RP - LUCILA - PARTE 14

LUCILA

PARTE XIV

Wagner se senta no sofá e sorri.

- Como é? Você está falando que...

- Eu comprei, ou melhor, dei entrada na compra da casa da Karen. Ela concordou em me vender. A casa da Karen é da Mônica agora.

- Isso é bárbaro, meu irmão. Fico muito feliz por vocês. Não podia ter melhor notícia nesse Natal. Na segunda, eu vou levar suas roupas e seu talão de cheques.

- Conseguiu pegar tudo?

- Consegui. A mamãe me ajudou.

- Você tem o endereço, não é?

- Tenho. Eu tinha uma intuição de que essa casa era pra ser sua.

Cláudio sorri.

- Deixa eu falar com a Magda. Ela já está melhor?

- Espera um pouco...

Wagner estende o telefone para ela e Magda o segura, enxugando o rosto.

- Oi, filho...

- Obrigado, obrigado, obrigado... Eu agradeço o dia em que meu pai te colocou nas nossas vidas. Eu te amo muito... mãe.

- Também te amo, filho.

- Fica tranquila. Eu estou bem... Longe, mas bem. A Mônica está te mandando um beijo enorme.

- Diz pra ela que eu mando outro e abençôo a menininha dentro dela.

- Amém... Dá um beijo grande no pai... na Diana e na Elis e em todo mundo aí na fazenda. Diz... que eu estou morrendo de saudade.

- Digo, sim, querido.

- Feliz Natal pra vocês todos. Que Deus abençoe e proteja todo mundo. O Wagner tem o telefone de onde eu estou. Está na agenda do pai na biblioteca, mas eu ligo amanhã de novo e a gente se fala melhor. Boa noite, mãe.

Ela começa a chorar de novo e não consegue continuar. Entrega o telefone para Wagner e se levanta, indo para a escada e subindo com Elis e Diana atrás dela. Linda e Matilde voltam para a cozinha abraçadas e chorando também.

- Oi, Cláudio. Eu, de novo. Obrigado por ter ligado.

- Cuida delas pra mim. Eu vou ligar de novo amanhã.

- Fica bem viu?

- Eu estou... Obrigado. Feliz Natal, meu irmão, e até segunda.

- Feliz Natal...

Cláudio desliga o telefone e Wagner começa chorar. Coloca o telefone no gancho e sai da casa correndo. Chega à varanda e quase não consegue respirar. Corre até a cocheira e olha para Diamante na baia. Aproxima-se do cavalo e diz:

- Eu vou montar você, cara... Se você não gostar... me mata, mas eu vou montar você.

Ele abre a baia, retira o animal de lá e sobe nele em pelo. Diamante refuga no início, relincha zangado, empina nas patas dianteiras para derrubar que está em cima dele e, como sente que Wagner não vai desistir, sai em desabalada carreira da cocheira. Linda sai na varanda e o vê passar em grande velocidade e fica preocupada:

- Wagner...!

Vai até a garagem, pega a moto e vai atrás deles. Depois de muito correr, Diamante chega até a cerca que limita a fazenda e para, cansado. Wagner se abraça ao pescoço do bicho e, ainda chorando, fala no ouvido do animal:

- Você não é só dele, cara, a gente te ama também... Ele não está aqui, mas vai voltar. Ele tem que voltar!

Wagner vê a moto estacionar ali perto e vê Linda em cima dela. Ele desce do cavalo e Diamante está mais calmo, mas não mais obediente. Logo que se vê livre da montaria incômoda, dispara correndo de novo em direção à fazenda.

Wagner encosta-se à cerca e espera que Linda se aproxime. Quando ela se aproxima, ele não diz nada. Os dois apenas se abraçam. Ele ainda está chorando.

Quando voltam à fazenda, Wagner fica sabendo por Diana que Magda pediu a Lopes que a levasse para a Santa Casa. Teimou em ir ficar ao lado de Leonardo. Wagner olha para Linda e pergunta:

- Quer ir comigo até a represa?

- Não está muito escuro?

- Você já viu o tamanho da lua que está lá fora? Vem comigo.

Ele pega sua mão e a carrega de volta para fora.

A noite está realmente mais estrelada que de costume e muito quente. Uma lua cheia enorme ajuda as estrelas a iluminarem tudo, portanto não é tarefa muito desagradável para eles irem andando até a represa pela velha trilha.

Ao chegar lá, ele tira a camisa e se deita na grama, apoiando a cabeça na camisa que coloca no chão enrolada. Linda se senta ao seu lado e ele segura sua mão posada sobre seu peito, fechando os olhos. Ficam em silêncio por um momento e Wagner abre os olhos e olha para ela. Puxa sua mão e a faz abaixar-se perto dele lhe dando um beijo na boca. Quando o beijo termina, ele diz:

- Você se arriscou muito aceitando o meu convite pra vir até aqui.

- Por quê? Aqui é mais perigoso que o armazém? Ou por sua causa?

Ele sorri levemente.

- Os dois...

- Eu sei lutar caratê e sei correr.

- O que é que você não sabe? - ele diz, afastando o cabelo dela do rosto.

- Tanta coisa...

Ele a faz se deitar a seu lado, apoiando a cabeça em seu peito e diz, fechando os olhos e acariciando seus cabelos.

- Eu também... ele canta: “Quem sabe menos das coisas, sabe muito mais que eu...”.

RETORNO AO PARAÍSO – LUCILA

PARTE 14

OBRIGADA E TENHA UMA ÓTIMA NOITE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/05/2018
Código do texto: T6336359
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