RP - GILBERTO - PARTE 6

GILBERTO

PARTE VI

Cláudio fica ainda olhando para tudo sem saber o que dizer. É o sonho de sua vida que está ali na sua frente em forma de presente.

- Se você não quer o presente então me indique uma forma de me livrar disso tudo. Ninguém que eu conheça é médico e merece ganhar tudo isso. Eu trouxe pra você e é seu.

- Você devia fazer isso por suas netas, Ivan. Não por mim.

- E eu farei, mas ainda tem muito tempo pra isso. Aceite, por favor. Está sendo dado de coração e eu sei que você vai fazer bom uso de tudo. Eu vou lá fora dispensar os rapazes. Não se fala mais nisso.

Ivan sai. Cláudio olha para Mônica e ela sorri para ele, surpresa também, mas feliz.

- Eu acho que você devia aceitar, Cláudio, Wagner diz. – Não é todo dia que se recebe de graça o direito a autonomia. Vai garantir o seu futuro lá fora. Você não tem mais a Santa Casa nem o Santa Mônica. Pensa nisso.

Cláudio permanece em silêncio. Mônica segura seu braço.

- Ele deve ter bons motivos pra ter feito isso, amor.

- Meu pai sabe o que faz, Cláudio, diz Magda. – Ele parece meio doidivanas, às vezes, mas nunca gostou de gastar dinheiro à toa. Por mais que conseguisse gastar sempre tinha suas economias para serem gastas na hora que precisasse. Ele me disse que ia fazer isso, logo que você demonstrou vontade de ser médico e passou no vestibular. Me falava sempre que era o que faria se tivesse um filho homem. Ele considera de verdade vocês dois como netos dele de coração. Vai ficar muito feliz se você aceitar.

Cláudio respira fundo e ainda olhando para tudo responde:

- Já que eu não tenho opção... Pelo que eu sei, ele não me perdoaria se eu recusasse. Mas... que ainda acho loucura... é a loucura mais doce que eu já vi. Seu pai não existe, Magda.

- Sempre foi maluco, mas um maluco até que bem intencionado, diz Wagner. – O negócio agora é arrumar um jeito de transportar isso tudo pra São Paulo.

Ele olha para Magda e diz:

- Mãe, estou com fome.

- Você não disse que ia comer na cidade?

- A gente estava tão atrasado que nem deu tempo de nada, ele diz, envolvendo seu pescoço. - Sobrou alguma coisa do café?

- Eu acho que sim, embora já esteja quase na hora do almoço, mas deve ter um pedaço do bolo que Matilde fez ontem à tarde.

- Descola pra mim e pra Linda?

- Vou pensar no seu caso. Como está o humor... malcriado?

- Aquilo era fome, ele diz, beijando-a no rosto. – Perdoa, mãezinha.

- Você tem que pedir perdão pro seu pai.

- Eu peço. Cadê ele?

Wagner vai com Magda e Linda para a casa grande. Ivan retorna e diz:

- E aí, decidiu?

Cláudio apenas sorri e o abraça forte.

- Obrigado, obrigado mesmo.

- É assim que se fala. Eu falei com os rapazes e eles me deixaram o telefone deles de contato. Se precisar transportar tudo isso pra São Paulo, eles mesmos podem fazer isso.

- Isso é bom. Obrigado.

- Agora eu vou lá dentro tomar café. Meu estomago está querendo sair pela boca pra comer a grama do pasto. Filha! Eu estou com fome!

Ele sai apressado na direção da casa. Mônica fica com Cláudio e encosta-se a uma das caixas, vendo-o ainda admirar tudo.

- Eu não poderia mesmo amar outro homem...

Ele se volta para ela e ela continua:

- Está aí a prova de que você ainda é muito querido e vai ser sempre. Por que dar atenção pro resto?

Ele abre um largo sorriso. Depois volta a olhar para tudo e começa a rir.

- Faz muito tempo que eu não te via fazer isso, ela diz.

- Isso o quê?

Ela se aproxima dele e pega sua mão.

- Rir... Acho que eu nunca vi você rir.

Ele a beija e abraça, erguendo-a do chão nesse abraço e ainda, durante o abraço, fala:

- Como eu gostaria de não ter que sair daqui nunca... ele diz emocionado.

- Nós vamos poder voltar daqui a um tempo. Eu tenho fé que sim.

- Eu queria que a nossa menina crescesse aqui. Aquela cidade é muito fria...

Ela se afasta dele que já tem os olhos molhados. Mônica começa a enxugá-los devagar.

- Eu concordo, mas a gente volta. Quando ela já estiver andando, a gente volta e ela vai correr tudo isso sem medo nenhum de nada.

- Espero que sim... mas enquanto isso não acontece... vamos embora?

- Vamos, ela diz com um suspiro, beijando-o de novo.

RETORNO AO PARAÍSO – GILBERTO

PARTE 6

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 25/05/2018
Código do texto: T6345903
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.