RP - ALBERTO - PARTE 10

ALBERTO

PARTE 10

Alberto começa a chorar de novo mais intensamente. O menino treme e se abraça a Cláudio, segurando com força seu braço. Cláudio o abraça também e chora em silêncio, procurando não deixar que o menino perceba.

- Meu Deus...

- Não deixa ele me matar, tio...

- Ele não vai fazer isso. Se depender de mim... ele não vai mais nem tocar em você.

O médico respira fundo, enxuga o rosto e olha para Mônica que chora em silêncio também.

- Você avisou o delegado, Wagner?

- Eu fui pessoalmente até lá, diz Wagner, não menos emocionado. – Ele deve estar vindo aí.

- Mônica, por favor, leva o Alberto lá pra cima e o coloque num quarto. Não saia de perto dele por nada, entendeu? Se der algum problema e alguém perguntar quem está pagando, diz que sou eu.

- Entendi, ela diz, segurando a mão do menino que a muito custo se afasta de Cláudio.

- Vem comigo, gatinho, ela diz com voz doce. – A gente vai ficar num quarto gostoso lá em cima, ok? Vai ficar tudo bem.

Mônica vai erguê-lo no colo, mas Wagner se adianta e faz isso por ela. Alberto olha para ele estranhando por não conhecê-lo, mas Cláudio diz:

- Esse é meu irmão, Wagner. Pode ficar tranquilo, Alberto.

- O que você vai fazer, Cláudio? - Wagner pergunta, antes de sair.

- Eu vou voltar à casa do pai dele com o Arnaldo.

- Não vá sem mim. Me espera, tá?

- Te espero lá na portaria.

Antes de seguir Wagner, Mônica olha para Cláudio e ele estende a mão para ela que a segura. Não dizem nada. Ela vai atrás de Wagner e ele desce para esperar por Arnaldo.

Arnaldo chega e Cláudio, revoltado, relata tudo que ouviu do menino.

- Você tem que prender esse homem imediatamente, Arnaldo. Ele não tem condições financeiras nem morais pra criar o filho. Ele é um alcoólatra inveterado que precisa de um tratamento urgente, além de ser um monstro. Ameaçou de morte o próprio filho!

- Onde está o menino?

- Lá em cima, com a Mônica.

- Eu não posso prendê-lo sem um flagrante, Cláudio. E mesmo que consiga, não é isso que vai ajudar essa criança. Não posso prender o pai dele por muito tempo. O que resolveria o caso era levar o garoto ao juiz de menores. Depois procurar a mãe dele e entregá-lo a ela.

- Se você me der documentos me autorizando, eu posso fazer isso.

- Você?

- É. Deixe o Alberto comigo e eu o levo ao juizado.

- Mas, Cláudio...

- É por pouco tempo. Se ele for devolvido ao pai, na certa será assassinado e aí... vai ser muito fácil prender o cara, só que o menino não vai mais estar aqui. Deixe-o comigo. Eu o levo pro orfanato e a Bárbara Telles terá o maior prazer em acolhê-lo.

Wagner se aproxima dele e ouve o fim da conversa.

- Se você não deixar, Arnaldo, eu vou prendê-lo.

Arnaldo sorri e aperta a mão dele.

- Como vai, Wagner? Que bom revê-lo. Tudo bem?

- Tudo. Comigo tudo bem, mas aquele garotinho lá em cima não está. Vê se dá um jeito, cara.

- Eu vou ver o que posso fazer. Vou até a casa do pai dele, agora.

- Eu vou com você, diz Cláudio.

- E eu! - Wagner completa.

Perto dali, dentro do carro do pai, Tânia observa o delegado chegando com a viatura da polícia e Cláudio e Wagner entrarem nela e se afastarem na direção do centro da cidade. Ela coloca o carro em movimento e estaciona na frente do hospital, quando eles já estão longe. Ela entra no Santa Mônica e se aproxima da recepção.

- Bom dia, dona Tânia? - diz Ana Luísa.

- Bom dia, Ana. – Você sabe se... meu tio está?

- Não, ele foi até Campinas. Está participando de um congresso sobre Cardiologia, desde ontem, mas ele chega hoje à noite.

- Ah, sei... e você viu minha prima por aqui, hoje?

- A Mônica? Vi, sim. Ela subiu agorinha a pouco com aquele garotinho, o Alberto, que estuda na creche. O que ela e o doutor Cláudio ajudam.

- Ela está aqui então...

- Acabou de subir. Deve estar em algum quarto lá em cima.

- Obrigada, Ana. Eu vou falar com ela. Vou ver se ela precisa de alguma coisa pro casamento.

- A Mônica vai casar?

- Meu tio não contou pra você?

- Não.

- Ela está grávida do doutor Miguel, que trabalha na Santa Casa. Pegou todo mundo de surpresa, mas eu acho que ele é um bom partido. Eles vão ser muito felizes. Eu vou até lá falar com ela. O casamento já é na segunda. Vai ser só no cartório de Casa Branca. Você está convidada.

- Sim, senhora. Obrigada.

RETORNO AO PARAÍSO – ALBERTO

PARTE 10

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 02/04/2018
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