RP - EXÍLIO - PARTE 17

EXÍLIO

PARTE 17

Wagner aperta a mão dele e Gart vai para a garagem, saindo da fazenda.

Enquanto isso, na cidade, Arnaldo é pressionado por Jairo a telefonar para várias cidades da região de Casa Branca para ajudarem na busca de Cláudio.

- Parado aqui, você não vai conseguir prendê-lo nunca, Arnaldo.

- Doutor Jairo, o Doutor Cláudio não tem ficha na polícia de lugar nenhum. Ele nunca sequer participou de uma briga de escola. Eu não posso sair atrás dele como se fosse um criminoso!

- Ele espancou minha sobrinha. Não contente com isso, tentou matá-la. Não é o bastante pra você? Quem sabe também não tentou matar Mônica antes...

- Isso tudo não combina com a pessoa dele, doutor. Como é que ele tentaria... matar a mãe do filho dele. O senhor não disse que ela está grávida dele?

- Tudo isso é muito difícil de entender, mas eu quero tirar isso a limpo o mais rápido possível.

- Eu já mandei um policial até a Santa Casa apanhar as duas balas que feriram sua filha e sua sobrinha. O exame da bala vai nos dar a certeza de tudo.

- E enquanto isso, ele foge sabe-se lá pra onde! Telefone pra algumas cidades por onde ele possivelmente possa passar. Traga-o de volta. Depois, se quiser, pode colocá-lo numa cela dourada, mas eu quero esse homem de volta a Casa Branca ainda hoje, entendeu? Ou eu vou pessoalmente apelar para o delegado de São José do Rio Pardo!

Arnaldo resolve concordar com o médico e dá início a uma série de telefonemas.

Na Santa Casa, Bárbara conversa com a filha.

- Pra mim é tão difícil acreditar que Cláudio seja este homem violento que você está descrevendo, Tânia.

- Ele é pior do que isso, mamãe. Você mesma está vendo as marcas no meu corpo. Já não é o bastante?

- Ela já te bateu alguma vez antes?

- Várias...

- E por que você nunca me disse nada?

- Porque... porque ele sempre me pedia desculpas depois e... e eu o amava demais. Não conseguia deixar de perdoá-lo.

- Não consigo entender... Não consigo enxergar uma atitude tão vil e covarde como essa no Cláudio. Chego mesmo a não acreditar, filha. Vocês viveram oito anos juntos... Essa não é a descrição do meu genro.

- Isso começou... depois que ele se apaixonou pela Mônica. Quando ela veio morar aqui perto de nós. Ele passou a me desprezar e, quando a gente brigava, ele me comparava com ela, por ela ser mais jovem... e mais bonita que eu. Era horrível, mamãe.

Ela começa a chorar. Bárbara se abraça à filha, mas ainda não consegue visualizar Cláudio naquelas atitudes tão incompatíveis com o homem em quem ela confiava tanto e que colocou como diretor de seu orfanato.

- Você não acredita em mim?

- Filha... se você está me dizendo essas coisas só pelo que ele fez ontem, diga pra mim. Não aumente a culpa dele por um erro. Diga a verdade, meu amor. O Cláudio sempre foi assim com você ou foi só ontem que ele perdeu a cabeça numa discussão de vocês? Você pode falar a verdade pra mim. Eu sou sua mãe, vou compreender. Eu sei o quanto você o ama.

Tânia se afasta dela bruscamente.

- Se você não acredita no que eu digo, não venha mais falar comigo. Eu disse a verdade. Cláudio é um cafajeste! Ele me traiu com a minha própria prima, depois me engravidou, matou meu filho e me abandonou! Se você não está satisfeita com isso, me deixe sozinha.

Bárbara olha desconfiada para ela. Claro que não pode desconfiar da própria filha, mas ainda assim, Cláudio não parece ser para ela, tudo aquilo que Tânia fala.

- Está certo. Não fique nervosa. Descanse... Eu volto mais tarde.

Ela sai do quarto e vai para o quarto de Mônica. Ainda não tinha falado com a sobrinha desde que soube que o filho dela era de Cláudio. Ao entrar no quarto, vê Mônica em pé próxima da janela, olhando para fora. Ao vê-la, Mônica se surpreende com a visita.

- Tia...

- Está melhor? - Bárbara pergunta séria.

- Sim, senhora. Obrigada...

- Eu não queria entrar nesse quarto. Tinha medo de lhe dizer coisas que só seu pai tem o direito de dizer. Mas eu quero lhe fazer uma pergunta...

- Faça, tia.

- Há quanto tempo você sabe que Cláudio não ama Tânia?

- Eu sempre soube. Desde que comecei a trabalhar com ele no hospital e... me interessei por ele.

Mônica diz isso com os olhos baixos e vai ficar perto da cama.

- Eu comecei a observá-lo sozinho e... ao lado dela. Me encantava o jeito que ele trabalhava com as crianças... Aí eu comecei a lembrar de que fui ao casamento dele com Tânia. Ele tinha só dezoito anos e eu tinha acabado de fazer oito. Eu... não conseguia imaginar que alguém tão inteligente quanto ele... tivesse se casado por amor com alguém... tão diferente dele quanto a Tânia.

- Está chamando minha filha de burra?

RETORNO AO PARAÍSO – EXÍLIO

PARTE 17

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/04/2018
Reeditado em 05/11/2020
Código do texto: T6313251
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