RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES - PARTE 20

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XX

O carro de Cláudio chega à frente da Escola Estadual Rubião Júnior na Praça Barão de Rio Pardo, minutos depois.

Diana despede-se dos dois com um beijo e desce. Mais algumas ruas e eles estão na Luís Gama, diante de casa. O casal foi em total silêncio desde que saiu da fazenda. Tânia sai do carro quando ele entra na garagem e entra na casa. Cláudio tranca o veículo e entra logo depois dela. Tânia joga a mochila e a bolsa no sofá e põe as mãos na cintura, esperando por ele. Cláudio fecha a porta da sala depois de passar por ela e ainda com a chave do carro na mão, aguarda, pois sabe que ela vai dizer alguma coisa.

- Você acha que vai ser muito simples se separar de mim, não é?

- Não, não acho, já disse que não acho, mas é o que tem que ser feito. Não há mais condição de a gente ficar junto, você não percebe isso? Se a gente se separar, ainda pode ficar o pouco da amizade que existia entre nós quando a gente se casou. Eu quero recuperar o respeito que eu tinha pela Tânia com quem eu me casei, mas a gente não tem mais nenhuma afinidade. Nós não somos mais um casal há algum tempo, você não percebe?

- Eu estou esperando um filho seu, como não somos um casal?

- A gente não planejou isso. Eu não planejei esse bebê. Você deixou que acontecesse sem me avisar. Eu sinto muito se aconteceu e gostaria que você me perdoasse, mas eu não posso continuar casado com você. Eu não te amo mais e você sabia disso...

- E está me trocando por quem? Quem é ela? Não se termina um casamento de oito anos por nada!

- Eu não estou trocando você por ninguém. Eu só quero acabar com a farsa que é esse casamento de oito anos. Nós dois somos um presente que os Telles deram pros Valle porque pensaram que havia um casal de adolescentes apaixonados em nós dois. Foi tudo um grande engano. O Wagner foi o primeiro que percebeu isso logo no início.

- Não coloque aquele idiota no meio...

- Não jogue sua frustração em cima do meu irmão, Tânia! Ele sempre jogou na minha cara que eu não te amava e ele tinha razão. Se a gente corrigir isso agora... alguma coisa pode ser salva na nossa vida ainda... até mesmo a criação do nosso filho que não tem culpa nenhuma de nada.

- Não! - ela grita e tampa os ouvidos com as duas mãos, fechando os olhos e sentando-se no sofá. – Eu não quero ouvir mais nada!

Cláudio senta-se na mesinha de centro diante dela e coloca as mãos sobre as suas, tentando acalmá-la.

- A gente ainda pode fazer isso, Tânia...

- Não me toca... - ela diz, entre dentes, olhando-o nos olhos, com lágrimas rolando silenciosas por seu rosto.

Ele retira as mãos devagar.

- Não foi isso que você falou pra mim ontem? Eu também não quero que você me toque mais.

- Tânia...

- Eu não vou te dar o divórcio! Eu já te falei mil vezes. E se acontecer de você conseguir se separar de mim, meu pai e meu tio vão acabar com você... Você não vai sair ileso disso, pode ficar certo. E por mim... você não coloca os olhos nessa criança... nunca!

- Você não pode fazer isso...

- Posso e vou! Agora sai daqui!

Ele se levanta, chorando também e afasta-se dela. Abre a porta, entra na garagem e no carro e sai. Consegue dirigir até avistar a praça da matriz e para diante da igreja. As lágrimas não o deixam prosseguir. Apoia os braços no volante e esconde o rosto neles. Tenta respirar, enxuga o rosto e continua os poucos metros que existem até a Santa Casa que fica na mesma rua.

Ao chegar, procura entrar pela emergência onde as pessoas estão todas ocupadas com outras coisas que nem o percebem passar. Procura um banheiro, lava o rosto, se refaz e sobe ao seu consultório. Passa pela recepção onde Regina já está trabalhando, diz um rápido “bom dia” e entra em sua sala. Quando ele coloca o jaleco branco, como de costume, Renata bate à porta e entra em seguida.

- Está tudo bem, doutor?

- Está... me dá cinco minutinhos e... manda entrar a primeira mãe, por favor.

- Sim, senhor.

Ela sai e ele se senta em sua mesa, procura se desligar de tudo que aconteceu, respira fundo mais uma vez e começa seu dia de trabalho.

Cláudio procura trabalhar sem se deixar levar pelas emoções por que passou naquela manhã e, com algum esforço, consegue. Gosta tanto do que faz que tudo acaba ficando secundário e ele consegue esquecer. De repente, Regina entra na sala e comunica:

- Terminamos por hoje, doutor. Precisa de mais alguma coisa?

- Obrigado, Regina. Eu só queria que você ligasse pro Santa Mônica e dissesse que eu não vou pra lá hoje. Tenho um assunto importante pra tratar no orfanato do Desterro. Mas deixe só um recado pro doutor Jairo. Eu não preciso mais falar com ele. Já... consegui resolver.

- Sim, senhor.

- A Mônica já chegou?

- Já. Ela está tomando café no refeitório. Quer que eu a chame?

- Não... não, pode ir almoçar.

- Doutor, tem tido notícias do seu irmão?

- Tenho e não tenho. É justamente por isso que eu vou ao orfanato. Vou falar com a Bárbara e pedir pra ela pra ligar de lá.

- Espero que ele esteja bem.

- Ele está. Obrigado, Regina.

Ela sai e cruza com Miguel que entra.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 20

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 17/02/2018
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