RP - EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES - PARTE 3

EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 3

Mônica sobe para seu quarto e Jô sobe com ela. Começa a tirar algumas roupas dos armários e gavetas e coloca dentro de uma mochila.

- O que você vai fazer, menina? - Jô pergunta.

- Se quer me ajudar, pegue a maleta que tem as roupas do bebê e leve lá pra baixo. Se não quer, sai daqui. Só não me atrapalha, por favor.

Jô pega a maleta e desce. Mônica desce pouco depois já com a mochila nas costas e vestida num macacão de jeans de gravidez e uma jaqueta.

- Aonde você vai, Mônica?

- Vou até o colégio.

- A pé, com uma mochila nas costas e uma maleta na mão? Você está grávida, menina! É muito esforço...

- Então me ajuda. Daqui lá é rapidinho. É uma linha reta. Se a gente sair agora, eu consigo chegar lá em quinze minutos. Vou me encontrar com o Wagner. Ele também vai se atrasar. Está saindo da fazenda... agora... Por favor, Jô, me ajuda.

- Está bem, vamos.

Jô pega a maleta e as duas saem da casa. Elas começam a andar subindo a rua, num passo rápido, mas tranquilo.

Como Mônica disse, elas percorrerão uma linha reta até o Colégio Francisco Thomaz de Carvalho. O centro de Casa Branca é um plano e tranquilo para se caminhar.

Vinte minutos depois, Wagner está chegando à praça que fica diante do colégio. Ele se assusta ao ver Mônica e Jô sentadas num dos bancos com a maleta e a mochila. Desce da moto e vai se sentar ao lado delas.

- Bom dia, Jô.

- Bom dia, Wagner.

Wagner beija Mônica no rosto e pergunta:

- Aonde você pensa que vai, maluquinha?

- Se você me ajudar... procurar o Cláudio.

Ele não se espanta. Sorri e pergunta:

- E se eu não ajudar?

Mônica coloca as mãos no rosto e começa a chorar. Ela está muito nervosa.

- Por favor, Wagner...

Ele a abraça apertado.

- Ei, calma, cunhadinha. Eu estou brincando. Claro que eu vou te ajudar, mas não dá pra fazer isso hoje. Seu pai sabe que você teve essa ideia mirabolante?

- Ele nem imagina, diz Jô. – Ela está saindo de casa fugida dele, Wagner. Eu estou muito preocupada com ela e o bebê. Seo Jairo foi comprar a passagem dele pra viajar com ela pra Europa e disse que quer voltar e encontrar ela em casa esperando por ele, senão...

- Fica tranquila, Jô. Faz o seguinte: você vai voltar pra casa e ficar esperando por ele lá. Quando ele chegar, diz a verdade, que ela saiu e não disse pra onde ia. Você não sabe de nada. Nem que eu estive aqui.

- Isso não é a verdade.

- É... Uma meia verdade, mas... não esquenta. Não quero que você se complique.

- Isso não vai acabar bem...

- Vai sim. Vai pra casa. Ela está em boas mãos. Confia em mim.

Jô olha para Mônica e a abraça.

- Tem certeza que quer fazer isso, filha?

- Tenho. Fica com Deus. Logo que puder, eu mando notícias. Obrigada, por tudo.

Jô se afasta dela e volta para casa. Mônica olha para ele e pergunta:

- Você vai me ajudar mesmo, não vai?

- Já disse que sim, mas eu não sei onde ele está ainda.

- Ele não estava indo pra São Paulo?

- É, mas... a gente tem que ter certeza disso primeiro e, mesmo que ele já esteja lá, São Paulo não é na próxima esquina. São quase duzentos quilômetros daqui e é imensa.

- Eu não vou voltar pra minha casa...

- Não estou te pedindo isso. Nós vamos pra fazenda. Isso não é problema. Se eu soubesse que você ia fugir de casa, tinha vindo com meu carro. Agora... vamos dar um jeito de conseguir levar sua mochila, a maleta, você e o bebê. Depois a gente arranja um lugar pra mim na moto. Ainda bem que ela é grande.

Ela sorri entre as lágrimas.

Wagner encaixa a maleta no bagageiro da moto, Mônica coloca a mochila nas costas e depois que ele a ajuda a subir na máquina, sobe também e pergunta:

- Você está bem aí?

- Estou.

- Segura bem em mim, tudo bem? Eu vou tentar não correr muito. Se sentir algum desconforto, me avisa que eu paro, combinado?

- Obrigada... Você é maravilhoso.

Ela beija seu rosto e encosta a cabeça nas costas dele, se abraçando firme a sua cintura. Wagner respira fundo e dá a partida. A moto toma o rumo da saída da cidade.

O rapaz leva Mônica para a fazenda, mas não para a casa grande. Ele estaciona a moto diante da casa de Salomão.

- Que lugar é esse? - ela pergunta, enquanto ele a ajuda a descer da moto.

- Você não lembra? A gente brincava muito aqui perto, quando éramos crianças.

- É... a casa do Salomão? - ela pergunta, depois de puxar pela memória suas recordações de criança.

- É. Se importa de ficar aqui por uma noite?

- Eu não, se ele não se importar...

Wagner se aproxima da casa e vai bater na porta, mas Salomão a abre antes disso. Já tinha ouvido o barulho do motor e os tinha visto chegar pela pequena janela. Wagner sente o arrepio que sempre sente, quando vê o velho.

- Oi, Salomão...

O velho olha por cima do ombro dele e vê Mônica.

- Mande ela entrar.

Wagner se surpreende.

- Eu preciso que ela fique aqui até amanhã. É possível?

- Eu falei pra mandar a moça entrar, não falei? - o velho diz, sem tirar os olhos de Mônica.

Wagner não fala mais nada. A voz de Salomão sempre lhe causou arrepios de medo e mesmo agora, já crescido, não pode dizer que esse medo se acabou.

RETORNO AO PARAÍSO – EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 3

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 23/04/2018
Código do texto: T6316946
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