RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 12

IVAN, O TERRÍVEL

PARTE XII

Tânia sai. Linda pergunta:

- Você não disse que ela estava grávida?

- Ela perdeu o bebê, enquanto eu estava em Londres.

- Vai ser difícil pra ela, quando souber que seu irmão tem outra, não?

- Já está sendo. Ela já sabe. Vai ser difícil pro resto da família também.

Ele se levanta e chama:

- Matilde!

A moça aparece, atendendo ao chamado.

- Sim, senhor?

- Dá pra arrumar um café pra nóis, cumade?

- Sim, senhor, ela responde, sorrindo.

- Pra nove, viu? A minha gangue está aí também. Vou ver se tiro esses malucos da água. Tem algum bolo gostoso daqueles que você faz à tarde?

- Tem sim. Bolo de fubá e de mandioca. Eu fiz bolinho de chuva também. Dona Magda pediu pra fazer por causa das crianças e do seu Ivan. Fiz bastante, pode ficar sossegado.

- Eu te amo, Matilde. Já te disse isso?

- Umas mil vezes, seo Wagner.

- Obrigado, linda. Arruma a mesa da sala de jantar, que a turma vai chegar comendo a beirada da mesa.

- Sim, senhor, ela diz, voltando para a cozinha.

Ela mal sai da sala e os rapazes e moças entram nela, vestidos, mas com os cabelos molhados. Só Leo não está com eles.

- Estava uma delícia, Wagner, diz Sandra.

- O tempo está feio aí fora, diz Guto. – Tem cada nuvem que dá até medo.

- Ninguém me ouse sentar no sofá, molhados desse jeito. Minha mãe e a Matilde cozinham vocês em banho Maria. Ou vocês vão se enxugar lá no banheiro de cima ou sentem no chão mesmo, ou já vão se sentando na sala de jantar. Vai sair um café pra todo mundo já, já.

- Oba! O café da Matilde, diz Guto, esfregando as mãos.

- Teu pai ainda não chegou? - Beto pergunta.

- Ainda não. Cadê o Leo?

- Aí fora na varanda, diz Dina.

- Vão se ajeitando aí na mesa que eu vou lá fora buscá-lo.

Com intenção de fazer as pazes com o amigo, Wagner vai até a varanda. Leo está sentado na escada.

- Não vai entrar, maluco?

- Estou bem aqui.

Wagner se senta ao lado dele.

- Leo, não vamos entrar nessa de ficar um tentando atingir o outro. Vamos esquecer o que aconteceu ontem. Não vale a pena ficar brigando à toa. Nós sempre fomos amigos. E, se você está aqui hoje, é por que ainda é meu amigo. E a Linda não merece ser alvo de brigas desse tipo. Ela é um outro tipo de garota.

Leo fica em silêncio, olhando para as mãos unidas.

- Vamos entrar. A Matilde fez um café pra gente.

- O que você tem com a Linda?

- Nada, Leo. Você está imaginando coisas. Nós somos só amigos.

- Eu vi você dois juntos, ontem, na Marechal Deodoro e não pareciam só amigos.

- Ah, você... viu, é? Só que, mesmo assim, não é o que você está pensando. Se ela te deu um fora, não foi por minha causa. Pode ter certeza disso. Eu te dou a minha palavra. Aquele beijo não teve consequência nenhuma. E não tenho nada com ela e nem pretendo ter. E vamos entrar logo, senão o café esfria. Vem.

Ele estende a mão que Leo segura e se levanta, entrando com ele.

Uma chuva muito forte de verão começa a cair para esfriar o solo quente. As nuvens escuras trazem a noite mais cedo, mas não dura muito. Em menos de meia hora, ela passa e deixa no ar o cheiro bom de capim molhado e de terra úmida.

E é desfrutando essa sensação gostosa que Lopes ouve o primeiro choro de seu filho. Ele havia ficado sentado do lado de fora da casa, nervoso e quase imóvel ao lado de Leonardo, que não tinha palavras e nem sabia muito o que dizer naquela situação, mas estava ali dando seu apoio ao amigo e administrador.

Quando a criança começa a chorar, Leonardo se levanta e olha para a porta da casa. Lopes continua na mesma posição e fecha os olhos. Sente um arrepio de felicidade percorrer por todo seu corpo e sente um nó na garganta que não o deixa chorar, não ainda.

Minutos depois, Magda sai da casa e aproxima-se dele, sorrindo.

- Quem é o pai? - ela pergunta, com as mãos na cintura.

Lopes se levanta devagar e olha para ela com ar assustado e o coração aos pulos.

- Meus parabéns! É um menino lindo, ela diz.

As lágrimas começam a rolar pelo rosto dele, teimosas.

- Eu... posso entrar?

- Tenha um pouquinho só de calma. Ele vai só tomar um banho ligeiro e logo você vai poder ver os dois.

Ela volta a entrar. Leonardo bate no ombro do amigo e o abraça em seguida.

- Meus parabéns! Mais um homem para esse mundo de meu Deus.

RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL

PARTE 12

OBRIGADA E BOA NOITE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 08/04/2018
Código do texto: T6303234
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