TEACHER VII - FINAL

FINAL

Laura deixou a pergunta no ar, pegou o filho no colo e foi levá-lo no berço em seu quarto. Depois voltou e deitou-se ao lado de Rupert, ainda sob o impacto na última pergunta dela.

- Uma vez o Matheus me disse que não era normal o que você sentia por mim...

Rupert franziu a testa.

- Claro que eu não concordei, mas pensando bem... tinha até lógica o que ele falou. Que era carência. Não só por você, mas por mim mesma... Por que eu passava pra todo mundo, não só pros meus alunos, uma imagem... maternal, carinhosa... Que você me via como mãe... E eu te via como o filho que nunca tive.

Rupert sorriu e passou o braço por suas costas, baixando o zíper de seu vestido.

- Eu tinha tanto medo que isso fosse verdade. Já estava casada com você e fiquei insegura várias vezes.

Ele tirou a camisa e baixou o vestido dela, beijando seu ombro.

- Sabe o que eu acho?

Laura fechou os olhos sentindo as mãos dele em suas costas.

- Hum?

- Que o Matheus é um grande cara, mesmo querendo atrapalhar nossa vida de todas as formas, mas ele nuca teve vinte e anos... nem uma professora gostosa como você...

Ele beijou seu pescoço.

- Acho que ele é quem te via como mãe. Você acha que eu teria coragem de fazer isso com a minha?

- Rupert! – ela falou, rindo.

Ele beijou seu pescoço.

- Mas e daqui... vinte anos? - ela disse, fechando os olhos.

- O que tem? – ele perguntou, sem parar de beijá-la.

- Eu vou ter cinquenta e quatro...

- E eu quarenta e dois... Nosso filho já vai estar pensando na faculdade...

- Não é bem disso que eu estou querendo falar...

Ele parou e olhou nos olhos dela.

- Quer mesmo falar disso agora?

- Quero... antes agora do que quando acontecer. Eu não vou ser pra sempre assim.

- Claro que não! Nem eu! Do mesmo jeito que não sou o mesmo que há um ano.

- E se você... enjoar de mim? Eu não vou estar sempre com o mesmo humor...

- Nem eu...

- Com a mesma cara, maquiada e bonitinha de depois de uma festa.

- Nem eu vou usar smoking todo dia...

- Posso chegar do trabalho muito estressada, por conta de algum aluno que se desentendeu comigo...

- Isso não vai acontecer...

- Só Deus sabe...

- E eu posso chegar estressado também por causa do trânsito ou de algum colega meu do trabalho que me encheu o saco...

- Vou ficar mais enrugada...

Rupert ficou algum tempo olhando para ela e sorriu.

- Quer se separar de mim agora?

- Claro que não!

- Então para com isso. O Matheus me falou a mesma coisa quando eu fui falar com ele na faculdade.

- Disse é?

- Disse... E disse também que você talvez não vá corresponder ao que eu quero de você totalmente, justamente porque vai envelhecer...

- Não queria entrar nesse assunto, nem queria concordar com ele, mas também é uma verdade.

- Você acha que eu me casei com você por causa de... sexo?

Laura balançou na cabeça, negando.

- A gente passou por tanta coisa nesse ano e meio que, se eu estivesse com você por causa disso, já teria separado, você não acha?

Ela riu.

- Eu te amo, Laura Freitas, e quero viver com você um dia de cada vez. Quero aprender com você como ser um bom pai, um homem melhor e um marido que te mereça... todo dia. Me ajuda a ter vinte e oito anos como você, lembra?

- Lembro... ela disse, abraçando-se a ele.

Ele a abraçou também e a fez deitar-se na cama.

- Vamos... aproveitar que o príncipe está dormindo quietinho no quarto dele e... namorar um pouquinho? Sem DR agora, hum?

- O Gerson me fez uma proposta hoje, no baile.

- Proposta? Que proposta?

- Me pediu pra voltar a dar aulas esse ano... A Carla vai se casar e se remover para o interior depois de casada. Ele quer que eu fique no lugar dela.

- E você?

- Disse que ia conversar com você.

Ele suspirou levemente e deitou no travesseiro, segurando sua mão.

- Nisso eu não posso interferir, Laura. É a sua vida profissional. Só você pode decidir o que quer fazer.

- Eu tenho um filho pequeno e ele é seu também. Nós somos um casal. Tudo precisa ser resolvido em comum acordo, não é?

- E o que você acha que deve fazer?

- Eu disse a ele que o Leonardo está muito pequenininho ainda. Que eu vou sentir muito em deixá-lo sozinho.

Ele pensou e balançou a cabeça concordando.

- Ele me deu até o início de fevereiro pra responder.

- Também não acho que você deva parar de dar aula totalmente. Todo mundo vê o quanto você gosta do que faz e faz muito bem... É um desperdício interromper uma carreira tão bonita... E professoras também têm filhos e se todas tivessem de interromper a carreira depois que eles nascem, como seria?

- Muitas colocam seus bebês em creches... pra poder trabalhar.

- Podemos pesquisar sobre isso, aqui no bairro eu conheço algumas e perto da faculdade a gente pode pesquisar. Ele podia ficar numa creche que estivesse perto de você...

- Morro de pena de deixar meu filho com pessoas estranhas, Rupert. Você não?

- Claro que sim, Laura, mas, ou é isso, ou você para de trabalhar pra cuidar dele. Podíamos contratar uma pessoa de confiança pra ficar com o Leonardo também. A gente vai achar uma saída, amor. Não é o fim do mundo.

Ela encostou a cabeça no ombro dele.

- Vamos voltar àquele assunto? - ele disse, beijando-a.

- Você me acorda às seis pra ele mamar de novo?

Ele estendeu o braço, pegou o despertador sobre o criado e o acertou para as cinco horas.

- Pode deixar que essa maravilha da tecnologia acorda nós dois, mas eu posso ficar acordado a madrugada toda se você quiser...

Ela o abraçou sorrindo e apagou o abajur.

E foram felizes... mas o resto é outra história...

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Welcome to my dreams...

FINAL

THANK YOU! GOD BLESS YOU ALL

PRÓXIMA AVENTURA: LEONEL

Velucy
Enviado por Velucy em 24/11/2017
Reeditado em 24/11/2017
Código do texto: T6180687
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