RP - SÃO PAULO - PARTE 26

SÃO PAULO

PARTE XXVI

Linda sai também. Cláudio encosta-se no sofá e apoia a cabeça no encosto, massageando as têmporas, parecendo cansado. Diana se senta ao lado dele e pergunta:

- Do que vocês estavam falando? Quem são essas... Lucila e Karen?

Cláudio olha para ela e sorri, atraindo a irmã para si e a abraçando.

- Ninguém importante pra você, meu amor. Está com fome?

- Estou. A Mônica também. A Maria Cecília até já reclamou.

- Sério? Então a gente tem que providenciar alguma coisa pra todo mundo comer. Por que você não vai tomar um banho, enquanto eu providencio isso?

- Eu vou. Onde eu vou dormir?

- Na cama com a Mônica.

- E você?

- Aqui no sofá.

- Eu posso dormir aqui e você com ela lá.

- Não. Já está decidido. Vá tomar seu banho. Você trouxe roupa pra se trocar?

Ela pega a mochila no chão e levanta.

- Claro!

- Então vai. Quando você sair de lá, nós vamos comer alguma coisa.

- Tá bom.

Ela sai correndo para o banheiro. Cláudio olha para Mônica e ela para ele. Ele beija sua boca, docemente.

- Está cansado? - ela pergunta.

Cláudio massageia as têmporas e respira fundo.

- Minha cabeça está explodindo...

- A gente não tem nada aqui pra dor de cabeça, não é?

- Não precisa se preocupar com isso. Talvez seja só... pelo susto de ter... encontrado com... a Lucila. Pode ser fome também. A gente almoça e logo passa. É só tensão.

- Tem certeza? Você acha que foi só tensão que esse encontro provocou em você?

- Tenho... Eu vou pedir o almoço...

Ele ia levantar, mas Mônica o segura pela mão.

- Não quer conversar sobre isso?

- Não... Com a Diana aqui não, ele diz, em voz baixa. – Depois que ela voltar pra casa, a gente vai ter que mudar muita coisa por aqui. Eu tenho que arranjar um lugar melhor pra você ficar. Você não pode ficar comendo comida de hotel. Eu até... tinha uma ideia de onde seria, mas... depois a gente conversa.

Cláudio segura seu rosto com as duas mãos e a beija novamente.

- Eu já disse que te amo, hoje?

Mônica sorri.

- Só quando a gente acordou hoje de manhã.

- Depois do meio dia ainda não. Eu te amo.

- Também te amo e... queria dizer que estou com você em qualquer decisão que você tomar em relação a sua mãe, mas pensa um pouquinho nela, antes de pensar em você, quando for decidir o que fazer. Eu também prometi ao Salomão que a ajudaria e a levaria de volta.

- Como eu disse pro Wagner... não depende só de mim ou dele e, principalmente de você, o que vai acontecer agora.

- Ele é seu avô... bisavô da nossa filha.

Cláudio pensa por um instante e diz:

- A gente fala disso depois...

Ele a beija de novo e se levanta indo para o telefone.

Já no carro, Wagner continua zangado. Linda tenta acalmá-lo.

- Eu acho que o seu irmão tem razão, Wagner. Ele não pode interferir na vontade da dona Lucila, nem você. A situação dele é delicada e a dela mais ainda. Eles precisam se entender, se falar primeiro.

- Eu prometi pro Salomão que levaria a filha dele de volta.

- Mas como você vai fazer isso, se nem sabe se ela quer voltar? Pensa um pouco. Você está querendo atropelar todos os fatos.

- É muita coincidência ele já estar lá quando a gente chegou.

- Como ele mesmo disse: se é que existem coincidências. Eu também não acredito que existam. Tudo aconteceu por um propósito maior. Talvez fosse pra ele encontrar com ela primeiro. Você mesmo disse que ele não queria que você fosse falar com ela. Ficou zangado com você no hospital com razão.

- Você está do lado de quem, afinal?

- Do seu, do dele, de todo mundo, mas ainda acho que mesmo que Mr. Russel tenha dado a você a missão de tentar ajudar essa mulher, eu concordo com o Cláudio. Não cabe a você fazer isso. Ela é mãe dele.

- Ele já disse com todas as letras que não quer saber dela, Linda.

- Antes de conhecê-la de perto. Você não sabe o que se passa no coração dele agora que a viu pela primeira vez. Não puderam conversar com a cabeça fria ainda. Hoje vocês só discutiram um com o outro.

- Ah, claro, você já recebeu uma bronca daquela na frente de gente desconhecida? Eu me senti um idiota, um moleque!

- Meu pai vivia fazendo isso comigo quando eu era menina, mas, geralmente, ele tinha razão. Não era certo, mas foi necessário na maioria das vezes. Cláudio ficou nervoso porque você o contrariou.

- Ela é filha do Salomão...

- Ainda assim, é mãe dele, e se ele não quer saber dela, por enquanto, é um direito dele.

- Não sei... Eu prometi ao vovô que ia cuidar disso e vou cuidar.

- Você prometeu ao seu irmão também que não tomaria nenhuma atitude antes que Lucila o procurasse.

- Eu só quero falar com ela. Não vou citar o nome dele. Queria só perguntar se ela está bem, se precisa de alguma ajuda...

- Você vai arrumar briga com seu irmão, sem necessidade.

RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO

PARTE 26

OBRIGADA POR SONHAR COMIGO!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 08/05/2018
Código do texto: T6330749
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