RP - ULTRASSOM - PARTE 15

ULTRASSOM

PARTE XV

- E vocês vão voltar pra Londres, titio, calma, diz Wagner. - Mas só depois da entrada do ano. O Bartley cuida de tudo por lá. Depois, nós vamos pra São Paulo. Eu tenho que encontrar alguém lá.

- Quem?

- A mãe verdadeira do meu irmão. Meu bisavô deixou uma missão pra mim e eu quero fazer isso. Preciso saber quem ela é, como vive e, antes de tudo, saber se está realmente viva ou não.

- Até pouco tempo atrás, estava, diz Linda.

- Por isso você tem que ir comigo. Você sabe de muita coisa que eu não sei. Depois, eu quero pensar num jeito de ajudá-la e saber se ela quer ser ajudada. Eu acho que uma mulher que passa pelo que ela passou, deve estar muito machucada por dentro. Pode estar muito revoltada também e assustada e talvez nem aceite ajuda minha, sabendo quem eu sou.

- Você falou sobre isso com seu irmão? - Gart pergunta. – Afinal, você vai interferir na vida dele.

- Pois é... Ele não quer nem saber disso. Não quer nem conhecê-la. E eu até entendo ele. Acho que, no lugar dele, eu pensaria do mesmo jeito ou talvez pior. Saber que sua mãe te abandonou, quando ainda era um bebê... Eu acho que a odiaria. Não se faz isso com um filho. Solteira ou não, ela tinha o dever de criá-lo.

- Você não sabe o que a levou a fazer isso, diz Linda. - Não sabe o que realmente aconteceu.

- Você sabe?

- Só sei o que Mr. Russel me contou: que seu avô trouxe o Cláudio pra cá ainda bebê, mas acho que nem ele sabia ou não quis me dizer em que circunstâncias.

Alguém bate à porta.

- Está aberta, fala Wagner.

Diana abre a porta e coloca a cabeça para dentro do quarto.

- Mamãe está chamando pra almoçar.

- Obrigado, Didi. Meu estômago está batendo na costela mesmo. Avisa que a gente já está descendo.

Diana sai. Os três se levantam. Wagner desliga o aparelho de som.

- Agora vocês vão provar a melhor comida de Casa Branca. Minha mãe e a Matilde sabem cozinhar até em inglês. Vocês vão ver.

- Isso é bom, mas eu quero mesmo é provar a comida brasileira, diz Linda.

- Elas também sabem demais. A Matilde é mineira. As coisas que ela faz... Já estou salivando, só de pensar.

Enquanto isso, no hospital, Miguel desce para almoçar e vê Mônica sentada sozinha no refeitório, almoçando. Aproxima-se da mesa e a cumprimenta meio sem graça:

- Oi... Posso sentar aqui?

Ela olha para ele e só consente com um aceno de cabeça. Ele se senta.

- Está zangada comigo ainda?

Ela toma um gole do suco de laranja e responde:

- Não... Só acho que você só vai se magoar com tudo isso, por sua própria culpa.

- É... Eu já comecei a me magoar. Eu devia ter pensado antes de ter feito o que eu fiz. Eu sempre me controlei, porque sabia que você nunca iria olhar pra mim como nada mais que seu amigo, fora o fato de saber que você estava apaixonada pelo meu melhor amigo. Eu fui um idiota.

- Eu podia ficar feliz com isso... mas não quero que você se sinta assim. Só que a culpa não é minha.

- Eu sei... Não se preocupe comigo. Eu vou dar um jeito de sair disso.

- Jeito? Que jeito?

- Se você quiser, eu me mando daqui antes que esse casamento aconteça.

- Não! Você tem uma carreira aqui e vai se sujar à toa, se fizer isso. Você não tem que fazer mais nada. Quem tem que tomar uma atitude é o Cláudio. E nós já combinamos tudo.

- O quê?

Mônica olha em volta discretamente, certificando-se de que não há ninguém conhecido por perto.

- Nós vamos sair daqui, no domingo.

- Vocês vão... fugir?

Ela pede silêncio a ele com um gesto.

- Vocês estão malucos? - fala ele, em voz baixa. - Vão pra onde? O Cláudio também tem uma carreira aqui. Você tem ideia do que ele vai colocar em jogo?

- Eu sei... ela diz, olhando para o prato, já com os olhos se enchendo de lágrimas. – Mas não tem outro jeito.

- Mônica, que vida vocês vão levar, fugindo daqui feito marginais?

- Pelo menos estaremos juntos... nós três. Eu não me importo com o que acontecer depois.

- Não se importa agora, mas essa estória de um amor e uma cabana, só dá certo em filmes, menina. Isso é vida real!

Uma lágrima rola pelo rosto dela silenciosa e Mônica a enxuga.

- Eu preciso de um favor seu.

- Que favor?

- Antes de ir... eu queria saber... o sexo do meu bebê... Você faria o meu ultrassom?

Miguel encosta-se à cadeira e passa as mãos pelo rosto.

RETORNO AO PARAÍSO – ULTRASSOM

PARTE 15

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/03/2018
Código do texto: T6286098
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.