RP - LUCILA - PARTE 12

LUCILA

PARTE XII

Leonardo dá entrada no Pronto Socorro da Santa Casa e é atendido imediatamente pelo doutor Rubens, clínico geral que, depois de examiná-lo, constata que foi mesmo um enfarto leve e o coloca em observação. Depois de levá-lo para um quarto da UTI, Rubens vem falar com Wagner e Lopes que o aguardam na sala de espera.

Wagner se levanta e pergunta ansioso.

- Como ele está, doutor Rubens?

- Foi um começo de enfarto, mas ele já está fora de perigo.

- Graças a Deus! - diz Wagner, colocando as mãos no rosto e sentando pesadamente na cadeira.

- Seu pai é um homem forte. Está acostumado com o tranco da vida dura da fazenda, mas tem que tomar cuidado. Ele já não é mais tão jovem. Todo cuidado é pouco. A pressão arterial dele estava meio alta. Ele teve alguma emoção forte antes de desmaiar?

- Teve... A gente estava conversando e...

- Bom, isso não importa agora.

- Ele vai ficar quanto tempo aqui? - Lopes pergunta.

- Eu acho melhor deixá-lo em observação até amanhã pra ver se o quadro dele estabiliza e se a pressão melhora.

- Vai passar o Natal aqui?

- Ele não vai poder ter emoção nenhuma esta noite. Não vai nem sentir o Natal passar. Vocês mesmo podem ir embora. Ele está sedado. Vai dormir a noite toda.

- Eu queria ficar com ele.

- Não acho uma boa idéia, Wagner. Você só vai se aborrecer e não vai poder ajudá-lo em nada. Você vai avisar o Cláudio?

- Não, hoje não. Ele já tem problemas demais. Deixa ele passar o Natal em paz e amanhã eu aviso.

- Eu acho que você devia avisar, Wagner, diz Lopes. – Do jeito que eu conheço o doutor Cláudio, ele vai ficar uma fera com você, se souber que o pai ficou doente e você não o avisou.

- Não... Eu me entendo com ele depois. Ninguém vai avisar ninguém.

- Ele está bem? - Rubens pergunta. – Ele faz uma falta gigantesca aqui.

- Ele está legal. Está tendo as férias merecidas que nunca tirou.

- Manda o abraço de todo mundo aqui na Santa Casa pra ele. Eu falo sério quando digo que ele faz muita falta por aqui. Bom, eu vou voltar pro trabalho. Não se preocupe com seu pai, ele está em boas mãos.

- Obrigado, Rubens. Muito obrigado mesmo.

- É meu trabalho, Rubens diz, apertando a mão dele. – Volte amanhã cedo e você já vai poder vê-lo. Dê lembranças a sua madrasta e diga a ela que não se desespere. O marido dela ainda vai tocar muita vaca no pasto, se Deus quiser. Tchau, Wagner, Lopes. Boa noite e Feliz Natal!

Ele se afasta e os dois saem do hospital indo para a caminhonete.

- Que Natal! - diz Lopes, encostando-se no veículo. – Parece que setenta e sete está querendo deixar marcas profundas na vida da gente. Olha... eu não quis dizer nada a ninguém, só comentei com a Carolina, mas eu já esperava que alguma coisa do gênero fosse acontecer com o patrão. Ele andava muito triste depois que o doutor Cláudio saiu da cidade. Quase não falava com a gente. Só o necessário. Eu tenho medo que ele fique pior, se o doutor Cláudio não voltar logo.

- Acabei de crer que o motivo disso tudo era o Cláudio mesmo.

- Tenho certeza de que é. Eu ainda acho que você devia avisá-lo. Ele viria correndo e faria o pai se levantar em três tempos e se animar.

- Ainda é muito arriscado, Lopes. O Cláudio não pode pisar em Casa Branca tão cedo.

- Ou ele volta, nem que seja só pra dizer pessoalmente pro pai que está bem, ou o patrão morre de desgosto.

- Vira essa boca pra lá, por favor, Lopes.

RETORNO AO PARAÍSO – LUCILA

PARTE 12

OBRIGADA E TENHA UM ÓTIMO DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/05/2018
Código do texto: T6335845
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