RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 21

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XXI

Renata sai e cruza com Miguel que entra.

- Oi, Rê. Tudo bem, boneca?

- Bom dia, doutor Miguel, ela responde, sorrindo.

Miguel tem nas mãos uma caixa que coloca sobre a mesa de Cláudio.

- O que é isso? - ele pergunta.

Miguel fecha a porta e diz:

- Veio do orfanato... pra você. Estava na recepção e a Beth ia trazer pra cá, mas eu me ofereci e trouxe.

- Você virou garoto de recados, agora? O que é isso?

- Não sei. Acho que você vai precisar abrir.

- Não está com cara de presente, pelo menos não está embrulhado pra presente.

- Abre logo, caramba! - ele diz curioso, sentando-se à frente da mesa.

Cláudio começa a abrir a caixa e dentro dela há um bolo muito bonito.

- Um bolo...?

- Uai! Olha, tem um cartão aí dentro.

Cláudio apanha o pequeno cartão e lê.

- “Não estranhe. Eu sei como minha filha é e sei que ela não tem paciência pra comprar nem fazer essas coisas. Quero que vocês comemorem essa data com muita doçura. No estado em que Tânia está, ela vai querer comer tudo sozinha. Não deixe. Desejo do fundo do meu coração de mãe, sogra e futura avó muito coruja que vocês tenham toda a felicidade que puderem conseguir. Parabéns, meus filhos. Bárbara.”.

Cláudio fica olhando para o bilhete e depois para o bolo, em silêncio. Senta-se e fica olhando para tudo sem saber o que pensar.

- Você tinha esquecido, não é? - Miguel pergunta.

- Dezembro... Nem me passou pela cabeça...

- Isso acontece.

- Não, não acontece. Pelo menos não se comemora o aniversário de oito anos de casamento brigando.

- Você brigou com a Tânia, hoje?

- Briga feia. Eu pedi o divórcio pra ela, ontem... e reforcei isso hoje de manhã...

- Caçarola...!

- O que eu vou fazer com isso?

- Se quer um conselho... compre um anel de brilhantes, um buquê de flores, peça desculpas e entrega tudo com o bolo em sinal de muito amor e carinho...

- Você não está ajudando, Miguel. Foi minha sogra quem mandou isso e pra ela está tudo as mil maravilhas entre nós. Com certeza ela vai perguntar pra filha se ela recebeu e eu só quero saber como eu posso chegar com isso em casa pra comemorar o aniversário de um casamento que não existe mais.

- Eu te aconselhei várias vezes pra abrir o jogo com todo mundo e acabar com esse casamento de fachada. O que piora um pouco a situação é que a Tânia está grávida, mas eu te dou os parabéns pela coragem. Filho não prende marido, se ele não está feliz.

- Não foi coragem, foi desespero.

- Você deve estar mesmo muito desesperado pra ter feito isso agora.

Cláudio une as mãos sobre a mesa e apoia a cabeça nelas, sem saber o que fazer.

- Mas eu vim até aqui pra te chamar pra um café, diz Miguel, levantando-se. – Não adianta fica chorando o leite derramado. Vem.

Cláudio se levanta e passa por ele indo para a porta e abrindo-a.

- Você não vai levar o bolo? Parece tão gostoso...

- Cresce, Miguel... - Cláudio diz, sem dar importância ao amigo.

Miguel o segue um tanto decepcionado e, olhando ainda uma vez para o bolo, fecha a porta.

Ao chegarem ao refeitório do hospital eles vêem, de longe, Mônica sentada, sozinha, numa das mesas.

- Olha quem está ali! - Miguel diz, com uma animação quase forçada.

Cláudio para ao ver Mônica, mas Miguel o puxa pelo braço levando o amigo até a mesa.

- Podemos fazer companhia, minha enfermeira favorita?

Ela sorri com uma xícara de café nas mãos.

- Claro, doutores. Detesto tomar café, sozinha.

- Era só ter convidado e a gente vinha.

- Só não fiz isso porque os dois estavam ocupados e meu pai estava entrando na sala de operações.

- E a Beth? - Miguel pergunta.

- Ela não veio. Foi escolher o vestido de noiva com a mãe em Rio Pardo. Vocês sabem: ela vai se casar na véspera de Natal.

- É uma pena. A gente vai perder uma ótima enfermeira. O futuro marido dela é um burro por não deixar que ela trabalhe depois de casada.

- Também acho. Eu até já conversei com ele, mas ele está irredutível. Eles não vão morar aqui. Vão pra Poços. Ele é de lá. E por sinal é um lugar lindo.

- Obrigado pela parte que me toca. Eu também sou de lá. Eu também sou “mineirim” de Poços. E pretendo fazer a mesma coisa quando me casar.

- Com quem? - ela pergunta, sorrindo.

- Com a minha mulher, oras bolas. Eu não sei ainda quem ela é, mas solteiro eu não fico. O que você está tomando?

- Café e pão de queijo.

- Café puro? Garota, não foi isso que seu médico recomendou.

Ele apanha o copo de café que está diante dela e vai até o balcão do refeitório.

Mônica olha para Cláudio e percebe que ele está sério e muito calado. Pergunta:

- Está tudo bem?

- Não... - ele responde, sem olhar para ela.

- Posso ajudar?

Ele olha em seus olhos.

- Pode... mas não quer.

Ela desvia o olhar e pega um pãozinho de queijo que morde e sorri para Miguel que já vem voltando para a mesa. Ele voltou com dois copos de café puro e um com leite que coloca na frente dela.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 21

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 17/02/2018
Código do texto: T6256177
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