RP - SÃO PAULO - PARTE 23

SÃO PAULO

PARTE XXIII

Valter beija o rosto de Karen.

- Se cuida, Karen. Amanhã eu volto pra te ver. Fica com Deus, diz Cláudio, beijando suas mãos e saindo em seguida com Valter.

Os dois saem do quarto. Lucila está perto da janela na sala de espera, com uma jarra de água nas mãos. Valter se aproxima dela por trás e coloca a mão em seu ombro. Ela se volta sobressaltada.

- Ei, calma! Sou eu. Assustei?

- Não, senhor. Eu estava distraída, desculpe.

- Eu estou vendo que você está tensa. Que foi? Algum problema?

- Não, senhor... Só... preocupada com a senhora Johnson.

Ele coloca o braço em volta de seu ombro e a leva para perto de Cláudio.

- Eu não te apresentei direito ao meu amigo Cláudio. Você saiu do quarto quando a Karen ia falar. Ele é médico lá em Casa Branca. Cláudio, ela é governanta da Karen há quatro anos e meio, desde que ela ficou viúva.

- Muito prazer, ele diz, estendendo a mão.

Lucila mal consegue erguer os olhos para olhar para ele e fica olhando para sua mão por um curto momento antes de segurá-la e apertar, trêmula. Depois a solta rapidamente e volta a segurar a jarra, com os olhos baixos novamente.

- Que é que você tem, Lucila? - Valter pergunta. – Está sentindo alguma coisa?

- Não, senhor. Eu... preciso levar a água para a senhora Johnson e ver se ela precisa de alguma coisa. Com licença.

Lucila se afasta dos dois e entra no quarto. Valter a acompanha com os olhos e diz:

- Nunca a vi tão esquisita.

- A Karen falou que ela é assim mesmo.

- É, mas... nem tanto. Ela costuma conversar comigo normalmente. Agora estava trêmula, nervosa...

- Por que ela é assim?

- Nem a Karen sabe direito. Ela trabalhava numa oficina de costura num bairro chamado Brás, aqui em São Paulo. Karen a encontrou no cemitério da Consolação. O irmão dela foi enterrado no mesmo dia que o marido da Karen. Só ela estava na tumba no irmão. Karen ficou sabendo que o irmão era o único parente dela e você deve saber como é o coração da senhora Johnson, já que a conhece há muito tempo também. Quando Lucila contou sua estória pra ela, Karen ofereceu o emprego de doméstica na casa dela só pra ter uma companhia e as duas uniram suas dores. Com o tempo, elas foram tomando confiança uma na outra e agora, aonde vai, seja nos Estados Unidos ou aqui, Karen leva a Lucila junto.

- Esse mundo é muito pequeno mesmo... Cláudio diz para si mesmo em voz baixa.

- O quê?

- Nada... Vamos indo?

- Vamos.

No primeiro andar, quando o elevador se abre, Wagner e Linda entram nele. Os irmãos se olham sem entender nada e Wagner pergunta:

- O que... O que você está fazendo aqui?

- Eu é que te pergunto, diz Cláudio. – Valter, esse é meu irmão Wagner e uma amiga dele, Linda.

- Muito prazer, diz Valter, apertando as mãos dos dois.

- Oi, os dois dizem ao mesmo tempo.

O elevador chega ao térreo e eles saem.

- Quer se explicar agora? - pergunta Cláudio, zangado.

- Eu... vim visitar o hospital com a Linda.

- E desde quando você começou a fazer filantropia? Quando começou a ser tão caridoso assim?

- Desde hoje.

- Você vai dar meia volta, entrar no seu carro e ir embora daqui.

- Mas...

- Nem meio mas, Wagner. Faz o que eu estou dizendo.

- Você não manda em mim.

- Eu não estou mandando, estou te pedindo: vai embora. Se você ficar, vai se arrepender.

Wagner o encara e fica vermelho de raiva.

- Droga!

Ele pega Linda pela mão e os dois saem do hospital.

RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO

PARTE 23

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/05/2018
Código do texto: T6329879
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