RP - SÃO PAULO - PARTE 9

SÃO PAULO

PARTE IX

Cláudio se levanta e a beija, indo para o banheiro.

Mônica se levanta também e ajeita tudo sobre o carrinho, colocando-o junto à porta. Vai até o armário, retira uma camisola da mochila, se veste. Desliga a luz do quarto, liga o abajur e se deita novamente na cama, ligando a televisão que fica sobre um console na parede oposta. Mas ela não consegue nem prestar atenção na programação. Pensa que Cláudio está ali pertinho dela, depois de tanta espera. Ele está tão possível na vida dela como nunca esteve antes. Junta as mãos e apoia a cabeça nelas, esperando por ele.

Ele sai do banheiro, vestindo uma calça de moletom leve, sem camisa. Enxuga o cabelo e coloca a toalha sobre o box do banheiro. Olha para a televisão e pergunta:

- Encontrou alguma coisa boa pra assistir?

- Não muito, ela diz, sorrindo.

- Eu não sei nem mais assistir televisão. Lá em Casa Branca, eu não tinha tempo.

- Eu só liguei pra esperar por você.

Ele olha para ela e sorri. Vai até a televisão e ergue o braço, desligando o aparelho manualmente. Senta-se na cama e desliza para debaixo do cobertor, fazendo com que ela se aproxime dele e abraçando-a.

- Sabe... Mônica começa a dizer se aninhando no peito dele. ...eu ainda não acredito que isso está acontecendo.

Ele não diz nada, apenas a faz olhar para ele, erguendo seu queixo e beijando sua boca.

- Eu não preciso acreditar. Se eu estou sonhando... eu não tenho um sonho como esse há anos... Eu só quero sentir você... só preciso disso...

Mônica o beija e o sonho fica cada vez mais real.

LONDRES (inglês)

Oito horas no Brasil, onze em Londres. Um táxi percorre a alameda que leva até o portão principal da mansão Russel. O carro para. Peter se aproxima dele e ao mesmo tempo Gart sai do seu interior. O guarda sorri.

- (Boa noite! Seja bem vindo.)

Gart aperta a mão dele, sorrindo também e em seguida o abraça.

- (Boa noite, Peter? Como vai?)

Os outros guarda-costas, ao ouvirem o barulho do carro, saem do alojamento, pois já estava ficando muito raro receberem visitas, ainda mais àquela hora da noite. Ao verem quem chegou, se aproximam de Gart e o cumprimentam também, felizes com a novidade. Depois o ajudam a levar as malas para dentro do alojamento.

Gart tira o casaco de frio e o coloca sobre o sofá.

- (Que tal o Brasil?) - Peter pergunta

- (Quente... em todos os sentidos.)

- (Por que a Linda não veio com você?)

- (Meus amigos, talvez vocês não tenham mais a Linda na direção dessa casa, pelo menos por enquanto.)

- (Ela não volta mais?) - Bob pergunta.

- (Não sei...)

- (O Teo não foi embora ainda desde que vocês viajaram.)

- (E o que ele está esperando? Não foi ele que pediu demissão?)

- (Ele está esperando que você ou o Wagner volte. Está jurando os dois de morte. É melhor ter cuidado com ele. Ainda está bem zangado.)

- (Será possível?! Tinha que ter sangue latino.)

- (Nós dissemos a ele que se ele fizer o que quer que seja com você ou com o Wagner, que ele não vai ficar vivo pra contar), diz Neil.

- (Agradeço a lealdade, mas acho que não é bom provocar mais atrito com ele. Deixa isso comigo. Eu me entendo com ele.)

- (Não acredito que o Teo queira conversar com ninguém. Ainda mais quando souber que você voltou sem a Linda. Ele acha que ela tem alguma coisa com o Wagner. Se ela ficou lá...)

Gart fica pensativo, se senta na cama e sorri.

- (Tem mesmo?) - Peter pergunta.

- (Não... Ainda não.)

- (Mas pode vir a ter?) - Neil pergunta.

Ele respira fundo.

- (Não existe lei no mundo que os impeça... Eu vou tomar um banho quente e dormir. Estou cansado demais pra conversar sobre isso.)

- (O Julian arrumou seu quarto lá em cima na casa. Você não vai pra lá?)

- (Quem pediu pra ele fazer isso?)

- (Você é o dono da mansão agora, como o Wagner. Tem que morar dentro dela.)

Gart olha para cada um deles.

- (Depois de morar oito anos aqui com vocês, eu vou ter que dormir sozinho naquele casarão? Nunca. Nem que eu fosse filho da rainha. Mr. Russel vai ter que entender.)

Os três riem.

- (Mas afinal, onde o Teo está?)

- (Ele nunca passa a noite aqui. A gente não sabe onde ele fica), diz Peter.

- (Bem, é até melhor. Eu estou muito cansado pra discutir, hoje.)

- (Então vamos deixar você descansar. Boa noite, Gart.)

- (Boa noite.)

Eles saem do quarto. Gart fecha a porta atrás deles e começa a tirar a camisa; toma um banho quente, coloca uma roupa mais leve e se senta na cama. Olha para o criado-mudo do lado esquerdo da cama e abre a gaveta. Dentro dela há uma arma. Ele verifica se ela está carregada e a coloca debaixo do travesseiro, dizendo para si mesmo:

- É bom dormir com um olho aberto... Nunca se sabe...

Ele entra debaixo dos cobertores e se deita de costas na cama. Seu último pensamento e o rosto de Linda. Fecha os olhos e tenta não pensar nela.

RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO

PARTE 9

OBRIGADA E TENHA UM ÓTIMO DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 03/05/2018
Código do texto: T6325661
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