RP - SÃO PAULO - PARTE 29

SÃO PAULO

PARTE XXIX

Wagner e seus amigos chegam ao hotel onde Cláudio está às dez horas. Ele deixa a turma esperando na frente do prédio, se anuncia na recepção e Cláudio autoriza que ele suba. Wagner sobe ao quarto sozinho e entra muito sério depois que Cláudio abre a porta.

- Bom dia...

- Oi... ele responde seco, sem olhar para o irmão e olha para Diana, abraçada a Mônica. - Pronta?

Diana faz cara de choro e vai se abraçar a Cláudio.

- Não! Eu não quero ir embora...

Wagner vai se sentar no sofá e diz em voz baixa, aborrecido:

- Vai começar...

- Diana, eu já te expliquei. Você não pode ficar aqui comigo. Você precisa voltar pra casa, Cláudio diz, abraçado à irmã. - Você já viu que nós estamos bem.

- Quando você vai voltar pra casa?

Ele olha para Mônica e Wagner e responde:

- Não sei... Pode demorar um pouquinho.

- Vai passar o Natal longe da gente? Você nunca fez isso, Cla!

- Natal é só uma data, Diana. Quando eu tiver um lugar definitivo pra morar, você volta de novo...

Wagner se levanta e retira uma carteira do bolso da calça e estende a ele.

- O que é isso? - Cláudio pergunta.

- O dinheiro do carro. O Mercedes é meu agora. Me dá as chaves.

Cláudio vai até o guarda-roupa, pega as chaves do carro na mochila e entrega ao irmão.

- É todo seu.

- Eu vou agilizar os papéis lá em Casa Branca e trago pra você assinar. Eu acho que tem uma quantidade suficiente aí pra você dar entrada num apartamento pequeno e ir pagando aos pouquinhos depois. Depois eu trago o que você pediu lá de Casa Branca.

- Obrigado... Mas nessa carteira tão magrinha tem tanto dinheiro assim?

- O do carro está em cheque nominal ao portador. Está no seu nome. Eu fiquei com medo de tirar tanto dinheiro e ficar andando por aí com ele. O resto está em espécie. É pouco, mas dá pro começo.

- Você tem mesmo todo esse dinheiro na sua conta?

- Nem eu sabia. Tirei o extrato antes de sacar e vi que tenho muito mais do que esperava. Acho que o advogado do vovô não me contou essa parte porque não confiou em mim. Acho que nem eu confiaria.

- Toma cuidado. Não faz mais isso.

- Só fiz porque você precisava. Eu não sou tão irresponsável assim.

- Eu não disse que você é. E... aliás... quero te pedir desculpas por ontem. Nunca gostei de brigar com você e eu fico muito mal quando faço isso.

- Está tudo bem. Eu tinha te prometido fazer uma coisa e fiz outra. Pisei na bola também.

- Mas ainda tem uma nuvem de chuva em cima da sua cabeça. O que é?

- Eu estive pensando... ele diz, olhando para Mônica. – Será que a Karen não deixaria a Mônica ficar na casa dela? Eu e a Linda estivemos lá. É uma casa térrea bonitinha, meio parecida com a casa de bonecas que você morava lá em Casa Branca. Fachada de pedra aparente, garagem pra até dois carros. Uma fofura. Fica bem perto da Cerro Cora no Alto da Lapa. E deu pra perceber que é espaçosa, confortável... fora o fato de que é térrea. Não tem escada nem elevador. A Mônica não pode ficar morando em um quarto de hotel por muito tempo. Podia ir pra lá, enquanto você não arranja outro lugar pra vocês ficarem.

Mônica e Cláudio sorriem um para o outro.

- Que foi? - Wagner pergunta. – Falei besteira de novo?

- Não... A gente conversou sobre isso agora a pouco, diz Mônica. – Ele vai pedir isso a ela hoje.

- Ah... Sério?

Cláudio sorri para ele e confirma.

- Vão os dois? Porque eu não tenho dúvida de que a Karen vai deixar. Ela é apaixonada pelo Cláudio. No bom sentido, Mônica. Ela ama o Cláudio com a um filho.

- Eu sei, Mônica diz, rindo.

- Ela gosta de nós dois, diz Cláudio.

- É, mas... e a Lucila?

- Que tem ela?

- Você vai mesmo... morar na mesma casa que a sua mãe mora?

- Por que não? Você não saiu daqui todo zangado comigo ontem, dizendo que eu não ligo pra ela? Pra começo de conversa, eu vou morar na casa da Karen porque ela me ama como a um filho e porque eu a amo também. E porque eu quero dar o mínimo de conforto pra minha filha e pra Mônica. A Lucila está só no pacote. Eu não planejei isso.

Wagner abre um largo sorriso e seus olhos se enchem de água. Cláudio se afasta de Diana e se aproxima dele, abraçando o irmão apertado.

- Se eu tivesse planejado não tinha dado tão certo, Wagner diz, quase chorando. – Ah, eu liguei pro papai ontem e disse que você está bem e que a gente estava voltando pra casa hoje. Ele me pediu pra dizer... que ele quer muito que Deus te abençoe e está rezando por você.

Cláudio fica emocionado também. Os irmãos ficam um longo tempo, abraçados. Quando se afastam, Cláudio diz:

- Obrigado por tudo. Leva meu beijo pro meu pai, pra Magda e pra Elis.

- Levo sim.

Cláudio abraça Diana de novo e beija sua testa.

- Tchau, maninha. Juízo, hein?

- Feliz Natal, Cla, ela diz, com os olhos cheios de lágrimas.

- Feliz Natal, meu amor.

Wagner beija Mônica e diz:

- Esse beijo foi meu pai que mandou pra você.

- Obrigada, ela diz, também emocionada.

- Tchau, comadre.

Ela ri e responde:

- Tchau, compadre.

Ele se abaixa e beija sua barriga.

- Se comporta, hein, Mi? Tchau, gatinha.

- Mi? - pergunta Cláudio. – Você transformou um nome lindo que ela tem, em uma nota musical?

- Quando ela ficar do tamanho do nome, eu chamo de Maria Cecília. Por enquanto é só Mi. Tchau, juízo vocês dois. Não façam nada que eu não faria... Feliz Natal.

RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO

PARTE 29

OBRIGADA E UMA ÓTIMA NOITE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/05/2018
Código do texto: T6331805
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