RP - EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES - PARTE 9

EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 9

Wagner se levanta e dá alguns passos indo para perto da janela. Subitamente olha para Gart e propõe:

- Por que você não leva a Linda com você? Ela pode ser mais útil lá do que aqui.

- Eu pensei que você tivesse dito que precisava de nós dois aqui. Ela não é mais útil pra você?

- É, mas seria bom se ela fosse com você. Assim você não iria sozinho. Deve ser um porre viajar dentro de um avião daquele tamanho sem ninguém pra conversar...

Gart olha para ele sem acreditar que aquele seja o verdadeiro motivo, mas não questiona.

- Você acha?

- Acho.

- E você acha que... ela iria gostar de ir comigo pra Inglaterra, ou melhor, você acha que ela iria querer sair do Brasil agora, com essa viagem pra São Paulo programada?

- Claro... Eu acho sim.

- Pois eu acabo de pergunta pra ela sobre isso.

Wagner coloca as mãos nos bolsos do jeans e pergunta:

- E o que ela respondeu?

- Que não quer ir. Que, se a presença dela lá for muito necessária, eu ligo pra cá e ela vai. Antes não.

Wagner volta a se sentar na cama.

- E não foi só isso. Ela disse que só volta pra Inglaterra se você pedir.

Os olhos de Wagner se voltam assustados para Gart.

- Ela está apaixonada por você, Wagner. - Gart diz com um leve sorriso. – Você conhece aquela música dos Beatles? “She loves you...”.

Gart canta baixinho o título da música que é conhecida mundialmente.

- Para com isso, Gart. É impressão sua. A Linda é muito nova ainda e está saindo de uma desilusão amorosa que não tem nem uma semana...

- Ela está saindo de um pesadelo amoroso, pra ser mais exato.

- Tanto faz, que seja. Ela está muito confusa. O que ela está sentindo deve ser coisa passageira. Não deve ser sério.

- Então você admite que haja alguma coisa.

- Você está me confundindo, Gart...

- É a tua cabeça que está confusa. Não sou eu que faço isso.

- Eu não tenho nada com ela. Pode ficar certo disso. A gente é só muito amigo.

- Eu não te perguntei nada.

- Mas você gosta dela, Wagner diz, sem pensar.

Ele coloca as mãos na cabeça e fecha os olhos.

- Pronto, já falei besteira.

- Então é isso, Gart diz. – Você não quer me aproximar da Linda porque colocou na cabeça que eu gosto dela.

- Não fui só eu que percebi.

- Quem mais? Eu nunca fiz nada que demonstrasse isso.

- Alguém que era muito mais observador do que eu.

- Quem? Meu avô?

Wagner não responde. Gart se senta na cama do lado dele.

- Se foi ele, eu te peço... que fique só entre nós. Não espalha isso.

- Ele colocou na carta que deixou pra mim, o desejo de te unir a ela.

- Ela não gosta de mim, como gostou do Teo... ou como gosta de você. Não insiste nisso.

Diana aparece na porta.

- Posso entrar?

- Você não aprende a bater na porta antes de entrar, não é, Diana?

Ela não liga para o irmão e entra. Gart se levanta e vai sair do quarto.

- Depois a gente continua esse papo, Gart.

- Não tem mais o que falar...

O guarda-costas sai. Diana olha para a mochila sobre a cama e pergunta:

- Você vai viajar? Pra onde? Me leva junto?

- Não começa, Diana. Eu não posso levar você. Eu vou sozinho.

- Você vai se encontrar com o Cláudio, não vai?

- Vou, mas já falei que vou sozinho.

- Ah, me leva com você! Prometo que não atrapalho.

- Não, já não chega o susto que você deu em todo mundo saindo daqui sem avisar pra ninguém? A mamãe não colocou você de castigo por isso, não?

- Não... Ela ficou tão feliz de me ver de volta que nem se lembrou disso. E porque ela prometeu pra santinha dela que, se eu estivesse bem e o Cláudio conseguisse se livrar de ser preso, ela não me castigaria.

- É, bom pra você, mas acho que não vai dar pra te levar não.

- Eu não atrapalho juro.

- Diana, eu nem sei pra onde eu estou indo. Essa viagem pode demorar e a mamãe pode precisar de você aqui. E a escola?

- Eu já estou de férias. Passei de ano com notas muito legais. Eu quero ver o Cláudio de novo. Ele está sozinho lá.

- Lá onde? Nem eu sei onde ele está.

- Ele foi pra São Paulo.

- Como você sabe?

- Ele disse que ia, oras.

- Sei... Mas ir pra São Paulo, não é como ir a Poços de Caldas, Diana. Esquece, sem chance, ele diz, continuando a arrumar a mochila e não dando mais atenção a ela.

Diana sai do quarto, emburrada. Desce as escadas batendo os pés com força nos degraus, de braços cruzados. Vai até a cozinha, onde a mãe está. Ao vê-la sentar-se na cadeira de cara amarrada, Magda, que mexe o mingau de aveia que prepara para Elis no fogão, pergunta:

- Você viu a Elis aí por fora, Diana?

- Não, mãe...

- E tem ideia de onde ela está?

Ela apenas balança a cabeça negando. Magda olha para Matilde que descasca batatas sobre a pia e a moça sorri, encolhendo os ombros.

RETORNO AO PARAÍSO – EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 9

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 25/04/2018
Reeditado em 26/04/2018
Código do texto: T6318916
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