RP - EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES - PARTE 13

EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 13

Jairo passa as mãos pelos cabelos, desnorteado.

- Você não quer entrar, Jairo? - pergunta Leonardo. – Tomar um copo de água...

O médico entra na casa e Leonardo o convida a sentar-se. Magda vai até a cozinha e lhe traz um copo d’água.

- Fique calmo. Ela não pode estar longe, Leonardo diz, tentando acalmá-lo.

- Eu a deixei em casa quando saímos do hospital, depois... fui a Campinas comprar minha passagem para amanhã. Quando voltei, ela não estava mais em casa. Por favor, Wagner, se você sabe onde ela está, não esconda de mim.

Wagner chega a sentir pena dele e se sente mal em mentir, mas não pode voltar atrás tudo que combinou com Mônica.

- Eu acho que o senhor está perdendo tempo, doutor. Se os dois têm que ficar juntos, não é o senhor que vai impedir. Deixa as coisas correrem normalmente. Não vai lhe servir de nada esquentar a cabeça, no pé em que as coisas estão. Só vai... minar sua saúde. Eles vão ter um filho. É até desumano separar os dois.

Jairo balança a cabeça, desorientado, negando aquela possibilidade.

- Eu sinto muito, mas isso já está fora de cogitação, rapaz...

- Então... eu também sinto muito. Não vou poder ajudar. Com licença.

Wagner dá as costas e sobe para seu quarto.

- Eu nem sei o que lhe dizer, Jairo, diz Leonardo.

- Nem precisa... É tudo tão absurdo que eu nem posso culpá-lo de nada, mas eu não posso e nem vou deixar minha filha se encontrar com seu filho, Leonardo. Nunca me passou pela cabeça criar uma filha para deixar que ela viva em companhia de um homem casado. Eu prefiro que ela morra solteira. Você precisa ver o estado de Tânia. Ela nem chora mais. Acho que ela realmente enlouqueceu por causa dele. Meu irmão então... É muita desgraça junta. Eu já nem sei o que pensar.

Arnaldo se manifesta:

- Se o senhor quiser, eu posso mandar fazer uma ronda pela cidade, perguntar na rodoviária. Ela pode estar na cidade ainda. Pra onde uma moça grávida iria... sozinha?

- É, faça isso, Arnaldo. É o único jeito. Minha esperança era o Wagner. Quando minha empregada falou o nome dele, eu logo pensei em vir aqui. E, sinceramente, acho que nem sei se acredito nele... desculpe, Leonardo, mas não confio em mais ninguém. Depois do que o Cláudio fez pra minha filha... Ele era meu amigo. Um excelente profissional. Ótimo rapaz. Eu confiava demais nele. Agora...

Jairo se levanta e sai da casa sem nem mesmo se despedir de ninguém.

- Boa noite, Leonardo, diz Arnaldo. - Desculpe vir aqui de novo em circunstância tão... Boa noite, a todos.

Arnaldo sai também. Leonardo vai fechar a porta atrás deles e olha para o topo da escada. Resolve subir e falar com o filho. Entra no quarto de Wagner e o encontra na sacada do quarto, olhando para fora. Ele se assusta ao ver o pai entrar.

- Onde ela está? – Leonardo pergunta.

- Ela quem, pai?

- Onde a Mônica está? Eu não estou brincando, Wagner.

- Já disse que não sei...

Leonardo se aproxima do filho e olha fixamente em seus olhos, colocando as mãos em seus ombros. Pergunta novamente enérgico.

- Onde ela está?

- Na cabana do Salomão... - ele responde rapidamente, com o coração aos pulos, não consegue mentir para o pai.

Leonardo aperta seus ombros e sente vontade de bater nele.

- Pai... está doendo... - Wagner geme, sentindo a pressão das mãos do pai quase quebrarem seus ombros.

Leonardo o solta e se afasta dele indo para a sacada e se apoiando no parapeito, muito nervoso. Wagner massageia os ombros e estica os braços para relaxar os músculos.

- Você não vai contar pra ele, vai?

O rapaz vai para a sacada e fica ao lado do pai.

- Definitivamente você não tem juízo nenhum. E nem respeito por nada. Você não vê que Jairo é um pai desesperado? Não percebe que ele ama a filha e quer tê-la de volta com ele? O que você tem na cabeça, Wagner?

- Ela não é mais dele faz tempo. Está esperando um filho do Cláudio. Seu neto e neto dele. Vocês deviam se unir pra trazer os dois pra cá. É mais do que justo que eles fiquem juntos.

- Mas eles não são casados! Por mais que eu ame meu filho, ele não tem direito nenhum sobre ela. Mônica é menor e pertence ao pai até completar vinte e um anos. Eles nem ao menos podem se casar no exterior, sem autorização do pai dela.

- E precisa? - ele pergunta, cinicamente. - O mais importante eles já fizeram.

- Eu não estou brincando, rapaz. Me respeite!

Wagner entra no quarto e senta na cama.

RETORNO AO PARAÍSO – EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 13

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 27/04/2018
Código do texto: T6320200
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.