RP - EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES - PARTE 20

EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 20

Alberto começa a chorar de novo. Lúcia fica sem saber o que fazer. Abraça-se ao menino.

- Calma, querido. Vai ficar tudo bem... Vamos descendo?

- Vamos.

Eles descem e ela pergunta:

- Você sabe onde está esse médico agora, Miguel?

- Provavelmente em São Paulo, só não sei onde. Aquela cidade é imensa, mas o irmão dele deve saber.

- É possível telefonar para ele agora?

- É claro.

Da recepção, Miguel telefona para Quatro Estrelas e fala com Magda. Ela lhe conta que o enteado viajou logo cedo para São Paulo a procura de Cláudio e que só volta quando tiver notícias concretas sobre ele. Lúcia encontra um meio de consolar Alberto.

- Você ouviu o tio Miguel falou? O tio Cláudio está em São Paulo e nós vamos pra lá também, quer?

- Quero, responde o menino animado. – Agora?

- Agora? Sem comer nada? Eu estou com fome, você não está?

Alberto balança a cabeça afirmando.

- Então, agora, a gente vai a um lugar gostoso que o tio Miguel conhece na cidade, almoçar.

- Na casa da Júlia? - ele pergunta.

- Você conhece?

- Muito. Ela faz uma comida muito gostosa!

- Então, a gente vai almoçar lá e...

- Amanhã, os dois vão pra São Paulo, diz Miguel, antecipando a frase.

Ela olha para ele. Miguel diz baixinho em seu ouvido:

- E eu? Não posso ter meus desejos realizados também?

Ela entende o que ele quer dizer e se volta para Alberto.

- Concorda, Alberto?

- Concordo.

- Bom menino! Assim é que eu gosto, diz Miguel, passando a mão pela cabeça do garoto e lhe dando um beijo no rosto.

- Você tem sorte que ele é muito bonzinho. Entre o seu desejo e o dele, eu atenderia o dele primeiro.

- Então, eu não quero ter filhos quando me casar com você.

Ela olha para ele surpresa e acha melhor mudar de assunto. Pega Alberto no colo e pergunta:

- Nós vamos almoçar ou não?

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À tarde, pouco antes das duas horas, Magda vai até a casa dos Telles lhes fazer uma visita e saber com está Tânia. Bárbara a recebe bem, apesar de ainda muito triste.

- Eu não pude vir antes, desculpe. Tem acontecido muita coisa na fazenda.

- Eu sei, Magda. Não tem importância. De qualquer forma, foi muito bom você ter vindo.

- Como ela está?

- Não saiu do quarto desde que chegou do hospital. Não quer falar nem comigo, mas eu tenho medo de deixá-la sozinha. Não tenho nem ido ao orfanato mais. Minha sorte é que as freiras cuidam muito bem de tudo e me informam de qualquer emergência por telefone. Do contrário, eu não sei o que faria.

- Eu imagino o estado em que ela deve estar. E Jorge?

- Quando ele tem algum problema sério, ele se afunda naquele jornal e não vem pra casa nem pra comer ou dormir. Não voltou pra casa ontem à noite. Telefonei pra lá e me disseram que ele está trabalhando feito doido desde ontem cedo. Vai acabar tendo um enfarto.

- Como pode acontecer tanta coisa ruim assim ao mesmo tempo? Eu ainda não compreendo como nossa vida pôde ter mudado tanto em menos de uma semana.

- Não foi só em menos de uma semana, Magda. Foram meses. Anos talvez. Nós é que não percebemos. Se não tivéssemos dado tanta importância em unir nossas famílias através de nossos filhos, nada disso estaria acontecendo.

- Você também concorda agora que o casamento de Cláudio e Tânia foi um erro?

- Eu não posso pensar em outra coisa. Nós devíamos ter esperado um pouco mais. Cláudio era uma criança e Tânia também quando se casaram. Apesar de ele ser muito responsável, nós devíamos ter esperado ele se formar. Esperar para sentir se eles se amavam realmente, como imaginávamos. Nós provocamos tudo isso. A culpa não pode ser colocada toda sobre as costas do Cláudio, nem da Tânia, nem mesmo da Mônica. Eu, Jorge e Leonardo somos muito mais responsáveis por tudo isso. O erro foi nosso e agora eles estão pagando por isso. Nós e eles.

Bárbara coloca o lenço que já tem na mão, no rosto, e começa chorar.

RETORNO AO PARAÍSO – EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES

PARTE 20

OBRIGADA E TENHA UM BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 29/04/2018
Código do texto: T6321919
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