TEACHER IV - AMA SECA - CAP. 3

AMA SECA – Capítulo 3

Outra semana. Outra saudade. E no sábado seguinte, os alunos e professores voltaram às partidas de futebol e organizaram um campeonato.

Durante a partida, Matheus percebeu que Rupert fazia de tudo para derrubá-lo, mas conseguia fazer as coisas dentro das regras do jogo e sempre com um sorriso no rosto que o deixava irritado.

- Vai com calma, garoto, falou ele, ao passar perto de Rupert, depois de ter perdido uma bola para seu time.

- Estou calmo, professor. É só um jogo, falou ele, afastando-se e voltando para sua posição, sempre com o sorriso no rosto.

A partida terminou e os alunos ganharam de dois a um. Gols de Décio. No vestiário, Matheus disse a Rupert.

- Você não me perdoa por eu estar namorando a Laura, não é?

Rupert tirou a camisa e perguntou:

- Laura...? Que Laura?

Matheus sabia que aquilo ia dar em briga e, como tinha que dar o exemplo, como professor, resolveu desistir. Afastou-se dele.

No dia no baile de formatura do Terceiro ano de Letras e do Quarto T.I., Rupert alugou um smoking e não deixou de chamar a atenção das garotas de sua sala e das demais. Décio até gozou dele, assobiando quando o viu entrar no salão.

- Lindo! – gritou Nelson, com voz fina.

- Vá pro inferno, Nelson, ele disse.

- Não adianta mandar, eu não vou. Hoje eu não vou a lugar nenhum que você me mande. Estou procurando minha dama.

Nelson olhava em volta esfregando as mãos.

- Para com esse assanhamento, Nelson, disse Décio. – É só uma valsa que você vai dançar com ela. E sua dama é comprometida, esqueceu?

- O Matheus é boa gente. Ele já sabe que eu vou dançar a valsa com a noiva dele. Disse que tudo bem. Ele não tem ciúme de mim.

- Cretino! – Rupert disse baixinho.

- O quê? – Nelson perguntou.

- Não, eu... estou dizendo que ele é um cara fino.

- Ah, sem dúvida. Vocês já viram a Teca?

- Eu não. Acho que ela nem vem, Décio respondeu. – Ela estava na maior fossa ontem.

Luíza aproximou-se deles com o bebê Rupert no colo.

- Oi, padrinho! – ela falou pelo garotinho.

Rupert abriu um sorriso e tomou o afilhado de suas mãos. Luíza tinha conseguido encomendar de uma costureira uma roupa para o menino que lembrava uma beca de formatura vermelha.

- Você também veio, garotão? Que lindo você está! Já está prontinho pra se formar!

Ele beijou o menino, segurando-o ainda que desajeitadamente.

- Não sabia que você tinha vindo, Luíza.

- E eu ia deixar meu marido solto por aí no meio desse mulherio? Never, my dear! – falou ela envolvendo a cintura de Décio.

Eles riram. Décio a beijou.

- Compadre, já que ‘ocê tá suzinho mesmo, cuida do Bob pra nóis pra eu poder dançar com a minha lady, ok?

- Ok, vá em frente, mas o que eu faço se ele chorar?

- Pensa. Você ainda pode ter um, um dia.

Os dois afastaram-se e foram para o meio do salão, dançar. Rupert olhou para o bebê e Nelson olhou para ele.

- Bom, tchau, companheiro. Vou ver se danço um pouquinho também, antes da Laura chegar. Adoro essa música.

Ele também foi para o meio do salão. Rupert voltou a olhar para o afilhado e disse:

- Eu mereço, não é, Bob? Será que vão tocar músicas da Xuxa aqui?

O menininho sorriu para ele e estendeu a mãozinha para segurar sua gravata. Rupert procurou um lugar para sentar e foi para a mesa que havia comprado.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 3

Velucy
Enviado por Velucy em 05/11/2017
Código do texto: T6163275
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