seis anos de empresa, primeira vez que chegará atrasado.

Semblante já modificado pela situação, está visualmente exausto, mas não quer demonstrar, se reanima e aceita que perdeu a jogada, todos estranhariam, mas teria que levar na esportiva. Liga para o escritório e avisa que chegará um pouco atrasado. Alô, olá Sidnei, hoje pela primeira vez vou me atrasar um pouco.

Sidnei: O que houve? Algum problema?

( Ele mente, não quer passar vergonha pela situação)

Renato: Sabe como é, mulheres às vezes exageram, acabei me atrasando, mas....

Sidnei: Sabe que não há problema, sabemos que você é extremamente esforçado, ao chegar venha falar comigo, tem um projeto do qual quero que participe.

Renato: Logo chego ai.

(Desliga o celular)

O ônibus chega em seguida.

Corta para a chegada na empresa

Depois de cumprimentar ao colegas de trabalho adentra ao setor de Sidnei: “ Reportagens Especiais.”

Já restabelecido da viagem e visualmente bem, bate na porta.

Sidnei: Entre!

Renato abre a porta, cumprimenta o seu chefe imediato e senta-se.

Arena de circo/ cair da tarde/ int.

Naquela manhã tinha sido feitas várias inscrições. A turma 2017 parecia mais animada que a anterior, muitos permaneceram, o que demonstra que a didática usada está sendo aprovada pelos alunos. Vinte e dois anos de aulas e a cada turma uma nova experiência.

Pietro: Vamos então preparar as aulas de acordo com o que cada um apresentou, vamos iniciar tentando colocá-los de acordo com o que disseram ser suas expectativas, mesmo para provar a eles que não é o melhor caminho.

Rodrigues: Esta tática sempre dá certo, o modo como eles veem as atividades circenses são sempre , ou quase, diferente daquilo que o corpo está preparado para fazer.

Pietro: Só a prática vai mostrar o que realmente somos, a partir de quando testamos nossos limites. Cada salto, cambalhota, desafio nas alturas nos mostra o caminho a seguir.

Sandra entra na arena, olhar fixo nos dois que a observam.

Sandra: Vim fazer minha inscrição. Ainda há vagas?

Rodrigues: É claro que sim!

Os dois sentam-se, ele faz uma série de perguntas que o entusiasmam. Sabia que ali teriam uma estrela.

Rodrigues chama Pietro e resume a entrevista.

Pietro acha perfeito demais o que ela dissera, e preparam para uma apresentação teste.

Sandra está diante de vários desafios aos quais já havia vencido todos muitas e muitas vezes.

Com muita destreza e altíssima qualidade ela mostra seu potencial em cada uma técnicas apresentadas.

Os dois a olham e ao final batem palmas e ficam de é a aplaudir.

Sorrindo Pietro diz: Estamos formando uma turma de alunos, não de professores.

Sandra: Obrigada, mas quero estudar com vocês, como eu disse, venho de Pernambuco, lá aprendi tudo com meu pai, ele faleceu a mais de um mês e eu resolvi vir para São Paulo.

Rodrigues: Sempre temos algo a aprender, seja bem vinda!

Sandra sai ( close nela saindo) ( em seguida para eles) enquanto os dois comentam a preciosidade que tinha na equipe. Muitos tinham qualidades, mas ela era muito especial.

Capítulo ll

Dr. Pedro: Apesar da situação diferenciada de sua filha ela não precisará ficar internada, pulmão, coração e demais órgão funcionam perfeitamente, a deficiência física o impedirá de ter uma vida como os demais, mas mesmo assim é uma vida e deve ser tratada com amor.

Mary:

Sim Dr. Pedro, minha família logo se apaixona por ela, quando verem nem saberão que há diferenças. Estas nos fazem ser melhores e nos unem, sei disso!

Dr. Pedro:

Seu esposo acabou de chegar, vai entrar em minutos, vou conversar com ele um pouco.

Mary:

Obrigado Dr., por tudo. ( E soltou um sorriso marcante)

Dr. Pedro sai da sala

( Close nele cumprimentando o Léo)

Dr.Pedro: Venha até meu consultório, por um momento!

( Diz com um leve sorriso demonstrando simpatia)

Sentados o Dr.Pedro olha para o rapaz, um jovem de 22 anos que tem pela frente uma missão que se levada com amor é difícil, sem este sentimento, diria que é impossível.

Dr. Pedro:

Caro Sr. Léo, por vir aqui vejo que está pronto para conhecer a sua filha,a pequena Lídia, o que posso te dizer é que vamos acompanhar ela durante toda a vida, talvez eu não dure tanto, disse sorrindo.

Ela terá uma série de barreiras, mas juntos daremos a ela uma vida digna e confortável.

Léo:

Já sabíamos do estado dela, o Sr. nos detalhou, eu tinha um pouco de esperança de não ser tão grave, mas realmente estou aqui por que quero abraçá-la e à mulher que tanto amo. Já posso ir vê-las?

Dr. Pedro:

Sim , vejo que está muito consciente. Vá lá, quarto de enfermaria número 18.

Sai e vai imediatamente para o quarto. Coração bate rápido. Havia discutido com a mulher, precisava abraça-la.

Close no rosto dele

Sem bater na porta ele entra, olha para a mulher que tanto ama, para a filha, e naquele momento nada de errado via, só paixão e saudades.( Close no casal e na filha) Abraça longamente a mulher, beija delicadamente a filha, chora, estava lavando a alma, estava lavando os preconceitos, estava dizendo sim : Eu as amo!

Fernanda abre a porta, observa a cena e sem fazer barulho sai.

(É um momento deles, pensou, esperaria na recepção).

No pátio da escola/dia/foco nela caminhando e alguns alunos a observando.

Na escola, rosto sereno, cumprimenta a alguns, anda com ar de tranquilidade e senta-se em um dos bancos. Pega o celular e fica despreocupada a olhá-lo.

Fabiana: Bom dia minha amiga!

Mônica: Bom dia, sente-se.

Fabiana: Parece animada hoje!

Mônica: Estou sempre animada, é que as vezes fico um pouco na minha.

Fabiana: Legal, vou subindo para a classe, tem prova hoje.

Mônica: Vai lá, no intervalo conversamos.

Mônica vai para a sala de aula, entra e senta-se no lugar de sempre, abre o livro de matemática e olha atentamente.

Vera: Olá dona Mônica. Tudo bem com você?

Mônica: Ótima. ( respondeu sem olhar para a colega de classe)

Vera: Não teve pesadelos?

Mônica: Não, só tenho sonhos bons, não deve acontecer o mesmo com você. ( Disse ainda sem olhar para ela).

Vera se irrita e vai para sua carteira.

Chegam então, um a um os outros alunos, Vera fala em voz baixa com as amigas. ( Close nelas cochichando).

Nada compreendendo , deixam seguir a aula, mas passam entre elas fotos de pequenos monstrinhos purulentos,( foco nos alunos passando as figuras entre eles, que riem ) um deles chega às mão de Mônica, que olha e sorri. Nada diz, nem olha para ninguém. ( Foco na fotografia nas mãos dela).

Mônica e Fabiana sentam-se e começam a conversar, ao longe colegas olham para as duas que sem se importar riem.

( close nas colegas olhando e rapidamente para as duas)

Mônica: Então é isso, em nossas vidas temos grandes transformações, sociais e corporais, temos que estar prontos para tudo, acho que esta fase está me dizendo: “Cresce garota, logo serás uma mulher”. Quero é me dedicar a ser uma jovem com muitas qualidades.

Fabiana:

Te admiro minha amiga, bom que encara assim, e sorrindo se abraçam

Mônica: Vamos andar por ai?

Fabiana: Sem receio nem vergonha! Grande Monik

Mônica: Gosto quando me chama assim: Monik

As duas andar pela escola, sem se importarem com nada, nenhuma das meninas teve a coragem de abordá-las.

Narrador:

Depois daquele dia Micael se esforçou ainda mais nos estudos, queria passar em uma das peneiras e iniciar sua vida de atleta, doze anos é uma idade ótima para começar, já tinha muitos e muitos troféus de campeonatos regionais, agora queria alçar voo, como sempre diz o pai.

(Cenas do Micael na sala de aula, nos jogos de final de semana, cuidando da irmãzinha que ainda gatinha, estudando em sua escrivaninha, jogando vídeo game).

Pais e filho, estão no campo de futebol, a mãe se ajeita na arquibancada, queria participar mais da vida dos dois, achava-se distante, mas depois de conversar com o esposo, acham que a falta de apoio dela esteja influenciando nos treinos, eles eram muito apegados.

Marisa: Vai lá filho, mostra que você tem muito talento!

Micael acena para a mãe que retribui.

Rodrigo:

Vai lá filho, vou sentar junto de sua mãe.

(close no menino entrando em campo e cumprimentando os demais, todos vestidos e prontos para mais um treino).

Os dois observam o técnico a organizar os times, Micael é centro avante, mas sonha em ser atacante.

Jogo em campo de estádio/todos com uniformes/ext./dia

Inicia o jogo

(foco em lances dos jogos , dois ou três do time em geral dois do pequeno Micael, inclusive um belo gol dele).

(close nos pais vibrando e por ora se abraçando)

Muitos pais estão na arquibancada, todos entusiasmados, o Brasil tem um amor pelo futebol que faz com que a produção de grandes jogadores nunca pare.

Os filhos, em sua maioria vão ao encontro dos pais, e esperam pela decisão sobre a formação do time para o campeonato que irá iniciar em 18 dias.

Geraldo: Venham todos aqui, vamos ler os nomes e as posições de cada um, os que não estiverem na lista vão continuar treinando normalmente, mesmo por que às vezes temos de fazer substituições, alguns dos jogos serão aqui mesmo, infelizmente não tem vaga para todos, são todos ótimos, mas vamos lá.

Chamando uma a um, a vibração era intensa, a cada nome a esperança de alguns ficavam mais distantes, mesmo porque jogavam em posições iguais, ao chamar Micael, abraçaram-se e vibraram.

De tão emocionados, o pequeno Micael nem percebeu que fora chamado na posição de atacante pela primeira vez em dois anos no time.

Só caiu em si quando vieram cumprimenta-lo parabenizando-o.

( foco nas cenas onde ele recebe a informação da posição de atacante e é parabenizado pelos amigos).

Fecha a cena com ele acenando para o treinador, que retribui, ele beija a camisa e vai ao encontro dos pais.

Renato, sem demonstrar cansaço ou desânimo, afinal de contas, é a primeira vez em seis anos que o carro quebra e não dá tempo para consertá-lo antes de ir ao trabalho. Foi levar a esposa para jantar e na volta, mais de meia noite, o carro parou sem motivo aparente.

Renato: Quais as novidades meu amigo? Estou curioso!

Sidnei: Vou falar, mas por enquanto não saia daqui o assunto. Uma bomba jornalística e quero que você faça toda a pesquisa.

Renato: Vamos, lá. Joga na mesa o assunto! Pelo jeito vai ser um assunto bem complexo.

Sidnei: Toma um suco, um café, o que for e venha aqui em dez minutos, vou separar um material e levar para a sala de reuniões, a secretária Aline já está sabendo que não poderemos ser interrompidos.

(Close no Renato tomando um café e conversando com um dos colegas), passa o close para (Sidnei separando relatórios e levando para outra sala).

Fecha o close nos dois lado a lado, olhando uma série de documentos.

Renato: Eu bem que desconfiava que tinha algo por trás destes fatos.

Dr. Plínio afirma que o pico de Microcefalia em novembro de 2015 não se deve ao Zikv.......Mas isto é realmente uma bomba jornalística. Terei de ver riscos, já que tudo é direcionado para o pobre mosquito.

Vou ler tudo. Amanhã estarei com o material na ponta da língua.

Rosalina: Fia, minhã vo levar sua irmã no médico. Tem exame marcado, você cuida dos otro irmãos e de comida a eles, voltio em dois dias.

Risinha: Tá mama, cuido sim, Tiaguinho num qué i prá iscola naum! Só vai se ôce tive pur aqui.

Rosalina: Dexi intão, num avexe ele naum!

As crianças já estão todas deitadas, a mãe dá instruções à filha mais velha e também vai para o quarto.

Larinha chora demais, faz tempo que Rosalina não dorme direito, mas ela não deixa que o estresse a faça maltratar os outros filhos, o esposo a deixou depois que nasceu a pequena com microcefalia.

Close na mãe com a filha no colo com uma bolsa pequena de viagem onde leva o mínimo necessário, não há espaço para quase nada, a van cedida pela prefeitura de Pernambuco vai com muitas crianças com os mesmos problemas.

Twyla chega ao Quintal do Peperone no cair da noite, cumprimenta os garçons, alguns clientes que acenam para ela, e vai direto para a mesa de 10 lugares já reservada para eles.

Monique: Sente-se perto de mim, tenho novidades!

Simoni: Todo dia você tem novidades minha amiga, vida atribulada, não para um minuto!

Twyla senta-se na cadeira que a esperava e começa a conversar com a amiga, os demais conversam entre si. (Foco em Twyla e sua amiga).

Monique: Tenho acompanhado a extensão de seu sucesso, que a cada dia vai além de fronteiras, já te conhecem em muitas cidades ao redor de Taubaté, mas eu acho que se você se inscrever no De Voice , você arrebenta!

Twyla: Eu acho que ainda não é hora, faço muitos shows, sinto o público, sei que serei reconhecida, mas, e se eu não fosse aprovada? Isso me atrapalharia, é o que eu acho.

Monique: Minha amiga, nós que estamos de fora, vemos melhor. Você arrebenta em seus shows, mas está na hora de expandir, o mundo precisa ouvir sua voz.

Twyla: Obrigada minha amiga, o que seria de mim sem você e a Simoni, aliás, ela tem a mesma opinião?

Monique: Sim. Resolvi conversar com você antes , mas ela já sabe que estamos falando sobre isso.

Olham para a amiga que acena com um sorriso de quem percebeu que tudo corria bem.

Twyla: 2015, números bonitos para um start.

Monique: Sim , a sua voz está perfeita, vão virar as cadeiras em sua primeiras notas, são irresistíveis.

( Foco na mesa, todos alegres conversando)

Rodrigues e Pietro chegam cedo para a primeira aula do ano, são 34 alunos inscritos.

( close no primeiro aluno que chega)

Gonçalo: Bom dia .

Rodrigues: Venha, sente-se a qui!

Pietro: Pronto para mostrar a si mesmo seus limites, encarar as alturas, crescer junto com seus colegas!

Gonçalo: Sempre pronto!

Rodrigues: Assim que se fala.

Enquanto conversam vão chegando outros e outros.

( close na entrada dos alunos)

Sandra entra, pouco antes de iniciar a aula, umas das últimas, nenhum faltou ou se atrasou.

Pietro: Bom dia a todos!

O palco é todo de vocês, vão se aquecendo do jeito que estão acostumados, temos muito a aprender, e muitos de vocês a nos ensinar, certamente.

Os dois ficam observando o aquecimento de cada um, e orientam eles em caso de necessidade, observam que conhecem bem as técnicas, poucas correções, principalmente ligadas a postura e rolagem, de forma a tornar mais eficaz e apresentável, uma maior leveza.

Renato, um dos alunos passa a observar as qualidade de Sandra, trocam sorrisos, ele vai mais perto dela, passam a aquecer juntos na fase de duplas, onde um ajuda o outro.

Pietro a observa, são 20 minutos importantes para a aula, mostra a facilidade dos movimentos dos alunos e ele está entusiasmado com vários alunos.

Eles fazem aquecimento e se inspiram, um levanta o outro nas mãos, cabeça com cabeça, ora um ora outro, giros sob o próprio eixo e vários outros movimentos que passam a chamar a atenção de todos.

Uma hora depois, chegam os artistas que se apresentam no circo toda semana, alguns há anos.

Os alunos aplaudem. Vieram às aulas devido à apresentação de muitos deles.

A cidade tem o privilégio de ter um circo armado a muitos anos. Pouco viajam, e quando ocorre a população reage, certamente com ciúmes.

O terreno é da família de Rodrigues, usam sem problemas, a lona, apesar de desgastada tem poucas goteiras, esta sempre em manutenção, feita pelo jovem Aristeu.

Pietro:

Caros alunos, agora vocês serão observados por eles também. Quero que façam movimentos os mais variados, estaremos anotando cada passo, e a partir daí faremos grupos ligados a cada técnica. Mudaremos se preciso na sequencia do curso.

Vamos lá.

Ação!

Fecha a cena em vários alunos fazendo pequenas demonstrações.

Capítulo lll

Mary: (Fala chorosa): Sabia que você viria, olha tua filha, somos uma família não somos?

Léo: Se temos que passar por isso, vamos passar juntos, não me importam o que dirão! Pensando melhor me importo sim! Vão dizer:

-Ao olhar eles juntos só vemos alegria, não há espaço para tristeza, veja como são felizes, a pequena Lídia , apesar de tudo sorri!

Mary: Que lindo meu amor, nunca deixarei que esta alegria se apague, seremos felizes.

Abraçam-se de novo, ele beija a filhinha.

Léo: Peço desculpas minha filha, por duvidar que é possível amar a diferença, para mim você vai ser sempre uma princesinha, igual sua mãe.

Dr. Pedro estava entrando vagarosamente e chegou a ouvir esta última frase. Emocionado dirigiu-se ao casal:

Muito bom vê-los assim, será ótimo para a pequena Lídia e para vocês, é uma experiência única. Vou liberá-la. Deixe-me fazer exames de rotina e já os deixo ir.

Léo: Obrigado Dr., aguardo com a sua sogrinha lá fora.

Mary: Que bom que ela veio, fala que já vamos.

Léo e Fernanda sentados conversando

Léo: Sua nora é o máximo, e a Lídia é linda, cuidaremos muito bem dela.

Fernanda: Como é bom ouvir isso filho. Ela é linda sim, e vamos sempre paparicá-la, muitos vestidinhos, chapeuzinho, lacinhos, vai ser nosso xodó.

Em alguns minutos o Dr. chama os dois para irem buscá-la.

Mary: O parto foi fácil amor, a Lídia é muito tranquila.

Léo: Que pena eu não estar com você. Mil perdões. Mas agora compreendo, o amor não tem barreiras, temos muito a aprender nesta vida.

Fernanda: O importante é que vocês vão passar por tudo, junto de mim e de muitos que os apoiarão. Verão que não é bicho de sete cabeças como dizem.

Mary entra devagar, devido a cirurgia, Léo entra em seguida com a pequena Lídia no colo e por fim a mãe.

Lana: Quero ser a primeira a pegá-la.

Léo: Com cuidado! Ela é muito frágil ainda.

Lana pega-a no colo, dá uma bicoca na testa dela e pela primeira vez a chama de irmã.

Lana: Minha irmãzinha, mãe ela é linda!

Fernanda: Sim meu bem, muito linda!

Todos olham para ela, que ainda está dormindo, ou quase, apenas balbucia e com dificuldade abre os pequenos braços.

Mônica vai para casa toda alegre. Sem dizer uma palavra enfrentou muitas, era uma heroína, a mãe e os irmãos se orgulharão dela.

Mônica: Mãe, mãe, deu tudo certo.

Agi como disse que faria e ninguém nem se atreveu a me ofender de novo!

A mãe que estava no quintal vem ao encontro da filha, depois de abraços e beijos, parabeniza a coragem dela.

Mônica: Mantive-me na minha , fiquei conversando com a Fabiana, desprezei as ironias, fingi que não vi. Logo verão que estavam erradas, somos todos aprendizes nesta vida, né mama?

Rita: E mantenha a postura, se tiver alguma mexendo com você, vá próximo de alguma colega, professor, servente, quem estiver por ali. Mas sem medo, como se estivesse caminhando calmamente.

Mônica: Mãe. Diz pra mim. Você passou por situação semelhante, me ensina com tanta eloquência.

Rita: Sim filha, mas também vi muitas passarem por esta fase na escola. Sei bem como é, e na época não tinha internet, hoje é pior.

Vamos esquecer o assunto, temos de ir ao centro hoje, seus irmãos estão na casa da tia Nina.

Mônica: Ok! Mama, vou almoçar e vamos.

Rita : enquanto isso vou acabar de fazer o bordado do nenê da prima Regina.

Mônica: Depois quero ver , tenho curiosidade de aprender, mama, mas acho que nunca vou conseguir.

Rita: Cada barreira que vencemos, estamos mais prontos para construir nossa vida, mas há batalhas que não precisam ser travadas. Quem sabe um dia né filha.

Mônica: Mama, filosofando hein. Linda frase! Você é a maior. Risos.....

As duas estão nas lojas a olhar vitrines, Mônica está a observar adolescentes em sua mesma fase, e percebe que não é a única, mas há muitas , em sua escola mesmo, tem várias, já não liga, agora quer crescer. Sonha em ser uma profissional, formada por uma ótima faculdade, nem sabe ainda qual carreira seguir.

Mais uns passos e Mônica passa a observar todas as expressões, tipos, modos de vestir, posturas, percebe então a grande variedade de pessoas, e reflete.

Rita: Filha, está tão quieta!

Mônica: Estou observando mama, quantos tipos de pessoas tem em nosso mundo. Queria poder conhecer tanta gente.

Rita: Mas vai filha, muita gente mesmo, quantas passam pela nossa vida, cada uma com uma bagagem, experiência, tantas alegrias e tristezas.

Aprendemos muito com as experiências alheias, mesmo na sua idade, a adolescência de hoje tem uma grande sabedoria, coisas que nunca imaginamos saber fazem parte do cotidiano de vocês. O que será da próxima geração?

Rita: Chegamos filha.

Mônica: Mas aqui é o cinema.

Rita: Sim minha, filha, faz anos que não assisto ao cinema, vamos com a mãe!

Mônica: Claro, surpresa legal!

A mãe mostra à filha os bilhetes já comprados anteriormente.

Mônica: Tudo planejado. Que ótimo mama.

Mônica pega os bilhetes e lê. O melhor filme mãe, esse é bom demais, a Fernanda já assistiu, vamos lá.

(Fecha o close nas duas alegres entrando na área de acesso às salas de cinema.

Micael: Mãe, a senhora me trouxe uma benção, tá vendo, depois de dois anos estarei jogando em minha posição, obrigado pai, meu brother.

Todos se abraçam e o pai resolve comemorar.

Rodrigo: Vamos, comemorar, almoçando uma comida muito especial, sem muita carne, mas com muito sabor, bom para um futuro atleta.

Marisa: Vamos lá, já até sei. Bom demais!

Micael: Ôba, comida japonesa!

Chegando ao Ching-Ling, os três sentam-se e conversam sobre o próximo passo, passar na peneira.

Micael: Pai, não fique chateado, você tem sempre ido comigo, mas a mãe trouxe esta benção, quero que ela vá na próxima peneira, liga não né?

Rodrigo: É claro que não, é ótimo, sua mãe resolveu que vai estar mais perto de seus treinos, talvez não todos eles, mas certamente vai na próxima peneira e em outras quando preciso.

Marisa: Vou sim filho, amei estar lá hoje, ver seu lindo gol, a adrenalina da chamada para o time, só foi mal para quem ficou de fora.

Micael: Em especial, o Antone, ele não gostou nada, preciso ligar para ele depois.

Depois de saborear o pai apresenta ao filho mais um presente.

Rodrigo: Filho, agora sabe onde vamos!

Micael: Achei que íamos para casa assistir um filme, fazer a digestão.

Marisa: Se bem conheço seu pai, vai querer comprar algo.

Micael: Ôba paizão, pelos acontecimentos de hoje, deduzo que seja algo para futebol, uma bola, meiões....camiseta do Corinthians nova, ...

Rodrigo balança a cabeça dizendo sempre que não.

Vamos lá. Na loja vemos.

Os três andam pela loja ( close em alguns artigos ligados a vários esportes), e vão em direção aos itens relacionados a futebol.

Micael: Pai, me fala o valor, e eu vejo o que pode comprar.

Rodrigo: Fica tranquilo filho, hoje é um dia muito especial, sei disso, o que mais você precisa para o campeonato que vem por ai?

Micael: Ah, pai. Certo que uma boa chuteira.

Ele então vai até o setor. Olha para cada uma delas , testa o material, veste algumas, anda para ver a maciez e calçamento, até que escolhe.

Marisa: Ótima escolha filho. Ficou muito bem em seus pés. Esperto! Colocou os dois pés. É o correto mesmo.

Marisa: Amor, já que estamos comemorando e eu afinal de contas ajudei, vou pegar um presentinho prá mim.

Rodrigo: Vai lá, vocês dois merecem, eu também é lógico, mas hoje não vou querer nada.

Marisa exibe sua roupa de ginática, e o filho sua chuteira, a pai paga as compras e vão para o carro.

( Close neles conversando alegremente no carro)

Micael: Pai. Depois eu queria ver como ficava a narração do meu gol de hoje. Aliás mãe, este é o décimo oitavo que faço desde o início dos treinos, mas é que minha posição é mais atrás, agora não, tô feliz demais.

Os três entram em casa e se jogam no sofá.

Marisa: Vamos fazer a digestão assistindo em bom filme.

Micael: Ótimo, porque estou cansado.

(close nos três, um deitado sobre o outro)

Cena 64- Recepção da empresa jornalística/dia/int.

Sidnei: Assim que o Renato chegar, mande-o à sala de reuniões.

Aline: Sim, Sr. Sidnei.

Sidnei parece preocupado, tinha lido todo o material cuja cópia entregou a Renato, envolvia o governo, aquela matéria poderia alavancar o jornal ainda mais, ou...mas como há um combate à corrupção generalizada, não deveremos correr riscos, mesmo porque nosso jornal tem um nome muito forte no mercado.

Seria cuidadoso, na tarde de hoje tem reunião com advogados para saber como falar sem incorrer em algum erro leigo.

(close no Sr. Sidnei, pensativo)

Volta a realidade do escritório quando ouve um leve bater na porta seguido do anúncio da chegado de Renato.

Renato entra, com um ar também pesado, Sidnei percebe que ele também se impactara com a gravidade da notícia que deveriam dar a tantas e tantas mães que sofrem com os filhos e filhas com a microcefalia.

(close nas expressões de ambos, preocupados com o tema a abordar)

Renato: Bom dia

Sidnei: Bom dia, situação difícil a nossa hein!

Coragem?

Renato: É claro que sim, a população afetada tem que saber da verdade, e devemos levar a todos a apoiar o Dr. Plínio.

Fiz alguns levantamentos, uns a favor do Dr. Plínio, outros contra, teremos que nos aprofundar no assunto, se possível chegar até ele.

Até o dia 30 de janeiro de 2015 , foram notificados, segundo o Ministério da Saúde, 4.783 casos suspeitos de microcefalia, má-formação que prejudica o desenvolvimento do cérebro do bebê.

Destes, 404 casos de microcefalia foram confirmados - 17 têm ligação confirmada com o zika vírus, os outros estão sendo investigados.

A vacinação, segundo Plínio, vacina tríplice teria sido administrada em larga escala em mulheres em idade fértil entre novembro e dezembro de 2014 por causa do aumento do número de casos de sarampo em Pernambuco e no Ceará (neste último a vacinação teria durado até meados de abril), após a Copa do Mundo.

"Se a mulher em período fértil engravidar em até três meses após a vacinação ou se estiver grávida, no início da gestação e não o souber, os efeitos do Rubella virus da vacina tríplice são devastadores ao feto e são conhecidos há décadas", afirma na denúncia.

Renato: Veja que a recomendação dada por Plínio é de três meses, agora veja abaixo:

“ De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, a vacinação contra o sarampo durou de 8 de novembro a 22 de dezembro, durante o calendário nacional de vacinação. A pasta informou ainda que mulheres em idade fértil que tomaram a vacina tríplice viral foram questionadas se estavam grávidas e advertidas a evitarem uma gestação por 30 dias”.

Renato: Aqui a recomendação já é de trinta dias

Sidnei: E quem está correto?

Renato: Veja esta informação!

“O virus da rubéola só é realmente perigoso quando a infecção ocorre durante a gravidez, com invasão da placenta e infecção do embrião, especialmente durante os primeiros três meses de gestação. Nestas circunstâncias, a rubéola pode causar mal-formações congênitas inclusive a microcefalia com retardo mental ou espinha bífida).

Sidnei: Estranha esta divergência de tempo, e mais ainda a questão de grande parte dos casos não ter explicação clara, está em estudo: dizem!

Renato: O Dr. Plínio enfatiza que o pico máximo dos casos em Pernambuco corresponde a um primeiro trimestre de gestação entre janeiro e abril de 2015 com nascimentos microcefálicos. Período em que muitas mulheres em idade fértil foi vacinada na região nordeste.

Sidnei: E ele faz a ligação dos fatos. Dificil não encontrar aliás, mas vamos adiante.

Renato: Ele aceita que o mosquito transmita o ZikV, mas não é o fator gerador principal.

Sidnei: Sim , para ele foi a vacinação.

(Fecha o close em ambos, pensativos)

Renato: Terei que ir mais fundo. Vou à faculdade de Medicina, lá terei respostas exatas sobre tal problema, a internet tem muita informação que não podemos levar em conta, infelizmente.

Na arena do circo todos estão demonstrando e ao mesmo tempo se divertindo, alguns optaram pelo trapézio, esses acompanhados de perto pelo profissionais, outros pelo lançamento de facas, inicialmente com bonecos presos, logicamente. Outros ainda manuseiam as bolinhas, duas três, quatro, de uma vez.

Cambalhotas, abertura cento e oitenta graus, contorcionismo, equilíbrio, enfim cada um tinha várias qualidades, alguns se destacavam por movimentos mais técnicos, maior suavidade, mas são muito bons.

Os artistas orientam cada um deles, mostram erros, incentivam quando preciso.

Martins: Brother, turminha legal hein, novatos e os mais antigos estão interagindo, vejo sinceridade nesta turma.

Radan: Olha a qualidade daquele ali, cara, imagina daqui uns meses, vamos ter que aprender com ele.

Halfeu: Todos são bons, alguns são ótimos, a moça ali, parece uma nordestina das boas, não canso de olhar os movimentos dela.

Rodrigues: Temos realmente uma turma bem especial, mas todos temos que aprender, são muitas técnicas circenses, temos quase um ano para transformá-los naquilo que realmente são, nem eu nem vocês, nem els ainda sabem.

Felipo: Arrasou, é isso ai, vamos lapidar esta turma.

Rodrigues: Pessoal!!!!!

Formem duplas, quero que um ajude o outro a trabalhar o corpo, quero ver muita ação, quinze minutos de muitas manobras.

Não é para ensinar, e sim para ajudar, vejam a diferença, efetuem movimentos e incentivem o colega a melhorá-lo. Queremos ver o que vocês sabem, ainda não começou a aula, é só demonstração.

( fala pausadamente a todos, com voz forte)

Vendo que estavam bem, deixaram o tempo livre, queriam levá-los a cansar, demorou para dar sinais, mais de quarenta e cinco minutos. Quando percebeu a exaustão deu um intervalo.

Pietro: Parabéns a todos, vamos para um intervalo, tomar uma água.

( close em vários alunos conversando, uns mais cansados, mas todos animados).

Rodrigues: Quero agora que vocês façam um grande circulo. Vamos lá!!!!

Grande circulo/ no meio do picadeiro, sentados no chão/dia/int.

Pietro: Vocês vão me dizer, quais as qualidades que vocês quiseram demonstrar para si mesmo e para os colegas e técnicos. E escolher um dos estudantes para elogiar ou criticar

(close nos depoimentos, sem som, só gestos e cumprimentos diferenciados)

Hirio: Vejo que temos aqui muitas qualidades diferenciadas, sabemos que o aprendizado é mais rápido quando exercitamos uma , duas no máximos três destas qualidades, ao menos é o método que acostumamos usar.

Rodrigues: E isso porque, se ficamos em apenas um movimento há estresse de partes do corpo, portanto variar é bom, mas não muito. Ok!

( close em alguns dos alunos)

Alguns de vocês são impressionantes, únicos, mas todos tem grandes valores, alguns vão tentar caminhos errados, a nosso ver, mas mostraremos a cada um a seu tempo.

Por hoje é só, iremos organizar os grupos, amanhã começa a aula realmente.

Todos se dispersam comentando a experiência do dia, do lado de fora alguns pais, algumas bicicletas, e outro que vão caminhando, pois moram muito próximo do circo.

( close em alguns pais, outros de bicicleta e outros a caminho de casa)

Capítulo IV

O primeiro dia em casa foi de certa forma tranquilo, a pequena Lídia mama até demais, a dificuldade de usar os braços curtos e sem força ainda faz com que ela se irrite um pouco.

Mary: Amor, a nenê dormiu de novo, acho que era o calor que a irritava, hoje tá demais!

Léo: Com certeza, dentro do corpo ele não sente essas variações de temperatura, aqui no mundo novo dela tá tudo descontrolado. Sol de mais, chuva demais, frio demais, tudo exagerado.

Lana: Olá, e essa doçura, como ela está?! Olha maninha, como ela tem um sorriso lindo!

Mary: Vai ficar mais linda ainda, nem vão perceber estas diferenças, que alías me nego a falar delas, seja como for iremos dar a ela uma vida alegre e cheia de surpresas sempre!

Enquanto Mary falava, a pequena Lídia tinha uma convulsão, correndo para a porta, chama Léo que logo vem socorrer.

(foco no Léo desesperado ligando para o Bombeiro e executando as orientações)

Cuidando para não machucá-la ele segura a filha, enquanto Fernanda liga para o Bombeiro que lhe dá toda orientação, assim que passa a crise, corre ao médico para saber o que fazer.

(close no médico já atendendo a pequena Lídia)

Dr. Pedro: Olá minha doçura, e a mamãe, tá cuidando de você direitinho? Claro que sim né !!! Não quis te falar para que não se preocupasse, mas vou logo dizendo que é normal, não se preocupe, logo ela estará mais forte e seu organismo reagirá, não é nada que vá se prolongar.

Mary: Fico feliz em saber, deu dó dela Dr. Pedro

Dr. Pedro: vai tranquila, não se assuste com nada, sua filha vai lhe trazer muita alegria.

Mary vai em direção à recepção onde Léo a aguarda, juntamente com Fernanda que chegou logo em seguida ao casal.

Léo abraça a mulher e a filha, vê que ela está bem, e conclui que se está sendo liberada é porque não é nada grave, mesmo porque a expressão de rosto da mulher está tranquila.

Mary: O Dr. falou que poderia acontecer, porque ela está muito frágil, mas que é passageiro, se tiver de novo, é só seguir as orientações dadas pelo bombeiro e não se assustar. Que susto Fernanda, acho que tenho muito a aprender como mãe.

Fernanda: Já passei por cada uma com meus filhos, sempre nos preocupamos, mas realmente o organismo é uma máquina resistente, logo ela estará fortalecida.

Todos preocupados e a pequena Lídia dorme nos braços da mãe, sorriso de recém- nascido estampado no rosto, boquinha se mexendo como que a procura de mais uma mamada.

Léo: Dê-me esta doçura, na adrenalina do momento você exagerou carregando-a, vamos para casa. Acho que é por isso que nos dão cinco dias de folga, sempre podem surgir momentos como esse, e o principal é que hoje vamos registrá-la: Lídia Afonso Dias, belo nome, parece de doutora, engenheira ou algo assim.

Mary reflete, mas nada diz a Léo. Será que ela conseguirá desenvolver tanto assim apesar de suas dificuldades de locomoção e com os braços atrofiados? Não se iludia, no entanto há milhares de pessoas que se destacam enfrentando as certezas dos outros e criando as suas próprias.

Fernanda: Também quero pegá-la, deu susto na vovó.

Léo: Vamos! No carro você a pega.

Alguns meses depois....

Mônica: Mãe, acho que por estes dias estarei com a pele de um bebê de novo, estão desaparecendo todas as sequelinhas. Bom me sentir assim, já tem um garoto lá na escola me olhando demais.

Rita: Brinca não minha filha, você é muito nova para ter aventuras amorosas.

Mônica: Pode ser, mas que é legal saber que tem alguém especial olhando para você é!

Rita: Claro, é uma sensação muito boa, mas por enquanto basta. Você ainda é a princesinha da mãe, agora é hora de estudar, se desenvolver, passear muito.

Lana: Você vê mãe, meses atrás tava ai toda chorosa olhando no espelho, agora dando uma de cinderela.

Mônica: Você é muito criança ainda para entender destes assuntos!

Rita: Você também, aliás vou aproveitar que você falou deste assunto para conversarmos de mulher para mulher, ou quase.

Riram as três, Rita estava percebendo que ia chegar uma nova fase para preocupá-la, e esta não deixa marcas no rosto que saem com o tempo, mas sim no coração que dificilmente se apaga.

Mônica entra na escola, a algum tempo sem conflitos, de bem com muitas colegas, algumas que até não gostavam dela agora são amigas.

Fabiana: E aí amiga, tudo tranquilo?

Mônica: Estou sim, hoje fui tentar conversar sobre o Toninho com ela, mas ela desconversou, queria tanto que ela me escutasse.

Fabiana: Você está gostando dele mesmo, hein, não se desgrudam. Aliás ele já chegou, está lá na biblioteca.

Mônica: Vou lá vê-lo, obrigada amiga.

Mônica vai em direção ao seu primeiro pretendente, está feliz, sabe que poderá se decepcionar com ele, mas estava preparada, a vida já a tinha ensinado muitas coisas.

Mônica: Bom dia Toninho

Toninho: Bom dia, sorriso bonito como sempre!

Ele a abraça.

Me ajude a procurar um bom texto sobre os bandeirantes, preciso fazer um trabalho.

Mônica: Vamos lá! Te ajudo sim.

Pegam vários livros de história e colocam sobre a mesa, passam a folhá-los, um mostrando ao outro os textos que encontravam.

Toninho é dois anos mais velho que Mônica e curtia a presença dela, em casa conversou com a mãe que viu a foto que tiraram juntos e diz querer conhecer a primeira paixão do filho.

Toninho: Este está bom, gostei porque é mais fácil de entender. Tá na hora de ir à aula. Vou deixar com você o meu facebook, podemos trocar mensagens.

Mônica: Que bom, ótimo aliás, podemos conversar um pouco a tardezinha.

( Close nos dois saíndo da biblioteca)

Micael: Mãe, pai, maninhos, vou ter que ir para o vestuário, quero fazer ao menos dois gols hoje, manter minha média, mas o importante é vencer.

Marisa: Vai lá filhão, é só manter a concentração.

Rodrigo: Aperta a mão aqui rapaz. Mostra que você está preparado para a próxima peneira.

Mal sabiam eles, que bem próximo dali tinha um olheiro de futebol de olho em três jogadores.

(foco nos pai e irmãos e no olheiro)

Inicia o jogo ( Foco em alguns lances que envolve alguns dos jogadores, inclusive Micael)

Marisa: Amor, ele está jogando bem né?

Rodrigo: Muito bem, se eu fosse um olheiro não ia tirar os olhos dele.

Ramires: Veja, até agora temos 3 nomes, mas este eu descarto, erra muito no posicionamento, o do Lion é muito seguro em suas jogadas, e tem um preparo físico muito bom, vamos ver até o final do jogo.

Nico: Concentre-se neste dois então, e eu vou observando outros, bom seria um lateral esquerdo, mas neste jogo não vi lances que destaque algum deles, jogam bem, é claro, mas falta muita experiência.

Entre lances vindo do meio de campo, sai o primeiro gol, obra de Sandro que faz dupla com Micael no ataque, bola lançada por ele ao companheiro.

Vibração geral dos torcedores.

(Foco na torcida, nos pais de Micael e nos olheiros)

Ramires: Gol muito bem organizado, lance de muita categoria, bem que disseram que nestes times íamos encontrar ótimos jogadores.

Nico: Teremos de vir na final, é daqui uma semana.

A final mostra o equilíbrio, a concentração, gosto de analisar jogadores em final de campeonato.

Ramires: Veja, O Micael fez 11 gols e serviu outros 7, são números expressivos. O Sandro fez o seu oitavo gol, mas serviu outros oito, formam uma dupla interessante.

Nico: Você viu quem está acima três corredores a esquerda?

Ramires: Devem tê-lo mandado por causa destes mesmos jogadores.

Nico: Teremos que decidir logo, se ele falar com os garotos antes de nós poderá seduzi-los, não quero perder a chance de tê-los em nossa base.

Segue o jogo, muitos bons lances, surgem outros quatro gols, dois de Micael, e dois dos adversários, placar de 3 a 2, apertado, faltam 15 minutos.

Os jogadores em geral sentem-se cansados, os dois times mostram muitas qualidades, mas realmente temos agora três que se destacam.

Final de jogo, Lion vai para a final contra os vencedores de Pontes e Rocha, dois ótimos times também, mas que não há nenhum jogador em destaque, ao menos não lhes deram a missão de assistir.

Os olheiros esperam a euforia da vitória esfriar um pouco, e observam o outro olheiro que por ética guarda nossa decisão, afinal de contas estávamos ali quando ele chegou.

Resolvem ir ao encontro de Sandro e Micael, não queriam perder a chance de vê-los jogar no time que o contrataram, e ainda mais gostaram do modo de eles encararem a vitória, sem desdenhar do adversário, eram mui queridos por todos.

Ramires: Bom dia Sr Rodrigues!

Rodrigues: Bom dia, os conheço?

Ramires: Não, mas temos muito a conversar.

Marisa ouve a conversa e chega mais próximo do marido e os dois desconhecidos.

Nico: Nós estamos aqui na missão de olhar jogadores para a base de nosso time, na verdade o time que representamos.

Rodrigues: Sim. Que ótimo e o que acharam do jogo?

Ramires: Ótimo, muitos bons jogadores, mas, especialmente o seu filho, do casal, é lógico, assim que eles comemorarem a vitória, queríamos conversar.

Marisa: Já já, daqui a pouquinho nós vamos chamá-lo.

Nico: Enquanto isso vamos conversar com o pai de mais um jogador.

Dirigem-se então para o pai de Sandro que estava esperando pelo filho. Conversam e marcam de acertar detalhes todos juntos. Estariam na arquibancada aguardando.

Em poucos minutos todos se reúnem e ouvem a proposta, logicamente aceita prontamente. Uma nova fase começaria na vida daqueles dois.

Os irmãozinhos sem participar de conversas de gente grande brincam no campo com atletas e desconhecidos, tinha sido um dia de muitas emoções para todos.

( foco nas crianças e nos pais comemorando junto com os filhos).

Depois de tanto tempo de pesquisa, muitas dúvidas, segue na internet depoimento de uns e de outros. A conclusão a que se chega é que o corpo humano é muito complexo, não se tem certeza de muitas coisas.

Renato e Sidnei conversam sobre o caso.

Renato: Temos muito a favor da tese do Dr. Plínio

-O período em que a microcefalia entra no foco de atenção do Ministério da saúde;

Alarmante número de casos notificados até novembro de 2015;

- As doenças transmitidas pelo mesmo mosquito estão em desacordo com os fatos, a microcefalia se destaca;

Sidnei:

Salvo o Ministério da saúde consiga nos convencer estou inclinado a jogar a matéria no jornal em no máximo quinze dias. O que acha?

Renato: Estou seguro de que temos uma grande matéria em mãos, vamos sim lançar a matéria e deixar que discutam, alguém dará a palavra final, e não seremos nós, nosso papel é fomentar a discussão.

Rosalina: Fia, sua irmã dormiu um pouquinho, vou aproveitar para compra umas coisinhas, fica de olho.

Risinha: Sim mama, quando ela dorme é tão butininha.

Rosalina: Ocê também deu trabaio quando pequenina, todas damu.

Risinha: Sim, sei disso, por isso não reclamo, vai lá, trás chá de erva doce não esquece.

Rosalina: Marquei tudo, pode dexá.

Risinha fica ao lado da irmã, enquanto a mãe sai, ela volta rápido, pois fica preocupada demais e deixar Larinha em casa, mas seu peso já dificulta de levá-la sempre, precisava repartir a missão de cuidar dela com mais alguém e por enquanto a filha era a única saída.

Risinha: Como que a mãe consegue cuidar de nós e da Laurinha? Tão bom ser protegida por você.

Rasalina: Se não fosse a ajuda do governo por causa do problema de Larinha não sei como nos viraríamos, lavo, passo, faço o que precisar, mas nem sempre me dão serviço, né filha.

Tal benefício assistencial conferido para as crianças com Microcefalia, fazem parte dos estabelecidos pela nossa Constituição Federal de 1988, que abrange também idosos e deficientes, cuja a renda familiar mensal seja de até ¼ (um quarto) de um salário mínimo. A Microcefalia seria enquadrada nesses casos como deficiência, em conformidade com a Lei nº13.146/015 e a Lei nº 8213/1991, Estatuto da Pessoa com Deficiência e Lei dos Benefícios Previdenciários, respectivamente.

Rosalina: Logo terei de pensar numa cadeira de rodas para ela, vai ficar pesada logo. Vou tentar em assistências sociais, espero conseguir.

Amanhã tem novos exames, vou falar com o médico sobre onde conseguir para ela. Mais um dia muito cansativo, mas que faz parte de nossas vidas filha.

Risinha: Ela é muito legal apesar dos problemas, as crianças da vizinhança gostam dela, estou feliz por tê-la como irmã. É um aprendizado que levarei para minha vida, quem sabe ser médica para ajudar a tratar de crianças com problemas!

Rosalina: Ótimo ouvir isso filha, você é muito inteligente, estuda bastante porque não é fácil não.

As duas se abraçam. ( Close nas duas)

Pietro: Já estamos ensaiando a um bom tempo, faremos uma apresentação especial a familiares e amigos com entrada franca, cada um poderá distribuir de 10 a quinze ingressos gratuitamente.

Este evento será em quinze dias, já temos números muito interessantes que vale mostrar ao público.

Sandra e Renato vão fazer um número no trapézio, Ramon e Valda vão escolher outros três para fazer um show dos palhaços Xanti e Lee, e assim foram determinando a cada dupla , grupo ou até individualmente o que fariam.

Quero ideias e muita ação em 50 minutos!!!

Twyla: Mãe, minhas amigas estão insistindo para eu participar do The Voice Brasil, mas não acho que vou me dar tão bem quanto elas imaginam.

Yara: Filha, você sabe que tem uma voz maravilhosa, escute o que suas amigas te falam, se inscreve.

Twyla: Não sei não mãe, hoje é o último dia, vou ficar ouvindo música no meu quarto, já já cuido dos cachorrinhos e cachorrinhas, depois vou cantar um pouco, eles gostam

Yara: Seu pai também tem vários shows marcados, e sua irmã Janis está se dedicando à carreira como nunca, somos uma família de cantores, precisamos aproveitar este dom.

Twyla vai para o quarto e coloca suas músicas prediletas, mais tarde iria conversar com Monique e Simoni.

(Close no rosto de Twyla)

Música de fundo: Sea Of Love de Robert Plant

Twyla levanta-se e vai ao quintal se distrair um pouco, precisava decidir.

Cuida de suas crias, brinca um pouco com eles, mas seu pensamento está longe, o público, as cadeiras virando, a alegria de ser aplaudida por aquilo que apresentar ao Brasil.

Twyla volta ao quarto, faltam poucos minutos para o encerramento, elas nem ligaram, acho que chegaram a conclusão de que não vale a pena.

Twyla: Uma mensagem de Monique!

Inscrição realizada com sucesso!

Twyla se alegra, não conseguia decidir, felicíssima retorna.

“Obrigada amiga, não sei o que seria de mim sem você e de Simoni”.

Mãe, gritou, elas fizeram minha inscrição!

Yara: Que ótimo, sabia que se não fizesse você iria acabar se arrependendo. E elas te conhecem muito bem.

Twyla: Vou sair para comemorar com elas hoje, preciso abraçar as duas, mas antes vou puxar as orelhas por terem feito o inscrição sem falar comigo: “ Carinhosamente é claro”

Abraça a mãe e sai

Passam os dias, primeiras audições, até que chega o grande dia de sua apresentação ,canta uma música de Aretha Franklin, Chain of fools, o público aplaude demais sua apresentação.

Todos viram as cadeiras, um a um, Lulu Santos é o terceiro e escolhido por Twyla como técnico.

Ela canta ainda uma música de Roberto Carlos “Ilegal, imoral ou engorda?”, ganha na disputa com Paulo Soares.

Em 20 de novembro de 2014 é eliminada após cantar “Unchain my Heart”, mas nunca é uma derrota, já que tem muitos talentos no Brasil.

Simoni: Que experiência maravilhosa hein, público delira com sua voz!

Twyla: Sim, amei, me fez crescer, vivemos de constantes realizações, a tendência da boa música é chegar ao sucesso.

Monique: Falei para você que seria muito bom participar, um só ganha o prêmio, mas milhões a ouviram e vemos o resultado na prática, cada vez mais público, autógrafos, apoio.

Simoni: Nova fase. Já tem shows agendados para meses e está crescendo a procura nas datas festivas, temos que descartar muitas propostas, tinha que ter uma três de você para dar conta.

Monique: Mas você é única, e é isso que a faz tão especial.

Abraços.

(Close nas três amigas)

Mary aprende a cada dia , a pequena Lídia, apesar das dificuldades consegue dar passinhos, a problemática maior está nos braços, em avaliações médicas eles dizem que ela não vai desenvolver habilidades comuns à outras crianças, mas que terá muito a aprender, escolas especiais fazem milagres basta buscar ajuda sempre, nunca desistir.

Léo: Amanhã vou com as duas , quero vê-la brincar com as coleguinhas, aproveitar uma folga, coisa rara em meu serviço.

Mary: Vamos amar tê-lo por perto, você vai ver a alegria das mocinhas que cuidam dela, uma mais legal que a outra.

( foco no casal e na pequena Lídia, que sorri )

Fernanda entra e os vê alegres, sabia que iriam enfrentar as dificuldades, mas o problema maior vai ser quando crescer.

Fernanda: Bom dia, vejo que estão comemorando algo.

Mary: Sim mãe, a força da união. Venha, você também faz

parte!

Fim

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 29/10/2017
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