RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 27

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XXVII

Cláudio se aproxima de Tânia, estranhando seu jeito de falar.

- Onde... você estava?

- Na cozinha, meu bem. Onde mais?

- Eu fui até lá... Você...

- Mas eu estava lá, fui até a área de serviço, ela diz se aproximando dele e acariciando seu rosto. – Estava cozinhando pra você.

- Cozinhando? Você não cozinha, Tânia...

- Tentando pelo menos. Hoje você vai comer arroz queimado, feijão sem sal e um bife muito bem passado, mas tudo feito com muito carinho pro meu maridinho.

Ele sorri sem vontade e ela o beija. Cláudio retribui o beijo, sentindo que há algo estranho acontecendo. Ela se afasta dele e olha para a mesa de centro.

- O que é aquele pacote? - ela pergunta, apontando para a caixa.

- Sua mãe mandou pra gente, hoje cedo.

- A mamãe? Ela nunca esquece...

Ela vai até a caixa e abre.

- Isso é uma gozação pra mim. Ela sabe que eu adoro bolo de coco. Eu vou colocar na geladeira. A gente come depois do almoço especial que eu fiz pra você.

- Deixa que eu ponho.

Cláudio pega a caixa das mãos dela e leva ele mesmo para a cozinha e para a geladeira. Ela o segue.

- Você sempre foi tão gentil comigo, amor. Você não quer tomar um banho e tirar esse uniforme, enquanto eu preparo a mesa?

- É, eu... eu vou fazer isso sim. Você está bem?

- Ótima! Nunca estive melhor. Sobe, quando você descer vai estar tudo pronto pra gente almoçar.

Cláudio sente nitidamente que alguma coisa não está certa. Tânia está demonstrando uma alegria que mesmo em seus melhores dias, nunca demonstrou. Isso o assusta. Aquela atitude não é normal, depois da discussão que eles tiveram naquela manhã.

- Está tudo bem mesmo?

- Ora, e por que não estaria? Ah, eu sei... Pelo que aconteceu hoje cedo, não é? Eu já esqueci.

- Mas não era pra esquecer.

- Não vale a pena a gente ficar brigando por nada, afinal, hoje, a gente faz oito anos de casados. Por que se preocupar com bobagens?

- Quer dizer que tudo que eu falei era bobagem?

- Não, meu amor. Eu não quis dizer isso. Eu só quero dizer que tudo aquilo pode ser esquecido, se a gente fizer uma forcinha. Você não quer?

Ele não responde. Tira as mãos dela de cima dele, se afasta e sobe para tomar seu banho. Tânia o acompanha com os olhos, ainda sorrindo, respira fundo e começa a preparar a mesa.

Depois do banho, ele se troca, penteia os cabelos diante do espelho e vê pelo canto do olho, alguns papéis rasgados no chão, ao lado do guarda roupas. Ele vai pegá-los. Verifica que são os exames de gravidez de Tânia que foram rasgados. Ele desce rapidamente e mostra para ela que está ainda ajeitando a mesa.

- Tânia, o que é isso?

Ela olha para aos papéis na mão dele e responde, depois de um suspiro:

- Eu não preciso mais deles.

- Como não precisa? Você tem que levar pro Giovanni, quando for fazer a segunda consulta.

- Não vai ter segunda consulta...

- Não vai ter? Como assim? Por quê?

Ela continua arrumando os garfos e facas na mesa e responde, sem olhar para o marido.

- Eu não vou mais ter um bebê...

Cláudio se aproxima dela e a segura pelos braços, fazendo-a olhar para ele.

- Não vai o quê?

- Eu não vou mais ter um bebê... Não estou mais grávida.

Ele sente o sangue gelar nas veias.

- O quê? Você está brincando comigo?

- Solta meu braço. Você está me machucando.

Ele relaxa a pressão sobre seus braços.

- O que você quer dizer com isso, Tânia?

Ela o encara séria com uma lágrima rolando pelo lado direito do rosto.

- Quer dizer que eu perdi o nosso bebê. Não tem mais criança. Você pode fazer o que quiser agora. Pode pedir o desquite e ficar com a Mônica e seu filho.

Ele solta os braços dela lentamente.

- O quê?!

Tânia se afasta dele e sorri.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 27

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/02/2018
Código do texto: T6257897
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