RP - ALBERTO - PARTE 7

ALBERTO

PARTE 7

Mônica se afasta de Wagner e enxuga o rosto.

- O que você pensa disso tudo?

- Eu estou achando tudo maravilhoso. Pode se gabar de que você foi a primeira mulher que meu irmão amou de verdade. Só não entendi como você teve a ideia de me meter nisso.

- Eu não queria implicar você. Tive a ideia quando você me convidou pra sair no sábado, antes do nosso aniversário, pra comemorar, lembra?

- Eu nunca vou me esquecer disso...

- Eu estava desesperada... Confesso que tive um medo enorme, quando descobri que estava grávida. Senti vontade de me matar várias vezes. Por ele e por mim mesma. Por ter traído... meu pai, minha prima... a família inteira... Mas eu me apaixonei por ele. Eu não planejei nada. Nós não planejamos, mas... aconteceu. O teu convite foi uma chance que eu vi de livrar o Cláudio de tudo e de justificar a criança, caso fosse descoberta por alguém e por meu pai, principalmente. Se você fosse um suspeito, pelo menos as pessoas não iriam ficar imaginando quem fosse, já que eu nunca namorei ninguém.

- Mas o que aconteceu na casa do Beto?

- Nada. Entre nós, nada. Quando nós chegamos lá, o Guto e o Leo já estavam bem alegrinhos. O Beto já estava começando a ficar tonto e você era o único que estava sóbrio, lembra?

- Mais ou menos. Aí, o Leo começou a me encher, dizendo que eu não bebia porque tinha medo de apanhar do meu pai e de levar bronca do Cláudio...

- Isso, e você, pra provar o contrário, bebeu um copo de conhaque quase cheio.

- Aquilo quase não passou pela minha goela, diz ele, fazendo uma careta.

- Como o Beto também tinha começado a ficar alto, a Sandra resolveu levá-lo pro quarto dele.

- A Sandra?

- É...

- Os dois foram pro quarto... juntos?

- Não foi só ela que fez isso. A Dina e a Laura também levaram os respectivos namorados para outros cômodos da casa.

- E nós?

- Eu não bebi uma gota, porque sabia que não podia. Estava lúcida. Você estava deitado no meu colo no sofá, lembra disso?

- Não...

- É, você estava bem grogue já. Eu consegui, com dificuldade, levar você pro jardim de inverno da casa e você dormiu a noite inteira do meu lado. Mas não aconteceu nada. Nem eu teria deixado acontecer. Só deu certo porque você bebeu demais e não se lembrou de nada no dia seguinte. Eu mesma não teria deixado você beber tanto, se... isso não tivesse sido conveniente pra mim. Desculpe.

- Não precisa se desculpar. Você não sabe o alívio que foi quando o Cláudio disse... que o pai do seu bebê não era eu... era ele. Eu já estava cheio de ideias malucas na cabeça...

- Sinto muito pelo susto.

- Não, susto maior eu levei quando soube que meu irmão era o pai dessa criança. Pra mim, o Cláudio nunca seria capaz de cometer um ato desses, mesmo sabendo que ele nunca amou a mulher.

- E não cometeria... se ela não o tivesse provocado, ela diz, com tristeza na voz.

- Ela?

- Cláudio só confessou que me amava porque naquele dia eles haviam tido uma briga muito feia. Durante essa briga, ela disse que ele não podia reclamar do casamento, porque aqui em Casa Branca não havia mulher que o merecesse mais do que ela. Ela era única mulher que poderia receber o título de esposa do doutor Cláudio Valle.

- Ela sempre foi o cúmulo da prepotência... É a mulher mais fútil que eu já conheci.

- A briga foi feia mesmo. Acho que foi ali que esgotou a paciência dele. Cláudio ia fazer plantão naquela noite na Santa Casa e chegou bem mais cedo do que de costume. Estava muito nervoso, o que é raro nele. Seu irmão nunca se abala com quase nada. Ele estava tão alterado que... desabafou comigo no consultório que ainda estava vazio. A gente sempre conversava muito. Ele me disse chorando que ela não tinha razão... e confessou que me amava e que ele gostaria que eu fosse a mulher dele, apesar dos dez anos de diferença entre nós. Eu já gostava dele, desde que o vi pela primeira vez e não via porque esconder isso naquele momento. Resolvi desabafar também e disse a ele que o amava e nós... nos beijamos, pela primeira vez.

Mônica para de falar por um momento, respira e olha para as mãos unidas sobre as pernas.

RETORNO AO PARAÍSO – ALBERTO

PARTE 7

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

HOJE É A PÁSCOA DE CRISTO!

ALELUIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/04/2018
Código do texto: T6296445
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