RP - ALBERTO - PARTE 14

ALBERTO

PARTE 14

- E o casamento? - Wagner pergunta a Miguel.

- Eu não quero fazer o papel de idiota. Não vai ter casamento nenhum. Eu percebi que entrei num terreno perigoso demais. Minha mãe não sabe disso ainda e eu nem quero que saiba. Não vou dar esse desgosto pra ela. Vou pra Poços amanhã, fico com ela e volto à noite pra pegar minhas coisas. O terreno está livre.

A última frase foi dita dirigida a Cláudio.

- Vocês estão esperando o que aqui?

- A Mônica vai descer com o Alberto, Wagner fala.

- Ela está aí?

- Está.

- Então é melhor eu vazar mesmo. Tchau, meninos. Boa festa amanhã. Manda um abraço pro seu pai e pra sua madrasta, Wagner. Eu gosto muito deles.

Miguel se afasta

- Isso é amigo e mais alguma coisa, diz Wagner. – Ele está arriscando o pescoço por você. Quando o doutor Jairo descobrir... vai ficar uma arara. Vai procurar por ele no inferno...

- É por isso que eu acho que é melhor abrir o jogo de uma vez e acabar com isso. Não quero que mais ninguém se machuque, como ele está se machucando.

- Calma. Eu dou um jeito nisso também. Fica frio.

- Como você pode me pedir pra ficar frio? Você não está no meu...

- Justamente por não estar no seu lugar, eu consigo pensar melhor. Pra te falar a verdade, a Mônica, que está com a tua filha na barriga, está muito mais calma que você. Que raio de homem esquentado! Olha lá. Eles vêm vindo.

Mônica vem se aproximando com Alberto pela mão, muito sorridente. Os dois saem do carro para esperá-los.

- Demoramos? - ela pergunta.

- Você não quer que eu o leve pra fazenda, Cláudio? - Wagner pergunta. – Tem muito mais espaço pra ele brincar e o molequinho lá de casa vai adorar.

- Eu sei que vai. A Diana já fez amizade com ele, mas eu não posso fazer isso antes de falar com o Arnaldo. Ele ainda não está legalmente comigo. Eu vou até a delegacia agora ver isso. Depois...

- Depois... o papai Cláudio vai levar nós dois pra fazenda, não é, garotão?

Wagner levanta o garoto e o coloca montado em seu pescoço.

- Leva ou não leva, Alberto?

- Leva! - grita o menino, sorrindo.

- Você ouviu, Cláudio? Ordem de criança é ordem de criança.

Wagner corre com Alberto na direção do parquinho da creche que está a poucos metros. Lá, coloca o menino no chão e corre para um balanço, sentando nele e começando a se balançar. Alberto faz a mesma coisa no balanço do lado.

- Não sei qual dos dois é mais criança, diz Cláudio. – Wagner, a gente tem que ir embora!

- Já vamos! - o rapaz grita.

Ele encosta-se ao carro, vendo que a brincadeira vai demorar um pouco. Por Alberto, resolve esperar.

- Eu sempre achei o Wagner uma pessoa muito especial, diz Mônica, sorrindo e olhando para o rapaz. – Nós já fomos namorados sabia?

Cláudio olha para ela, surpreso.

- O quê? Você está brincando.

- Não, não estou. A gente brincava disso há uns... dez anos.

- Dez anos...?

- É! Você pensou que fosse quando?

- Não sei...

- Você se lembra que eu assisti o seu casamento?

Cláudio se vira para ela, ainda encostado no carro.

- Não... Você está falando de que dimensão? Eu não me lembro de nada disso.

- Nesse século mesmo, ela diz, sorrindo, e encostando-se ao carro também.

- Eu sou prima da sua mulher, esqueceu? Meu pai é tio dela e irmão do seu sogro. Ele tinha que estar no seu casamento e eu por tabela.

- Eu sempre me esqueço disso...

- A gente não morava aqui ainda. Papai e tio Jorge ainda estavam planejando negociar a casa da Luís Gama. Eles iam efetivar o negócio, depois que o tio Jorge tivesse quitado a casa de vocês que ele tinha comprado seis meses antes. Faltava pouquinho. Eu e o papai morávamos em...

- Rio Pardo... claro...

- Isso mesmo. Eu vinha pra cá sempre, quando ele vinha visitar tio Jorge e tia Bárbara. E depois do seu casamento, a gente sempre ia passar finais de semana na fazenda com o tio Jorge. A partir daí, começou a amizade do meu pai com o seu. Éramos todos família, agora.

- E esse negócio de... namorado?

- Calma... Já chego lá. O Wagner tinha doze anos e a Diana era um bebê de três, muito pequenininha naquela época, então só sobrava ele pra brincar comigo. Eu tinha nove. E a gente sempre fez muita bagunça, juntos. E entre essas coisas, se incluiu... fazer de conta que éramos namorados.

Cláudio fica olhando para ela, desconfiado.

RETORNO AO PARAÍSO – ALBERTO

PARTE 14

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 04/04/2018
Código do texto: T6299153
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