RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 15

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XV

- Mas então por que os homens se casam com as mulheres? – Diana pergunta.

Cláudio começa a rir de novo.

- Ah, Diana Cristina, toma jeito. Que pergunta! Às vezes você me surpreende. Você não disse que já cresceu? Que não é mais criancinha? Isso é pergunta de criancinha.

- Eu sei pra que é, só não entendo por quê. Se os homens se entendem melhor com os homens e as mulheres com as mulheres, por que é que eles não podem se casar?

- Porque o mundo pararia, Didi. Não haveria mais crianças. Os novos ficariam velhos, os velhos morreriam e tudo acabaria.

- Ah, é! Que burra eu sou.

- Não é burra. Só fala mais rápido do que pensa.

Ela fica pensativa por um instante, brincando com os botões da camisa dele.

- Eu não quero crescer mais não...

- Por quê? Que novidade é essa agora? Vai virar Peter Pan?

- Deve ser chato fazer comida, arrumar casa, não poder brincar com as minhas bonecas... A mamãe disse que quando eu nasci eu era a boneca dela. Depois a Elis nasceu e eram duas bonecas. Mas as minhas bonecas não precisam tomar banho, não precisam comer, não ficam doentes, não sujam a fralda, não fazem manha... São só pra brincar.

- Você ainda vai mudar de ideia, graças a Deus.

- Vou nada.

- Quando você tiver a sua boneca de verdade você vai se lembrar desse pensamento e vai rir muito e eu espero estar vivo pra rir com você e de você.

- Eu vou ter uma?

- Bem, pelo menos eu quero ter muitos sobrinhos de olhos bem verdes como os seus.

- Ah, você respondeu minha pergunta sem querer.

- Que pergunta?

- Se o bebê do Wagner vai ser meu primo ou meu sobrinho. Ele vai ser meu sobrinho porque nós somos irmãos.

- Não falei que você não é burra. É só parar pra pensar antes de perguntar besteira.

Ela sorri e se pendura no pescoço dele, abraçando e beijando o irmão várias vezes.

- Chega de conversa por hoje. Vamos dormir, diz ele, ajeitando o cobertor sobre ela.

- Faz isso de novo manhã?

- Amanhã...? Acho que vou só telefonar. Não dá pra vir. Eu tenho que trabalhar. Mas... já que eu vou dormir aqui essa noite, posso... te levar pra escola amanhã cedo, que tal?

- Legal. Pode ser.

- Combinado. Boa noite, anjo.

- Boa noite. Te amo.

- Eu te amo mais.

Ele a beija de novo e vai para porta. Desliga a luz e sai do quarto, deixando a porta entreaberta.

Ele desce e encontra Magda sozinha na sala.

- Sua boneca mais velha já está dormindo.

- Que bom. Geralmente ela fica brincando na cama até mais de meia noite. Não se cansa nunca. Eu tenho que ameaçar chamar o pai.

- Eu queria te pedir pra conversar um pouquinho mais com ela. Eu sei que você já faz, mas depois que a Elis nasceu, ela anda muito sozinha.

- Mas eu tento fazer isso. Meu tempo é das duas, mas é ela que foge de mim. Parece um moleque.

- Eu sei, mas tente um pouquinho mais. Eu já falei com ela. Se ela continuar assim, vai acabar virando vaqueiro ou capataz da fazenda.

- Nem me fale nisso! Jesus!

- E o papai?

- Com os homens aí fora. Está orientando os meninos pro serviço de amanhã. Graças a Deus, a rotina voltou ao normal.

- Eu não vou lá fora não. Senão a conversa rende e eu tenho que dormir um pouco. Vou me deitar, amanhã pretendo sair bem cedo daqui junto com a Diana. Vou levá-la pra escola. Ela já sabe disso. A Tânia já subiu?

- Já. Ela disse que estava cansada. E... Cláudio... ela está bem?

- Oi?

- A Tânia... está tudo bem com o bebê de vocês?

- Acredito que sim. Ela reclamaria se tivesse alguma coisa. E o médico dela não é o Miguel, é de Rio Pardo. Ela quis um médico mais velho e mais experiente, mas o doutor Giovanni é excelente também. Pelo que eu sei, está tudo bem. Por quê?

- Por nada... mas... eu preciso falar com você... sério.

Pelo jeito de Magda falar, ele percebe que é algo muito importante.

- Ela reclamou de alguma coisa com você? Ou é algum problema com o velho?

- Não, com ninguém daqui. O problema é outro.

- Pode falar.

- Não, agora não. Quando você tiver uma hora livre. Amanhã talvez ou depois. Não é urgente, mas eu preciso falar com você.

- Você está me assustando, Magda. Diz pelo menos quem é o centro desse problema.

- Você.

- Eu?

- Bem, mas nós temos tempo. Eu quero conversar com você com calma num lugar sossegado. Não fique apreensivo. Não vou te puxar as orelhas.

Ele sorri, mas fica sério logo.

- Eu não vou dormir direito hoje, Magda. Que foi que eu fiz?

Ela segura sua mão sorrindo.

- Nada que não seja compreensível e perdoável. Como diz o Wagner: não esquente a cabeça.

- Jura que não é nada sério mesmo?

- Você se lembra de ter feito alguma coisa que seja realmente séria ultimamente?

- Muitas... - ele responde a sério, mas aos ouvidos dela soa como brincadeira.

- Mesmo? Pois é mais um assunto pra nossa conversa. Vá dormir. Boa noite, querido.

Ela beija seu rosto e vai para a cozinha. Cláudio fica um tempo olhando para ela e depois vai para a escada, subindo lentamente.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 15

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 15/02/2018
Código do texto: T6254288
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