TEACHER VII - KEEP YOUR FAITH! - CAPÍTULO 1

KEEP YOUR FAITH! – Capítulo 1

Rupert sentou-se diante dela e começou a chorar. Carla colocou a mão sobre a dele, preocupada. Ele contou tudo o que havia acontecido para ela e Carla disse:

- Não acho que você deva ficar desanimado ainda, Rupert. Há muitos casos em que os dois sobrevivem. A Laura é uma mulher forte, saudável, sempre se cuidou bem e é uma mulher calma também. Isso ajuda muito. Fora o fato de que ela tem uma relação muito forte com esse bebê. Ela vive pra ele cada minuto do dia quando você não está perto. Seu carinho por ela está ajudando muito também. Um marido presente, constante, parceiro de verdade ajuda a mulher a suportar a barra de uma gestação como a dela numa boa. Ela sabe que é muita amada e está transferindo esse amor pro bebê. Os conflitos que possam existir aí são externos. São da medicina. A Laura é super ligada ao filho e... me desculpe pelo que eu vou dizer, mas... é mais fácil os dois morrerem juntos, do que ela ir ou ele e um ficar sem o outro. E ela te ama demais pra te deixar aqui sozinho.

Rupert sorriu e pressionou as têmporas que doíam. Ergueu-se na direção dela e lhe deu um beijo no rosto.

- Thanks, teacher.

- You are always welcome, dear. Everything will be alright tomorrow. Keep your faith!

Eles jantaram e ela foi embora. Rupert arrumou tudo na cozinha e foi para o quarto tentar dormir um pouco. Teria que levantar no dia seguinte, bem cedo.

Abriu uma gaveta do guarda-roupa para ver se encontrava roupas íntimas de Laura que ela talvez fosse precisar no dia seguinte. Encontrou uma tela de pintura dela e a tirou de lá.

Na tela ela havia pintado, em tons suaves e claros, o rosto de um menino. Ele sorriu. Ergueu a tela na frente dos olhos e se perguntou por que Laura nunca tinha mostrado aquele trabalho para ele.

- Quem é você, menininho?

Ele foi colocar a tela sobre a penteadeira e a apoiou ali. Voltou a sentar-se na cama e ficou olhando para ele.

- Você é o meu menino...

Rupert deitou-se aos pés da cama, olhando para a tela e acabou adormecendo ali mesmo.

Acordou assustado, de madrugada, e olhou no relógio no criado mudo. Eram quatro e meia. Levantou-se e foi correndo para o banheiro tomar seu banho. Trocou-se rapidamente, pegou tudo que precisava levar para o hospital e saiu.

Quando abriu a porta, viu no chão junto a ela um envelope com papel timbrado da Nestlé. Estava com tanta pressa que pegou o envelope, colocou na mochila e foi embora.

Chegou ao hospital bem cedo e procurou por Hélio. O médico estava atendendo outra paciente sua, mas a enfermeira lhe avisou que ele queria lhe falar.

Rupert foi aguardá-lo na sala de espera. Minutos depois, o médico veio buscá-lo e o levou ao seu consultório. Fechou a porta e convidou o rapaz a se sentar, sentando-se diante dele em sua mesa.

- O que foi, Hélio? Aconteceu alguma coisa? Você está me deixando nervoso.

- Não fique. O que eu vou te dizer não é nada que você não sabia.

- A Laura está bem?

- Está. Está sendo preparada pra cirurgia. Ela dormiu bem e está bem agora. Eu chamei você aqui só pra te dizer... que eu conheço a Laura há muitos anos. Nós moramos no mesmo bairro quando ela se casou e fizemos faculdade juntos, óbvio que em áreas diferentes, mas íamos juntos pra faculdade todos os dias. Nesse meio tempo ela enviuvou, fez o vestibular a meu conselho e... o resto é história. Conheci o primeiro marido dela e sei que ela nunca foi feliz com outro homem depois na morte dele... a não ser com você. Estou tão apreensivo quanto você a respeito desse parto. Vai ser muito difícil pra mim... trazer essa criança ao mundo porque a Laura não é só uma paciente, é uma amiga que conseguiu me fazer seu amigo também. Mas eu te digo, mais como homem do que como médico, acredito que vocês três vão me surpreender. Aposto na Laura e aposto nesse bebê. Vai dar tudo certo. É só ter muita fé.

Rupert sorriu.

- É a segunda pessoa que me diz em isso em menos de vinte e quatro horas... em línguas diferentes. Obrigado, Hélio. Geralmente os médicos são tão frios e... diretos, realistas. Parecem não se importar com os sentimentos da gente porque, também coitados, vêem gente morrer todo dia... Mas eu agradeço a Deus por você ser o médico dela. Obrigado mesmo.

- Disponha, Hélio disse levantando da cadeira. – Você vai querer ver seu filho nascer?

- Claro! Posso?

- Deve. Fale com qualquer enfermeira na maternidade e diga que você vai estar na sala de parto durante a cirurgia. Ela vai te orientar. Boa sorte!

- Pra nós!

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 1

Velucy
Enviado por Velucy em 17/11/2017
Reeditado em 19/11/2017
Código do texto: T6174639
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