RP - ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA - PARTE 37

ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA

PARTE XXXVII

Na casa, telefona para Tânia e não encontra mais a mulher. Gina, a empregada de Bárbara, diz a ele que Tânia está a caminho da fazenda. Quando ela chega, a conversa seria mais difícil, se ele já não estivesse se preparado para ela.

- Custava ter me avisado do que estava acontecendo? – ela pergunta irritada.

- Tânia, o dia foi muito complicado. Pensei em fazer isso várias vezes, mas realmente não deu. E como você nunca fica à vontade falando do meu irmão, pensei que seria melhor não te aborrecer com isso.

- Não sou esse monstro que você está pintando agora, Cláudio. Se seu irmão sumiu é claro que isso me atinge. Ele é minha família também.

- Estou tentando fazer você entender isso desde que nos casamos, mas não tive muito sucesso. Acho que cansei.

Ele vai subir para ver a madrasta, mas ela segura seu braço.

- Cláudio, espera.

- Olha, eu tenho muita coisa pra fazer. Meu irmão está desaparecido, minha mãe não está muito bem, meu pai ainda não chegou da delegacia, tenho duas irmãs pequenas que precisam de atenção e... você sabe que está na sua casa. Você está bem? O bebê...?

- Estou, não se preocupe comigo...

- Então, fique à vontade.

Ele a beija rapidamente e sobe as escadas, indo para o quarto de Magda. Tânia se senta no sofá, respirando fundo, aborrecida.

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Magda dorme sob o efeito de um sedativo aplicado por Mônica. Elis está deitada no colo de dela com o olhar sonolento e olha para mãe ainda sem entender o que acontece. Mônica a embala suavemente. Ele entra no quarto e se aproxima delas. Abaixa-se e desliza a mão na testa da menina, suavemente.

- Você não quer dormir no seu berço, bonequinha?

- Não... - ela diz, visivelmente sonolenta.

Cláudio sorri, imaginando que, do jeito que está cansado, aquele lugar seria de onde nunca mais sairia, se pudesse.

- Deixa... Mônica sussurra, sorrindo, sem parar de embalá-la. - Ela vai dormir logo.

Cláudio fica junto das duas. Elis segura a mão dele envolvendo seu dedo indicador com a pequena mãozinha e deixa-se ficar olhando para o rosto de Mônica, com seus grandes olhos pretos, como os do pai. Mônica desliza os dedos sobre eles, fechando-os, mas Elis teima em abri-los, sorrindo preguiçosamente. A brincadeira se repete várias vezes até que, com o balanço suave e os carinhos de Mônica, ela fecha os olhos de vez e dorme.

- Você vai ser uma boa mãe, Cláudio diz em voz baixa.

Ela não responde. Depois de ter plena certeza de que a menina está dormindo, beija sua testa e pede:

- Põe ela no berço pra mim?

Cláudio retira a irmã de seu colo com cuidado e a leva até o berço, cobrindo a menina com um lençol leve. Depois vai até Magda e observa seu rosto, sentando-se na cama ao lado dela. Ela dorme tranquilamente.

- Obrigado, ele diz, olhando para Mônica.

- Foi pra isso que eu vim. Eu sei do amor que ela tem pelo Wagner. Não deve ser fácil a incerteza de saber se um filho está bem ou não. Ela tem o direito de se desesperar... só acho que desespero no momento não vai adiantar de nada.

- Eu vivo repetindo isso pras mães que têm filhos em estado grave no hospital, a todo o momento, mas essa frase perde totalmente o efeito quando se trata da gente. Esperar é a parte mais difícil.

Ela se levanta.

- Vamos deixar a Magda dormir. Vou ver se a Matilde precisa de ajuda pra preparar um café pra todo mundo. Se você não arrumar alguma coisa pra fazer vai ser pior. Procure não pensar muito.

Ele também se levanta.

- Você já consegue não pensar em como vai criar seu filho sozinha? - ele arrisca a pergunta.

- Cláudio...

- Por favor, responde.

- Eu vou criar meu filho, sozinha... porque ele é só meu.

- Você é corajosa.

- Não, não sou, não do jeito que você pensa. Se fosse corajosa não tinha feito o que fiz, envolvendo o Wagner nisso. Não teria dito nem pra ele. Mas eu fiquei com medo e precisava de apoio.

- Um apoio que você não vai ter. Ele não vai te ajudar em nada.

- Outra prova da minha covardia. Eu não tenho coragem de assumir um casamento sem amor. Eu tenho medo de ser infeliz me casando com ele.

- Eu tenho certeza de Wagner nunca te faria infeliz.

- Voluntariamente, não, mas ele não é o marido que eu quero. Nem eu sou a mulher ideal pra ele. Melhor ficar sozinha.

- Tomara que você não se arrependa dessa decisão tarde demais.

Alguém bate à porta levemente e a abre em seguida. É Tânia que, ao ver os dois, pergunta, com certa ironia:

- Atrapalho?

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... CASA BRANCA

PARTE 37

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/02/2018
Código do texto: T6249159
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