RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 13

IVAN, O TERRÍVEL

PARTE XIII

Enquanto isso, Mônica enxuga com cuidado o garotinho irrequieto de Carolina, que dorme, exausta. Cláudio observa cada movimento de Mônica e percebe que ela está chorando em silêncio. Mônica veste o menino com todo cuidado e o embrulha numa manta azul, colocando-o ao lado da mãe. Depois fica olhando para os dois ainda chorando em silêncio. Cláudio a faz levantar o rosto e olhar para ele.

- Obrigado. Você foi maravilhosa.

Ela apenas sorri para ele.

- Nós fomos.

Magda entra no quarto e pergunta:

- Tem um pai ansioso lá fora querendo entrar.

- Pode falar pra ele vir. A Carolina dormiu de cansaço, mas o bebê está acordado.

- Eu vou chamá-lo.

Mônica enxuga o rosto, ajeita os cabelos e vai sair para a cozinha, mas ele segura seu braço e a faz parar.

- Porque você está chorando? No que você está pensando?

- Na minha filha... Daqui a pouco, ela vai estar aqui nos meus braços também. É uma emoção... muito forte.

Cláudio a abraça e lhe beija a testa.

- Vou ficar um pouco na cozinha, ela diz, saindo.

Senta-se à mesa e apoia o rosto no braço sobre ela.

No quarto, Lopes fica parado na porta, olhando para a mulher e o filho deitados na cama. Cláudio sorri e pergunta:

- Você vai ficar aí na porta? Eu não tive esse trabalhão todo pra ver você aí parado. E ele até que é grande, mas não acho que você enxergue muito daí. Vem pra cá, homem. Foi você que fez, assuma.

Lopes sorri e vai sentar-se numa cadeira próxima a cabeceira da cama. Depois de algum tempo fitando os dois, Lopes olha para Cláudio e pergunta:

- Está... tudo bem com eles?

- Tudo bem. Seu filho é perfeito. Ela está dormindo, porque está cansada. Não é fácil ter um bebê. Mas ele quase não deu trabalho. Só espero que dê muito trabalho pra você.

- Muito obrigado, doutor. Deus o abençoe.

- Amém. Agradeça a ela, quando acordar. Eu vou deixar vocês sozinhos. Meus parabéns, Lopes. Espero que a ambulância chegue logo. Eu quero levar os dois pra Santa Casa.

- Sim, senhor. Obrigado de novo.

Cláudio sai do quarto e fecha a porta. Magda está com Leonardo e Mônica sentados à mesa da cozinha.

- Vocês deveriam ir pra casa, pai. O Wagner deve estar em apuros lá na casa grande. Ele não tem muito jeito pra dona de casa. Está tudo bem por aqui. Eu vou só esperar a ambulância chegar pra levar os dois pra cidade e, por enquanto, acho que ela e o bebê vão dormir. Voltem pra casa. Eu e a Mônica cuidamos de tudo agora.

- Ela também deve estar cansada, diz Leonardo.

- Não, não estou, ela diz. – Só um pouco emocionada. Podem ir sossegados.

- Está certo, mas você vai jantar aqui, não vai?

- Vou sim, senhor, quando o Cláudio for.

- Não demorem muito. São quase oito horas e pode começar a chover de novo.

- Pode deixar, pai.

- Até já e... parabéns! Vocês trabalharam muito bem juntos.

Leonardo e Magda saem. Cláudio se senta na frente de Mônica e segura sua mão.

- Você não ficou só emocionada. Você está triste.

- Não... Impressão sua. É só emoção mesmo.

- Eu não vejo a hora de estar no lugar do Lopes...

- E eu tenho medo... que esse dia nunca chegue.

- Do que você está falando?

- Você acha que vai ser tranquilo assim, quando nossa filha nascer?

Ele olha para a mão dela na sua e não responde.

- Eu quero ir embora daqui, Cláudio. Eu tinha até concordado com o Wagner de esperar mais um pouco, mas tem gente demais se magoando com tudo isso. O Miguel, a Tânia...

- O Miguel vai embora daqui amanhã, pra não estar aqui na segunda, pra não se casar com você...

- Não é justo. Ele não pode fazer isso. Não por nossa causa. Eu nunca vou me perdoar.

- Seu pai sabe que você está aqui?

- Ele está chegando de Campinas a qualquer momento, se já não chegou. Eu deixei um recado em casa dizendo pra ele que estava aqui e o motivo. Talvez ele venha amanhã com o tio Jorge e a tia Bárbara...

- Pois bem, amanhã vai estar todo mundo reunido aqui em casa... Eu vou acabar com isso de uma vez.

- Eu quero falar com meu pai, antes. Eu quero contar eu mesma.

- Concordo. Eu também quero conversar com meu pai e vou fazer isso, talvez hoje mesmo. Não quero sair daqui como um criminoso e muito menos que você saia assim.

Lopes sai do quarto.

- Se vocês quiserem ir descansar, podem ir.

Os dois se levantam.

- Você saberia cuidar deles, se acordassem? - Mônica pergunta.

- Eu vou ter que aprender, não é? Vocês não vão poder cuidar deles pra sempre.

- Eu ia levar os dois pro hospital, mas começou a chover de novo e a estrada deve estar horrível, por isso a ambulância não chegou ainda. É melhor ficar essa noite aqui.

- Eu mesmo levo a Carolina e o bebê pra lá amanhã cedo.

- Tudo bem. Então nós vamos pra casa grande. Eu vou pra cidade depois do jantar. Se você precisar de alguma coisa, por agora, pode me chamar. Se eu não estiver, chame a Magda. Ela entende muito do assunto e pode ajudar a Carolina com o bebê.

- Sim, senhor. Obrigado por tudo, doutor, mais uma vez. E a você também, Mônica e... me perdoe o que eu vou falar, mas... espero que você seja tão feliz com... seu filho, quanto nós dois somos agora...

Mônica sorri e olha para Cláudio.

- Nós seremos, Lopes, ele se adianta e responde.

Lopes olha para ele surpreso. Cláudio pega a mão de Mônica e repete:

- Nós seremos, se Deus quiser. Obrigado.

RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL

PARTE 13

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/04/2018
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