RP - GILBERTO - PARTE 4

GILBERTO

PARTE IV

Cláudio beija Mônica e acaricia o rostinho do menino em seu colo, afastando-se em seguida. Segue para a casa grande.

Quando se aproxima do terreiro diante da casa, vê Leonardo e Magda conversando com Tânia e ela está até tranquila. Ao vê-lo se aproximar, ela parece sentir um choque elétrico e seu rosto se fecha.

- Bom dia, Tânia.

Ela o encara transpirando ódio por todos os poros.

- Eu não acreditei quando meu pai disse que você estava aqui. Vim pra me certificar. É muita desfaçatez. Você perdeu totalmente o respeito por tudo.

- A gente pode conversar?

- Eu não quero conversar com você. Eu só queria vê-lo morto e não aqui passando o Natal com seus pais.

- Tânia...

- Eu vim só pra ter certeza de que um cafajeste como você está andando livre por aí depois tudo que fez pra mim e pra tanta gente. Mas meu tio já deve estar sabendo da sua volta e deve estar vindo de Londres pra realizar meu maior sonho: colocar você atrás das grades no fundo de uma prisão. É só isso que você merece.

- Talvez... Mas a minha vida não seria pior do que a que a gente teve nos últimos dois anos. Por isso eu cansei de te pedir a separação...

- Cala a boca! – ela grita.

Leonardo não quer continuar vendo aquila discussão e entra na casa.

- Se você não quer me ouvir, vá embora, mas não me mande calar a boca. Eu estou na casa do meu pai e ele está ainda convalescendo de um enfarto. Respeite pelo menos isso, por favor.

- Cláudio, calma, diz Magda.

- Está vendo agora a beleza de enteado que você tem, Magda? Um demônio vestido de anjo. Ele perdeu até o direito de vestir branco.

- Procure se acalmar, Tânia, diz Magda, tentando amenizar a situação. - Vamos entrar. Vocês podem conversar melhor lá dentro. Não adianta mais brigar. O que está feito está feito.

- Eu já disse que não vim aqui pra conversar. Vim pra dizer também que lamento não ter conseguido fazer eu mesma tudo o que queria. Acabar com a vida dela e com a sua. Aliás... cadê ela? Está aqui com você também? Aquela santinha do pau oco? Desavergonhada... Mas eu sei que vou ser vingada. Se eu não consegui, a justiça vai estar do meu lado. Os dois vão pagar caro. Bem caro. E mesmo que não seja agora, eu vou perseguir vocês até o inferno. E esqueça a ideia de desquite, Cláudio Valle. Você só vai se ver livre de mim... se eu morrer.

Tânia se aproxima do carro e fala em voz alta, quase gritando, olhando para a casa:

- Está ouvindo, Mônica?! Você só vai ter meu marido quando eu morrer! Antes disso ele é meu! Meu marido! Sonsa!

Ela entra no carro e sai dali queimando pneus. Cláudio encosta-se a uma das colunas que apoia o alpendre, desanimado.

- Não fique assim, diz Magda, colocando a mão sobre seu ombro. – Isso vai passar. É justo que ela sinta essa revolta agora. Pelo que eu sei do casamento de vocês, tenho certeza de que ela te amava muito e talvez ainda te ame, apesar de todo esse ódio que demonstra agora. Se a gente acreditar que o ódio é o avesso do amor...

- O amor não destrói, Magda. Estava escrito nos olhos dela que a única coisa que ela quer agora é acabar comigo. Eu não estou tirando a razão dela. O que eu fiz não é e nunca vai ser certo... mas podia ter tido um rumo diferente, se ela tivesse me ouvido, mas, se não aconteceu... eu vou fazer de tudo pra ser feliz com o que eu tenho agora: Mônica e minha filha... as únicas coisas que me interessam no momento. Se, pra ser feliz, eu vou ter sempre que fazer as escolhas erradas... eu já fiz minha escolha. Nem que seja a última coisa que eu faça na vida... Eu... vou chamar a Mônica. A gente vai embora.

- Seu pai vai ficar muito sentido com isso.

- Meu pai não vai poder ter sempre todos os filhos ao lado dele. Está na hora de ele valorizar o outro filho dele.

O Mercedes surge na estrada de volta, em alta velocidade, e logo atrás dele um enorme caminhão. Cláudio espera para ver o que é aquele comboio

O carro para no meio do terreiro e dele descem Linda, Ivan e Wagner que pergunta:

- Foi a Tânia que passou pela gente agora na estrada?

- Foi, Cláudio responde. – Oi, Ivan.

- Como vai, filho? - Ivan o cumprimenta, apertando sua mão. – Que bom que ainda te peguei aqui.

- Por quê?

- O que é tudo isso, papai? - Magda pergunta, olhando para o caminhão.

- São umas coisinhas que eu comprei na Alemanha e que chegaram no início da semana, mas eu não estava conseguindo tirar da alfândega do aeroporto em Campinas. Era disso que eu ia tratar toda vez que viajava, mas hoje eu consegui. Não falei que não era pra você ficar preocupada, Mila?

- Coisinhas? - pergunta Cláudio.

- E o que é, pai?

O motorista do caminhão e seu acompanhante se aproximam de Ivan e o motorista pergunta:

- A gente já pode descarregar? Onde vai ficar a mercadoria?

- Filha, você pode me emprestar o armazém por uns dias?

- Emprestar? Claro, pai, mas...

- Então podem descarregar, meninos. Eu levo vocês aonde vai tudo. Venham comigo.

Ivan leva os dois homens até o armazém.

RETORNO AO PARAÍSO – GILBERTO

PARTE 4

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 24/05/2018
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